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Área é um conceito matemático que pode ser definida como quantidade de espaço bidimensional, ou seja, de superfície.
Existem várias unidades de medida de área, sendo a mais utilizada o metro quadrado (m²) e os seus múltiplos e sub-múltiplos. São também muito usadas as medidas agrárias: are, que equivale a cem metros quadrados; e seu múltiplo hectare, que equivale a dez mil metros quadrados. Outras unidades de medida de área são o acre e o alqueire.
Na geografia e cartografia, o termo "área" corresponde à projeção num plano horizontal de uma parte da superfície terrestre. Assim, a superfície de uma montanha poderá ser inclinada, mas a sua área é sempre medida num plano horizontal.
Uma abordagem para definir o que se entende por área é por meio de axiomas. Por exemplo, pode-se definir área como sendo uma função a de uma coleção M de figuras planas de um tipo especial (denominadas conjuntos mensuráveis) no conjunto dos números reais satisfazendo as seguintes propriedades:
Pode ser demonstrado que existe uma tal função área.
Cada unidade de comprimento tem uma unidade de área correspondente, igual à área do quadrado que tem por lado esse comprimento. Desta forma, as áreas podem ser medidas em metros quadrados (²), centímetros quadrados (cm²), milímetros quadrados (mm²), quilómetros quadrados (km²), pés quadrados (ft²), jardas quadradas (yd²), milhas quadradas (mi²), e assim por diante. Algebricamente, estas unidades são os quadrados das unidades de comprimento correspondentes.
A unidade do Sistema Internacional para área é o metro quadrado, que é considerado uma unidade derivada de SI.
A conversão entre duas unidades quadradas é o quadrado do fator de conversão entre as unidades de comprimento correspondentes. Por exemplo, como
1 Pé = 12 polegadas,é a relação entre pés quadrados e polegadas quadradas, temos que
1 pé = 144 polegadas quadradas,sendo 144 = 12² = 12 × 12. Da forma análoga:
Existem várias outras unidades usadas para áreas. O are foi a unidade de medida original do sistema métrico para a área:
Embora o are tenha caído em desuso, o hectare ainda é muito usado para medir terrenos e propriedades:
Outras unidades métricas menos habituais para a área incluem a tétrade, hectade e miríade.
O acre também é muito usado na medição da área de terrenos, sendo:
Um acre é aproximadamente 40% de um hectare.
Acredita-se que as necessidades cotidianas, tais como as divisões de terra para o plantio às margens dos rios, a construção de residências, assim como os estudos relativos aos movimentos dos astros inserem-se no contexto de atividades ligadas à geometria e desenvolvidas pelos seres humanos ao longo da evolução humana.
Dentre os principais matemáticos da antiguidade responsáveis pelo desenvolvimento da geometria destacam-se Tales de Mileto (VI a.C.), na Grécia, importando a geometria utilizada pelos egípcios; Pitágoras, conhecido pelo teorema aplicado ao triângulo retângulo que recebeu o seu nome e aperfeiçoou o conceito de demonstração matemática da época. E, ainda nesse século, "os Elementos” de Euclides trouxeram inovações consistentes quanto aos métodos utilizados na antiguidade e que vêm contribuindo há mais de 20 séculos para o desenvolvimento das ciências, baseando-se em três conceitos básicos, tais como ponto, reta e círculo, como também nos cinco postulados. É um sistema axiomático que surge de conceitos e proposições aceitos sem demonstração, conhecidos como, postulados e axiomas.
Uma curiosidade interessante dentro do trabalho com áreas diz respeito ao corpo humano como unidade. Assim, palmos, pés, passos, braças e cúbitos, foram algumas das primeiras unidades de medida utilizadas direta ou indiretamente. Aproximadamente em 3500 a.C., período em que iniciavam-se a construção dos primeiros templos na Mesopotâmia e no Egito, os responsáveis por tais projetos sentiram a necessidade de encontrar unidades de medidas mais regulares e exatas, usaram então como base de medida as partes do corpo de apenas um homem (por exemplo, o rei) e com tais medidas confeccionaram réguas de madeiras e metal, ou ainda com nós, as quais destacaram-se como as primeiras medidas oficiais de comprimento.
O cálculo de áreas iniciou-se possivelmente pela prática da arrecadação de impostos pelos sacerdotes, os quais calculavam intuitivamente a extensão dos campos só pela observação visual, com o tempo observaram trabalhadores revestindo uma parte retangular do chão com pedras quadradas e perceberam que para determinar a quantidade de pedras, seria suficiente contar a quantidade de quadrados de uma fileira e multiplicar pelo número de fileiras existentes, dando origem assim à fórmula para o cálculo da área de um retângulo, sendo esta obtida a partir produto da base pela altura.
Logo após, desenvolveram uma fórmula para o cálculo da área de um triângulo, fundados num pensamento bastante geométrico, no qual tinham a área de um quadrado ou retângulo e dividindo-os ao meio em diagonal obtinham a área do triângulo, assim a área do triângulo é dada pela metade da área do quadrado ou do retângulo. Quando o terreno não tinha a forma retangular ou triangular, os primeiros cartógrafos e agrimensores, utilizavam a triangulação, que consistia num processo de divisão da área em triângulos, cuja soma de suas áreas representava o total da área.
No entanto, esse processo de triangulação apresentava alguns pequenos erros, ao medir a área de terrenos não planos ou com curvas. Surgiu assim a necessidade de calcular o comprimento da circunferência e a área do círculo. Com uma corda pequena ou grande sendo girada em torno de um ponto fixo tinha-se a figura de um circunferência. Essa corda, medida que conhecemos como raio da circunferência, tinha alguma relação com o comprimento da circunferência, assim, tomando essa corda e observando quantas vezes ela caberia na circunferência, perceberam que cabia pouco mais de seis vezes e um quarto, independente do seu tamanho. Desta forma concluíram que o comprimento da circunferência poderia ser dado por 6,28 vezes a medida do raio o que corresponde ao que calculamos hoje quando fazemos C = 2 π r {\displaystyle C=2\pi r} , onde π {\displaystyle \pi } vale aproximadamente 3 , 14 {\displaystyle 3,14} .
Quanto à área do círculo, por volta de 2000 anos a.C., conta-se que Amósis, um escriba egípcio, se propôs a determinar a área de um círculo, pensando inicialmente em calcular a área de um quadrado e obter o número de vezes que essa área caberia na área do círculo. Depois para definir qual seria esse quadrado, considerou mais adequado utilizar o quadrado cujo lado tivesse a mesma medida do raio do círculo do qual se desejava calcular a área, assim procedendo provou que o quadrado se inseria no círculo entre três e quatro vezes, o que representava uma aproximação de três vezes e um sétimo, o que atualmente consideramos aproximado a 3,14 vezes. Desta forma determinou a área do círculo multiplicando a área do quadrado por 3,14, situação que utilizamos atualmente com A = π r 2 {\displaystyle A=\pi r^{2}} , com π {\displaystyle \pi } valendo aproximadamente 3 , 14 {\displaystyle 3,14} .
Na Grécia, aproximadamente em 500 a.C. foram fundadas as primeiras universidades. Neste período Tales e seu discípulo Pitágoras organizaram, desenvolveram e aplicaram todo o conhecimento da Babilônia, Etúrria, Egito e Índia à matemática, navegação e religião. Neste período, crescia a curiosidade e a procura por livros de geometria, o conhecimento do Universo ampliava-se velozmente e a escola de Pitágoras fez afirmações quanto à forma da Terra identificando-a como esférica ao invés de plana. Surgiram novas construções geométricas, e suas áreas e perímetros eram agora fáceis de calcular.
A mais simples fórmula de cálculo de uma área é a do retângulo Dado um retângulo com base l e altura w, a sua área é:
A = l × w {\displaystyle A=l\times w} (área do retângulo)Ou seja, a área do retângulo é obtida multiplicando a largura pela altura. Um caso particular é a área do quadrado; sendo l o comprimento do seu lado, a sua área é:
A = l 2 {\displaystyle A=l^{2}} (área do quadrado)A fórmula para a área do retângulo decorre diretamente das propriedades básicas da área, e por vezes é tomada como uma definição ou axioma. Tendo a geometria sido desenvolvida antes da aritmética, o conceito de área pode ser usado para definir a multiplicação de números reais.
Dissecção de um paralelogramo.A maioria das outras fórmulas simples para o cálculo da área seguem o método da dissecção. Como o nome indica, este método envolve seccionar a figura em partes mais simples, calcular a área de cada uma dessas partes, que somadas resultarão na área da figura original.
Por exemplo, um paralelogramo pode ser dividido num trapezoide e num triângulo retângulo, como ilustrado pela figura da esquerda. Se movermos o triângulo para o outro lado do trapezoide, o resultado é um retângulo. A conclusão é que a área do paralelogramo é igual à do retângulo:
Dois triângulos iguais. A = b × h {\displaystyle A=b\times h} (área do paralelogramo)O mesmo paralelogramo pode ser dividido em dois triângulos congruentes através de um corte na diagonal, como mostrado na figura da direita:
A = b × h 2 {\displaystyle A={\frac {b\times h}{2}}} (área do triângulo)É possível fazer raciocínios semelhantes para obter fórmulas para as áreas do trapezoide, do losango e de outros polígonos mais complicados.
Área do trapézio:
A = B + b 2 × h {\displaystyle A={\frac {B+b}{2}}\times h} (B = base maior; b = base menor; h = altura)Área do losango:
A = D × d 2 {\displaystyle A={\frac {D\times d}{2}}} (D = diagonal maior; d = diagonal menor)Área de qualquer polígono regular:
P × a 2 {\displaystyle {\frac {P\times a}{2}}} (P = perímetro; a = comprimento do apótema)A área de um círculo também pode ser calculada através do método de dissecção. Dado um círculo com raio r {\displaystyle r} é possível dividi-lo em setores. Cada setor tem uma forma aproximadamente triangular, e os setores podem ser rearranjados para formar uma figura próxima de um paralelogramo. A altura do paralelogramo é r {\displaystyle r} e a largura é metade da circunferência do círculo, ou seja, π r . {\displaystyle \pi r.} Resulta que a área do círculo é r × π r , {\displaystyle r\times \pi r,} ou seja, π r 2 {\displaystyle \pi r^{2}}
A = π × r 2 {\displaystyle A=\pi \times r^{2}} (área do círculo; r = raio)
Embora a dissecação usada na fórmula seja aproximada, o erro torna-se cada vez menor à medida que usamos setores cada vez menores.
O limite da área quando o tamanho dos setores tendo para zero é exatamente π r 2 , {\displaystyle \pi r^{2},} que corresponde à área do círculo.
Este raciocínio é uma aplicação simples dos conceitos do cálculo. No passado, o método da exaustão foi usado de forma semelhante para encontrar a área do círculo, sendo reconhecido como um precursor do cálculo integral. Usando os métodos modernos, a área do círculo pode ser calculada usando um integral:
A = ∫ − r r 2 r 2 − x 2 d x = π r 2 . {\displaystyle A\;=\;\int _{-r}^{r}2{\sqrt {r^{2}-x^{2}}}\,dx\;=\;\pi r^{2}.}A maioria das fórmulas para o cálculo da área de uma superfície pode ser obtida cortando e endireitando a superfície. Por exemplo, a superfície de um cilindro pode ser cortada e estendida formando um retângulo. Da mesma forma, a superfície de um cone pode ser cortada e endireitada num setor de um círculo, para permitir o cálculo da sua área.
O cálculo da área da superfície de uma esfera é mais complexo, pois a curvatura da superfície dificulta a sua projeção num plano direito. Isso acontece com sólidos com curvatura gaussiana diferente de zero. O primeiro a obter uma fórmula para o cálculo da área de uma esfera foi Arquimedes na sua obra Sobre a Esfera e o Cilindro. Provou que a área e volume da esfera é exatamente 2/3 da área e volume do cilindro que a envolve. Tal como acontece com a área do círculo, a fórmula para a área da esfera resulta de métodos similares aos do cálculo.
Á área de uma esfera com raio r {\displaystyle r} é:
A = 4 π r 2 {\displaystyle A=4\pi r^{2}} (área da esfera)Figura | Formula | Variáveis |
---|---|---|
Triângulo equilátero | L 2 4 3 {\displaystyle {\frac {L^{2}}{4}}{\sqrt {3}}} | L {\displaystyle L} é comprimento de um lado do triângulo. |
Triângulo | p ( p − a ) ( p − b ) ( p − c ) {\displaystyle {\sqrt {p(p-a)(p-b)(p-c)}}} | p {\displaystyle p} é metade do perímetro, a , {\displaystyle a,} b {\displaystyle b} e c {\displaystyle c} é o comprimento de cada um dos lados. |
Triângulo | 1 2 a b s e n ( C ) {\displaystyle {\tfrac {1}{2}}ab\mathrm {sen} \,(C)} | a {\displaystyle a} e b {\displaystyle b} são quaisquer dois lados, e C {\displaystyle C} é o ângulo entre eles. |
Triângulo | 1 2 b h {\displaystyle {\tfrac {1}{2}}bh} | b {\displaystyle b} e h {\displaystyle h} são a base e altura (medida perpendicularmente à base), respetivamente. |
Quadrado | l 2 {\displaystyle l^{2}} | l {\displaystyle l} é o comprimento de um dos lados do quadrado. |
Retângulo | a b {\displaystyle ab} | a {\displaystyle a} e b {\displaystyle b} são o comprimento de cada um dos lados do retângulo. |
Losango | 1 2 a b {\displaystyle {\tfrac {1}{2}}ab} | a {\displaystyle a} e b {\displaystyle b} são o comprimento de cada uma das diagonais do losango. |
Paralelogramo | b h {\displaystyle bh} | b {\displaystyle b} é o comprimento da base e h {\displaystyle h} é a altura medida na perpendicular. |
Trapézio | 1 2 ( a + b ) h {\displaystyle {\tfrac {1}{2}}(a+b)h} | a {\displaystyle a} e b {\displaystyle b} são os lados paralelos e h {\displaystyle h} a distância (altura) entre os lados paralelos. |
Hexágono regular | 3 L 2 2 3 {\displaystyle {\frac {3L^{2}}{2}}{\sqrt {3}}} | L {\displaystyle L} é o comprimento de um dos lados do hexágono. |
Octógono regular | 2 ( 1 + 2 ) l 2 {\displaystyle 2(1+{\sqrt {2}})l^{2}} | l {\displaystyle l} é o comprimento de um dos lados do octógono |
Polígono regular | 1 4 n l 2 ⋅ cot ( π / n ) {\displaystyle {\frac {1}{4}}nl^{2}\cdot \cot(\pi /n)} | l {\displaystyle l} é o comprimento de um dos lados e n {\displaystyle n} o número de lados. |
Polígono regular | 1 2 n R 2 ⋅ s e n ( 2 π / n ) = n r 2 tan ( π / n ) {\displaystyle {\frac {1}{2}}nR^{2}\cdot \mathrm {sen} \,(2\pi /n)=nr^{2}\tan(\pi /n)} | R {\displaystyle R} é o raio do círculo circunscrevente, r {\displaystyle r} o raio do círculo interior, e n {\displaystyle n} é o número de lados. |
Polígono regular | 1 2 a p {\displaystyle {\tfrac {1}{2}}ap} | a {\displaystyle a} é o apótema (raio do círculo interior ao polígono) e p {\displaystyle p} é o perímetro do polígono. |
Círculo | π r 2 ou π d 2 4 {\displaystyle \pi r^{2}\ {\text{ou}}\ {\frac {\pi d^{2}}{4}}} | r {\displaystyle r} é o raio e d {\displaystyle d} o diâmetro. |
Setor circular | 1 2 r 2 θ {\displaystyle {\tfrac {1}{2}}r^{2}\theta } | r {\displaystyle r} e θ {\displaystyle \theta } são, respetivamente, o raio e ângulo (em radianos). |
Elipse | π a b {\displaystyle \pi ab} | a {\displaystyle a} e b {\displaystyle b} são o semieixo maior e semieixo menor, respetivamente. |
Área total da superfície do cilindro | 2 π r ( r + h ) {\displaystyle 2\pi r(r+h)} | r {\displaystyle r} e h {\displaystyle h} são o raio e altura do cilindro. |
Superfície lateral do cilindro | 2 π r h {\displaystyle 2\pi rh} | r {\displaystyle r} e h {\displaystyle h} são o raio e altura do cilindro. |
Superfície total do cone | π r ( r + l ) {\displaystyle \pi r(r+l)} | r {\displaystyle r} e l {\displaystyle l} são o raio e a distância do vértice ao círculo base, respetivamente. |
Superfície total da esfera | 4 π r 2 ou π d 2 {\displaystyle 4\pi r^{2}\ {\text{ou}}\ \pi d^{2}} | r {\displaystyle r} e d {\displaystyle d} são o raio e o diâmetro, respetivamente. |
Superfície total da pirâmide | B + P L 2 {\displaystyle B+{\frac {PL}{2}}} | B {\displaystyle B} é a área da base, P {\displaystyle P} o perímetro da base e L {\displaystyle L} a distância do vértice aos cantos da base. |
Pode-se operacionalizar as áreas de algumas figuras planas e utilizá-las em algumas aplicações úteis. Evidentemente, associa-se área de uma figura plana a um número positivo, o qual expressa o espaço do plano ocupado por ela.
Usa-se a escrita ( A B C . . . N ) {\displaystyle (ABC...N)} para indicar a área de um polígono de N {\displaystyle N} vértices. Vale lembrar que em qualquer polígono o número de vértices é igual ao número de lados.
Dois triângulos de mesma base e mesma altura têm áreas iguais.
Demonstração: Dadas duas retas paralelas r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} , a uma distância d {\displaystyle d} , marcamos sobre a reta r {\displaystyle r} , os pontos A {\displaystyle A} e B {\displaystyle B} , e sobre a reta s {\displaystyle s} , marcamos os pontos, C {\displaystyle C} e C ′ {\displaystyle C^{\prime }} , conforme figura abaixo.
Essa é uma consequência do corolário: Sejam A B C {\displaystyle ABC} e A B C ′ {\displaystyle ABC^{\prime }} triângulos tais que A B / / C C ′ {\displaystyle AB//CC^{\prime }} . Então ( A B C ) = ( A B C ′ ) {\displaystyle (ABC)=(ABC^{\prime })} .
Analisando as áreas dos triângulos A B C {\displaystyle ABC} e A B C ′ {\displaystyle ABC^{\prime }} , temos que:
( A B C ) = A B ⋅ d 2 {\displaystyle (ABC)=AB\cdot {\frac {d}{2}}}
( A B C ′ ) = A B ⋅ d 2 {\displaystyle (ABC^{\prime })=AB\cdot {\frac {d}{2}}}
Assim, como r / / s {\displaystyle r//s} e a distância de r {\displaystyle r} a s {\displaystyle s} dada por d ( r , s ) = d {\displaystyle d(r,s)=d} , se A {\displaystyle A} e B {\displaystyle B} pertencem a reta r {\displaystyle r} e C {\displaystyle C} pertence a reta s {\displaystyle s} , obtendo um ponto qualquer C ′ {\displaystyle C^{\prime }} sobre a reta s {\displaystyle s} , temos A B / / C C ′ {\displaystyle AB//CC^{\prime }} , portanto os dois triângulos A B C {\displaystyle ABC} e A B C ′ {\displaystyle ABC^{\prime }} possuem a mesma base A B {\displaystyle AB} e a mesma altura d {\displaystyle d} , logo suas áreas são iguais.
Propriedade 2Se dois triângulos possuem mesma altura, então a razão entre as suas áreas é igual à razão entre as suas bases.
Na triângulo A B C {\displaystyle ABC} , foi traçada uma ceviana a partir do vértice A {\displaystyle A} intersectando o lado B C {\displaystyle BC} no ponto X {\displaystyle X} , ficando assim determinados dois triângulos: A X B {\displaystyle AXB} e A X C {\displaystyle AXC} , de mesma altura A H {\displaystyle AH} .
Demonstração: Fazendo a razão entre as áreas temos,
( A X B ) ( A X C ) = 1 2 B X ⋅ A X 1 2 C X ⋅ A H = B X C X {\displaystyle {\frac {(AXB)}{(AXC)}}={\frac {{\frac {1}{2}}BX\cdot AX}{{\frac {1}{2}}CX\cdot AH}}={\frac {BX}{CX}}}
Portanto,
( A X B ) ( A X C ) = B X C X {\displaystyle {\frac {(AXB)}{(AXC)}}={\frac {BX}{CX}}}
Triângulos semelhantesDados dois triângulos semelhantes ABC e MNP, vamos analisar a razão de semelhança entre a razão entre suas áreas e sua razão de semelhança.
Sejam A B C {\displaystyle ABC} e M N P {\displaystyle MNP} dois triângulos semelhantes, sendo k {\displaystyle k} a razão de semelhança entre seus lados:
M P A C = M N A B = N P B C = k {\displaystyle {\frac {MP}{AC}}={\frac {MN}{AB}}={\frac {NP}{BC}}=k} , então temos ( M N P ) ( A B C ) = k 2 {\displaystyle {\frac {(MNP)}{(ABC)}}=k^{2}}
Demonstração: Como N P = k ⋅ B C {\displaystyle NP=k\cdot BC} e H M = k ⋅ A H {\displaystyle HM=k\cdot AH} , temos pelas áreas dos triângulos:
(
M
N
P
)
(
A
B
C
)
=
1
2
N
P
⋅
A
M
1
2
B
C
⋅
A
H
=
k
⋅
B
C
⋅
k
⋅
A
H
B
C
⋅
A
H
=
k
2
{\displaystyle {\frac {(MNP)}{(ABC)}}={\frac {{\frac {1}{2}}NP\cdot AM}{{\frac {1}{2}}BC\cdot AH}}={\frac {k\cdot BC\cdot k\cdot AH}{BC\cdot AH}}=k^{2}}
Portanto, dados dois triângulos com razão de semelhança k {\displaystyle k} entre seus lados correspondentes, a razão de semelhança entre suas áreas será k 2 {\displaystyle k^{2}} .
A prova do teorema de Pitágoras e outras relações métricas no triângulo retângulo através do cálculo de áreasSeja A B C {\displaystyle ABC} um triângulo retângulo no vértice A {\displaystyle A} , onde a hipotenusa B C = a {\displaystyle BC=a} , e seus catetos A B = c {\displaystyle AB=c} e A C = b {\displaystyle AC=b} , considerando ainda a altura relativa à hipotenusa A H = h {\displaystyle AH=h} , bem como as projeções dos catetos sobre a hipotenusa B H = m {\displaystyle BH=m} e C H = n {\displaystyle CH=n} , temos:
Vamos provar as seguintes relações através do cálculo de áreas:
Demonstração I:
I.a) Calculando a área ( A B C ) {\displaystyle (ABC)} a partir da base B C {\displaystyle BC} e altura A H {\displaystyle AH} :
( A B C ) = 1 2 B C ⋅ A H = 1 2 a ⋅ h {\displaystyle (ABC)={\frac {1}{2}}BC\cdot AH={\frac {1}{2}}a\cdot h}
I.b) Calculando a área ( A B C ) {\displaystyle (ABC)} a partir da base A C {\displaystyle AC} e altura A B {\displaystyle AB} :
( A B C ) = 1 2 A C ⋅ A B = 1 2 b ⋅ c {\displaystyle (ABC)={\frac {1}{2}}AC\cdot AB={\frac {1}{2}}b\cdot c}
Decorre de I.a) e I.b) temos que ( A B C ) = 1 2 a ⋅ h = 1 2 b ⋅ c {\displaystyle (ABC)={\frac {1}{2}}a\cdot h={\frac {1}{2}}b\cdot c} .
Logo a ⋅ h = b ⋅ c {\displaystyle a\cdot h=b\cdot c}
Demonstração II:
II.a) Dado o triângulo A B C {\displaystyle ABC} , retângulo em A {\displaystyle A} , constrói-se quadrados sobre a hipotenusa B C {\displaystyle BC} e os catetos A C {\displaystyle AC} e A B {\displaystyle AB} , respectivamente de medidas a {\displaystyle a} , b {\displaystyle b} e c {\displaystyle c} . Depois prolonga-se a altura A H {\displaystyle AH} até interceptar o lado F G {\displaystyle FG} do quadrado B C G F {\displaystyle BCGF} no ponto I {\displaystyle I} .
Observando os segmentos paralelos B G {\displaystyle BG} e A I {\displaystyle AI} , percebe-se dois triângulos G B A {\displaystyle GBA} e G B H {\displaystyle GBH} de mesma área, cujas bases medem a {\displaystyle a} e as alturas medem m {\displaystyle m} .
Assim, ( G B A ) = ( G B H ) = 1 2 B G ⋅ B H = 1 2 a ⋅ m {\displaystyle (GBA)=(GBH)={\frac {1}{2}}BG\cdot BH={\frac {1}{2}}a\cdot m}
Vejamos ainda na figura acima que, os triângulos G B A {\displaystyle GBA} e B D C {\displaystyle BDC} são congruentes pelo caso LAL, pois B D ≡ B A {\displaystyle BD\equiv BA} , B C ≡ B G {\displaystyle BC\equiv BG} e ∠ C B D ≡ ∠ A B C + 90 ∘ {\displaystyle \angle CBD\equiv \angle ABC+90^{\circ }} . Logo, ( B D C ) = ( G B A ) {\displaystyle (BDC)=(GBA)} . E como os segmentos B D {\displaystyle BD} e A C {\displaystyle AC} são paralelos temos que ( B D A ) = ( B D C ) {\displaystyle (BDA)=(BDC)} , visto que a base B D {\displaystyle BD} e a altura A B {\displaystyle AB} são comuns aos dois triângulos.
Assim: B D = A B = c {\displaystyle BD=AB=c} , então ( B D A ) = ( B D C ) = 1 2 B D ⋅ B A = 1 2 c ⋅ c = c 2 2 {\displaystyle (BDA)=(BDC)={\frac {1}{2}}BD\cdot BA={\frac {1}{2}}c\cdot c={\frac {c^{2}}{2}}}
Daí, ( G B A ) = ( B D C ) ⇒ a m 2 = c 2 2 ⇒ c 2 = a m {\displaystyle (GBA)=(BDC)\Rightarrow {\frac {am}{2}}={\frac {c^{2}}{2}}\Rightarrow c^{2}=am}
II.b) De maneira análoga, é provado que b 2 = a n {\displaystyle b^{2}=an}
Como A I / / C F {\displaystyle AI//CF} , temos nos triângulos A C F {\displaystyle ACF} e H C F {\displaystyle HCF} que ( A C F ) = ( H C F ) {\displaystyle (ACF)=(HCF)} , pois possuem a mesma base C F {\displaystyle CF} e mesma altura C H {\displaystyle CH} , sendo assim:
( A C F ) = ( H C F ) = 1 2 C F ⋅ C H = 1 2 {\displaystyle (ACF)=(HCF)={\frac {1}{2}}CF\cdot CH={\frac {1}{2}}}
Temos ainda que os triângulos B C J {\displaystyle BCJ} e A C F {\displaystyle ACF} são congruentes pelo caso LAL, pois A C ≡ C J = b {\displaystyle AC\equiv CJ=b} ; C F ≡ B C = a {\displaystyle CF\equiv BC=a} ; ∠ A C F ≡ ∠ B C J ≡ ∠ A C B + 90 ∘ {\displaystyle \angle ACF\equiv \angle BCJ\equiv \angle ACB+90^{\circ }} . Então, como A K / / C J {\displaystyle AK//CJ} temos:
( A C J ) = ( B C J ) = 1 2 A C ⋅ C J = 1 2 b 2 {\displaystyle (ACJ)=(BCJ)={\frac {1}{2}}AC\cdot CJ={\frac {1}{2}}b^{2}}
Portanto, da congruência B C J {\displaystyle BCJ} e A C F {\displaystyle ACF} , temos:
( B C J ) = ( A C F ) ⇒ 1 2 b 2 = 1 2 a n ⇒ b 2 = a n {\displaystyle (BCJ)=(ACF)\Rightarrow {\frac {1}{2}}b^{2}={\frac {1}{2}}an\Rightarrow b^{2}=an}
Demonstração III:
De maneira simplificada, somando as duas igualdades II.a) e II.b) temos:
b 2 = a n {\displaystyle b^{2}=an} e c 2 = a m {\displaystyle c^{2}=am} , logo b 2 + c 2 = a n + a m ⇒ b 2 + c 2 = a ( n + m ) {\displaystyle b^{2}+c^{2}=an+am\Rightarrow b^{2}+c^{2}=a(n+m)}
Como
n
+
m
=
a
{\displaystyle n+m=a}
, temos:
b 2 + c 2 = a ( n + m ) ⇒ b 2 + c 2 = a 2 {\displaystyle b^{2}+c^{2}=a(n+m)\Rightarrow b^{2}+c^{2}=a^{2}} (Teorema de Pitágoras)
Pode-se obter uma demonstração mais elaborada do teorema de Pitágoras por meio do cálculo de áreas. Observando a figura da demonstração II. b) temos que:
B C J ≡ A C F {\displaystyle BCJ\equiv ACF} , pelo caso LAL, então ( B C J ) = ( A C F ) {\displaystyle (BCJ)=(ACF)} . Temos também que ( A C J ) = ( B C J ) = ( A C F ) {\displaystyle (ACJ)=(BCJ)=(ACF)} e ( A C F ) = ( C H F ) = ( B C J ) {\displaystyle (ACF)=(CHF)=(BCJ)} . Daí, ( A C J ) = ( C H F ) {\displaystyle (ACJ)=(CHF)} .
Logo,
(
A
C
J
K
)
=
2
(
A
C
J
)
=
2
(
C
H
F
)
{\displaystyle (ACJK)=2(ACJ)=2(CHF)}
.
Por outro lado, da demonstração II. b), onde G B A ≡ B D C {\displaystyle GBA\equiv BDC} , pelo caso LAL, então ( G B A ) = ( B D C ) {\displaystyle (GBA)=(BDC)} . Temos ainda que ( A B D ) = ( B D C ) = ( A B G ) {\displaystyle (ABD)=(BDC)=(ABG)} e ( A B G ) = ( B H G ) = ( B D C ) {\displaystyle (ABG)=(BHG)=(BDC)} . Daí, ( A B D ) = ( B H G ) {\displaystyle (ABD)=(BHG)} .
Logo,
(
A
B
D
E
)
=
2
(
A
B
D
)
=
2
(
B
H
G
)
{\displaystyle (ABDE)=2(ABD)=2(BHG)}
.
Portanto, analisando a área do quadrado B C G F {\displaystyle BCGF} de acordo com as demonstrações II. a) e II. b), temos que:
(
B
C
F
G
)
=
(
C
H
I
F
)
+
(
B
H
G
I
)
{\displaystyle (BCFG)=(CHIF)+(BHGI)}
(
B
C
F
G
)
=
2
(
C
H
F
)
+
2
(
B
H
G
)
{\displaystyle (BCFG)=2(CHF)+2(BHG)}
(
B
C
F
G
)
=
(
A
C
J
K
)
+
(
A
B
D
E
)
{\displaystyle (BCFG)=(ACJK)+(ABDE)}
Concluindo,
(
B
C
F
G
)
=
a
2
{\displaystyle (BCFG)=a^{2}}
,
(
A
C
J
K
)
=
b
2
{\displaystyle (ACJK)=b^{2}}
e
(
A
B
D
E
)
=
c
2
{\displaystyle (ABDE)=c^{2}}
Então,
a
2
=
b
2
+
c
2
{\displaystyle a^{2}=b^{2}+c^{2}}
(Teorema de Pitágoras)
No trapézio A B C D {\displaystyle ABCD} de altura h {\displaystyle h} , temos os lados paralelos A B {\displaystyle AB} e D C {\displaystyle DC} , tal que A B = a {\displaystyle AB=a} e D C = b {\displaystyle DC=b} .
Demonstração: Vamos supor, sem perda de generalidade, que A B > D C {\displaystyle AB>DC} , e traçar pelo vértice B {\displaystyle B} um segmento paralelo ao lado A D {\displaystyle AD} de forma que intercepte o lado D C {\displaystyle DC} no ponto E {\displaystyle E} . Assim, como A B / / D C {\displaystyle AB//DC} e A D / / B E {\displaystyle AD//BE} , temos o paralelogramo A B E D {\displaystyle ABED} de altura h {\displaystyle h} e base D E = A B = a {\displaystyle DE=AB=a} , e temos ainda um triângulo B C E {\displaystyle BCE} de base E C = D C − D E = b − a {\displaystyle EC=DC-DE=b-a} , e altura h {\displaystyle h} .
Note que:
( A B C D ) = ( A B E D ) + ( B C E ) = a ⋅ h + 1 2 ( b − a ) h = 2 a h + b h − a h 2 {\displaystyle (ABCD)=(ABED)+(BCE)=a\cdot h+{\frac {1}{2}}(b-a)h={\frac {2ah+bh-ah}{2}}}
Portanto,
( A B C D ) = ( a + b ) h 2 {\displaystyle (ABCD)={\frac {(a+b)h}{2}}}
De acordo com o corolário: Se ABCD é um losango de diagonais AC e BD, então ( A B C D ) = 1 2 A B C D {\displaystyle (ABCD)={\frac {1}{2}}ABCD} .
Demonstração: Dado o losango A B C D {\displaystyle ABCD} , cujas diagonais interceptam-se no ponto M {\displaystyle M} , simultâneamente, ponto médio de ambas as diagonais A C {\displaystyle AC} e B D {\displaystyle BD} .
Como A B = B C = C D = D A {\displaystyle AB=BC=CD=DA} , os triângulos determinados pelas diagonais A C {\displaystyle AC} e B D {\displaystyle BD} , são isósceles e como M {\displaystyle M} é ponto médio destas diagonais, temos que, A M = M C {\displaystyle AM=MC} , B M = M D {\displaystyle BM=MD} , portanto os triângulos A B D {\displaystyle ABD} e B C D {\displaystyle BCD} são congruentes pelo caso LAL, assim como os triângulos A D C {\displaystyle ADC} e A B C {\displaystyle ABC} , pelo mesmo caso.
Sendo assim, vamos mostrar a área do losango através dos triângulos determinados pela diagonal B D {\displaystyle BD} .
( A B C D ) = ( A B D ) + ( B C D ) = 1 2 B D ⋅ M C + 1 2 B D ⋅ A M {\displaystyle (ABCD)=(ABD)+(BCD)={\frac {1}{2}}BD\cdot MC+{\frac {1}{2}}BD\cdot AM}
( A B C D ) = 1 2 B D ⋅ ( A M + M C ) {\displaystyle (ABCD)={\frac {1}{2}}BD\cdot (AM+MC)} .
Como A M + M C = A C {\displaystyle AM+MC=AC} , temos:
( A B C D ) = 1 2 A C ⋅ B D {\displaystyle (ABCD)={\frac {1}{2}}AC\cdot BD}