Água benta

Um recipiente com água benta, comum nas Igrejas Católicas. Fonte de batismo da Catedral de São Raphael, Dubuque.

Água benta é, de acordo com o catolicismo, anglicanismo, ortodoxia bizantina, ortodoxia oriental, bem como outras igrejas, a água que foi santificada por um sacerdote, com o propósito de batismo, benção de pessoas, lugares e objetos, ou como forma de repelir o mal.

A utilização da água benta para o batismo e a limpeza espiritual é comum em diversas religiões, do cristianismo ao sikhismo e ao hinduísmo. A utilização da água benta como um sacramental para proteção contra o mal, no entanto, é exclusivo da Igreja Católica Apostólica Romana e das Igrejas Ortodoxas.

Há menções do uso de água no ritual mosaico. "Tomará água num vaso de barro e pegando um pouco de pó do pavimento do tabernáculo, o lançará na água. Estando a mulher de pé diante do senhor, o sacerdote lhe descobrirá a cabeça e porá em suas mãos a oblação de recordação, a oblação de ciúme. O sacerdote terá na mão as águas amargas que trazem a maldição." (Nm 5,17-18).

"O Senhor disse a Moisés o seguinte: toma os levitas do meio dos israelitas e purifica-os. Eis como farás para purificá-los: asperge-os com a água da expiação e eles passem uma navalha sobre todo o corpo, lavem as suas vestes e purifiquem-se a si mesmos." (Nm 8,5-7). "Derramarei sobre vós águas puras, que vos purificarão de todas as vossas imundícies e de todas as vossas abominações." (Ez 36,25).

Ritual para abençoar a água

Na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa, um leigo não pode abençoar a água de forma a torná-la um sacramental, somente um sacerdote pode fazê-lo. É necessário que o sobredito abençoe conforme o "Rituale Romanum".

Para abençoar a água, segue-se a seguinte fórmula que só é feita em latim:

Rituale Romanum.

†Exorcizo te, creatura aquæ, in nomine Dei Patris omnipotentis, et in nomine Jesu Christi, Filii ejus Domini nostri, et in virtute Spiritus Sancti: ut fias aqua exorcizata ad effugandam omnem potestatem inimici, et ipsum inimicum eradicare et explantare valeas cum angelis suis apostaticis, per virtutem ejusdem Domini nostri Jesu Christ: qui venturus est judicare vivos et mortuos et sæculum per ignem.

Deus, qui ad salutem humani generis maxima quæque sacramenta in aquarum substantia condidisti: adesto propitius invocationibus nostris, et elemento huic, multimodis purificationibus præparato, virtutem tuæ benedictionis infunde; ut creatura tua, mysteriis tuis serviens, ad abigendos dæmones morbosque pellendos divinæ gratiæ sumat effectum; ut quidquid in domibus vel in locis fidelium hæc unda resperserit careat omni immunditia, liberetur a noxa. Non illic resideat spiritus pestilens, non aura corrumpens: discedant omnes insidiæ latentis inimici; et si quid est quod aut incolumitati habitantium invidet aut quieti, aspersione hujus aquæ effugiat: ut salubritas, per invocationem sancti tui nominis expetita, ab omnibus sit impugnationibus defensa. Per Dominum, amen. †

Após a benção, o sacerdote põe sal bento na água.

Após o Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI concedeu permissão para os sacerdotes abençoarem usando somente um sinal da cruz, ponto de divergência entre os católicos tradicionalistas.

Contaminação

Fontes de água benta foram identificadas como fontes potenciais de infecções bacterianas e virais. Bacteriologistas encontraram Staphylococcus, Streptococcus, Escherichia coli e Corynebacterium diphtheriae em fontes das igrejas de Sassari, Itália desde os princípios da microbiologia. Em um estudo mais recente, feito em 1995, descobriu-se que água benta é condutora de contaminação em hospitais por não estar sendo trocada frequentemente como deveria.

Ver também

Referências

  1. Chambers's Encyclopædia, p. 394, Lippincott & Co (1870)
  2. Nathaniel Altman, 2002 Sacred water: the spiritual source of life ISBN 1587680130 p. 130-133
  3. Henry Theiler, 2003 Holy Water and Its Significance for Catholics ISBN 0766175537 pp 13-15
  4. DE ALMEIDA, Tradução: João F. (2006). Bíblia Santa (PDF). São Paulo: LCC Publicações Eletrônicas. p. 424. 3364 páginas 
  5. DE ALMEIDA, Tradução: João F. (2006). Bíblia Santa (PDF). São Paulo: LCC Publicações Eletrônicas. p. 438. 3364 páginas 
  6. DE ALMEIDA, Tradução: João F. (2006). Bíblia Santa. São Paulo: LCC Publicações Eletrônicas. p. 2311. 3364 páginas 
  7. a b c SODI, Manlio; TONIOLO, Alessandro (2000). Rituali Romanum. Cidade do Vaticano: Libreria Editrice Vaticana. ISBN 978-8820980702 
  8. Dietetic and Hygienic Gazette, Volume 14, page 578. The Gazette Publishing Company, 1898.
  9. J.C. Rees and K.D. Allen, 1996 "Holy water--a risk factor for hospital-acquired infection". Journal of Hospital Infection 32(1), pages 51-55.

Ligações externas