Tumor cerebral

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Tumor cerebral
Tumor cerebralRessonância magnética de metástases de um cancro do pulmão no hemisfério cerebral direito .
Sinónimos Neoplasia intrecraniana
Especialidade Neurocirurgia, oncologia
Sintomas Dependem da parte do cérebro envolvida, dores de cabeça, convulsões, problemas de visão, vómitos, alterações mentais
Tipos Benigno, maligno
Causas Geralmente desconhecidas
Fatores de risco Neurofibromatose, exposição a cloreto de vinil, vírus Epstein–Barr, radiação ionizante
Método de diagnóstico Tomografia computorizada, ressonância magnética, biópsia
Tratamento Cirurgia, radioterapia, quimioterapia
Medicação Anticonvulsivos, dexametasona, furosemida
Prognóstico Sobrevivência a cinco anos: ~ 35% (EUA)
Frequência 1,2 milhões de cancros do sistema nervoso (2015)
Mortes 229 000 (2015)
Classificação e recursos externos
CID-10 D71, D33,
CID-9 191, 225.0
CID-11 1719389232
DiseasesDB 30781
MedlinePlus 007222 000768
eMedicine emerg/334
MeSH D001932
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Um tumor cerebral ocorre quando se formam células anormais no cérebro. Existem dois tipos principais de tumores: tumores malignos e tumores benignos. Os tumores cancerosos podem ser divididos em tumores primários, que se começam a formar no próprio cérebro, ou tumores secundários, que se espalharam a partir de outras partes do corpo, denominados metástases cerebrais. Este artigo descreve principalmente os tumores que têm origem no cérebro. Todos os tipos de tumores cerebrais manifestam sintomas que variam conforme a parte do cérebro afetada. Os sintomas incluem dores de cabeça, convulsões, problemas de visão, vómitos e perturbações mentais. A dor de cabeça é geralmente mais intensa durante a manhã e desaparece após os vómitos. Alguns tipos de tumor podem provocar dificuldade em caminhar, falar ou a nível de sensibilidade.

A causa da maior parte dos tumores cerebrais é desconhecida. Entre os fatores de risco que podem ocasionalmente estar envolvidos estão uma série de condições hereditárias conhecidas como neurofibromatoses, assim como a exposição ao cloreto de vinil, ao vírus Epstein-Barr e à radiação ionizante. Embora tenham sido levantadas preocupações quanto ao uso de telemóveis, as evidências não são claras. Os tipos mais comuns de tumores primários em adultos são os meningiomas (geralmente benignos) e os astrocitomas, tais como os gliobastomas. Em crianças, o tipo mais comum são os meduloblastomas malignos. O diagnóstico é geralmente realizado através de exame clínico auxiliado por imagens de tomografia computorizada ou ressonância magnética. O diagnóstico pode ser confirmado por biópsia. Com base nas observações, os tumores são divididos diferentes graus de gravidade.

O tratamento pode incluir uma combinação de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Nos casos em que ocorrem convulsões podem ser administrados anticonvulsivos. Para diminuir o inchaço à volta do tumor podem ser administradas dexametasona e furosemida. Alguns tumores crescem lentamente, sendo apenas necessária monitorização e sem possivelmente sem necessidade de intervenção no futuro. O prognóstico varia consideravelmente de acordo com o tipo de tumor e de quanto se encontra disseminado no momento do diagnóstico. O prognóstico dos glioblastomas é geralmente pouco favorável, enquanto os meningiomas têm geralmente prognóstico positivo. A taxa de sobrevivência a cinco anos nos Estados Unidos para o cancro no cérebro é, em média, de 33%. Estão atualmente a ser investigados tratamentos que tiram partido do sistema imunitário da pessoa.

Os tumores do cérebro secundários, ou metástases, são mais comuns que os tumores do cérebro primários. Cerca de metade das metástases são provenientes do cancro do pulmão. Os tumores cerebrais primários afetam por ano cerca de 250 000 pessoas em todo o mundo, o que corresponde a menos de 2% do total de casos de cancro. Em jovens com idade inferior a 15 anos, os tumores do cérebro são a segunda principal causa de cancro, atrás apenas da leucemia linfoide aguda.

Tipos

Tumor do lobo frontal esquerdo, multiocular, invasivo, com processo infiltrante. Primários

Os tumores podem ser devido a multiplicação de células de dentro do cérebro (primitivos ou primários) ou de células de outros tumores no organismo que se implantam no cérebro (metástases ou secundários). Os tumores primários do cérebro podem ser originados de vários tipos de células de dentro do cranio, como os neurônios, astrócitos, oligodendrócitos, células ependimárias, tecido linfático, células dos vasos sanguíneos, células de Schwann, células da adeno-hipófise e glândula pineal. Dependendo da célula que dá origem ao tumor podem ser classificados em

Secundários

Qualquer câncer pode chegar ao cérebro, mas os tipos mais comuns que formam tumores cerebrais são:

Sinais e sintomas

Podem aparecer vagarosamente e irem piorando com o tempo ou de uma única vez. Os sintomas variam dependendo do tamanho e do local em que o tumor se encontra no cérebro e para onde ele se estende. Os sintomas podem indicar a localização do tumor e podem incluir:

Efeito massa

O cérebro está em uma caixa fechada dentro da qual há massa encefálica, sangue e liquor (liquido céfalo-raquidiano). O aumento de qualquer destes elementos se faz em detrimento dos demais, assim o crescimento de uma massa dentro do cérebro afeta os outros componentes e assim pode dar sintomas. Existem também sintomas mais específicos causados pelo aumento da pressão intracraniana, por lesões em áreas vitais no cérebro, edema (inchaço) por retenção de fluidos em volta do tumor, dificuldade de circulação do liquor causando a hidrocefalia ("água na cabeça" em grego).

Causas

Ainda hoje não se conhece os fatores causais dos tumores cerebrais, sendo que a maioria deles aparece sem que possamos saber o porque. Os traumatismos são relacionados ao aparecimento de certos tumores, mas sempre resta a dúvida se foi de fato um fator causal ou se ele apenas chamou a atenção para um problema existente. Recentemente muitos tem sido associado a alguma predisposição e/ou mutação genética. As alterações cromossômicas mais comuns em tumores cerebrais ocorrem nos cromossomos 1, 10, 13, 17, 19 e 22. As alterações nos cromossomos 1 e 19 são os mais freqüentemente encontrados em oligodendrogliomas e alterações no cromossomo 22 são mais freqüentemente encontrados em meningiomas.

A radioterapia prolongada e alguns oncovírus podem causar câncer em qualquer lugar, inclusive no cérebro, mas as radioterapias estão cada vez mais seguras para impedir o aparecimento de câncer e muitos oncovírus possuem vacinas.

Fatores de risco

O fator de risco é tudo aquilo que aumenta a chance de se ter um tumor.

Doenças que aumentam o risco de desenvolver tumores cerebrais incluem:

Outros fatores de risco:

Diagnóstico

Laço cinza, da campanha contra os cânceres de sistema nervoso.

O diagnóstico depende de exame médico geral e especifico, no qual o médico indagará por seus sintomas e sobre sua história pregressa pessoal e familiar. Após exame físico e neurológico completo no qual se checa reflexos, coordenação motora, sensibilidade, resposta aos estímulos e força muscular. O exame de Fundo de Olho com um aparelho chamado de oftalmoscópio ajuda a avaliar se há edema de papila que é uma maneira indireta de ver se há edema dentro do cérebro (edema cerebral).

Após, dependendo dos sintomas e do exame pode ser solicitados exames como Tomografia computadorizada, com e sem contraste para tentar identificar o tumor. Ressonância Nuclear Magnética que de forma parecida com a tomografia pode dar melhor imagem do tumor, conseguindo visualizar imagens que podem não aparecer na tomografia. Tomografia por emissão de pósitrons (PET scan) é mais usado para se seguir um tratamento, distinguindo o tumor do tecido cicatricial.

Tendo sido diagnosticado um tumor o passo seguinte, dependendo da localização do tumor é uma biópsia estereotáxica, feita por um neurocirurgião e encaminhada para exame anátomo-patológico, com a finalidade de se estabelecer qual é o tipo de tumor e eventualmente propor novos tratamentos.

Prevenção

Na medida em que não conhecemos os fatores causais podemos fazer muito pouco ou nada, para prevenir tais tumores. Até o momento não existem testes sanguíneos ou outros exames que possam ser usados de rotina com a finalidade de detecção precoce destes tumores.

Muitas investigações estão em andamento, principalmente fazendo parte do "Programa Genoma", com o intuito de saber o que altera antes do aparecimento do câncer do sistema nervoso central para assim conseguir impedi-lo.

O resultado dos tratamentos depende mais do local onde se encontra o tumor no cérebro e do tipo de tumor que do tamanho ao ser localizado, ou seja, não é como em outros tumores onde o diagnóstico precoce garante melhores resultados.

Tratamento

Os tratamentos dependem do local e tipo do tumor, do tamanho, estado geral do paciente e da idade. Tais tumores no geral demandam que sejam tratados por uma equipe médica que se componha de neurocirurgião, radioterapeuta, oncologista clinico, etc. Os tratamentos podem incluir neurocirurgia, radioterapia e eventualmente quimioterapia. Na maioria das vezes os tratamentos são uma combinação de cirurgia e radioterapia podendo ser usadas drogas como corticosteroides ou manitol para reduzir o inchaço do tecido cerebral e anticonvulsivantes para prevenir ou controlar os ataques epiléticos relacionados aos tumores.

Prognóstico

O prognostico depende do tipo de tumor, da sua malignidade, da extensão e da idade e estado geral do paciente. De maneira geral quanto menor o tumor, mais periférico e de menor grau de malignidade melhor o prognóstico.

A propagação/disseminação depende do tipo do tumor, mas geralmente os tumores cerebrais costumam crescer apenas localmente. Alguns tipos histológicos como ependimomas e meduloblastomas, embora não seja comum, podem dar metástases em outros locais como nos pulmão e ossos.

Referências

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