Esta página cita fontes, mas que não cobrem todo o conteúdo. Ajude a inserir referências. Conteúdo não verificável pode ser removido.—Encontre fontes: ABW • CAPES • Google (N • L • A) (Agosto de 2020) |
Campos de Carvalho | |
---|---|
Nome completo | Walter Campos de Carvalho |
Nascimento | 1 de novembro de 1916 Uberaba, Brasil |
Morte | 10 de abril de 1998 (81 anos) São Paulo, Brasil |
Nacionalidade | Brasileiro |
Ocupação | Escritor |
Género literário | Literatura nonsense ou absurda |
Magnum opus | Obra Reunida |
Walter Campos de Carvalho (Uberaba, 1º de novembro de 1916 – São Paulo, 10 de abril de 1998), foi um escritor brasileiro.
Filho do comerciante Jonas Carvalho e de Floriscena Cunha Campos Carvalho, foi o caçula de seis irmãos. Aos 16 anos, contrariando a família católica, declarou-se ateu. Em 1938 formou-se em direito na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, tendo se aposentado como procurador do estado de São Paulo, onde permaneceu até a aposentadoria, aos 53 anos.
Na faculdade, aproximou-se do movimento anarquista. Em meados da década de 1930, colaborou nos jornais A Plebe e Lavoura e Commercio. No início dos anos 1950, mudou-se a trabalho, junto da esposa Lygia Rosa de Carvalho, para o Rio de Janeiro, retornando a São Paulo somente no final dos anos 1980.
Sua vida sempre esteve ligada à literatura, tendo publicado inicialmente Banda forra (ensaios humorísticos), em 1941, e Tribo (romance), em 1954. Mais tarde, escreveu os romances A Lua vem da Ásia (1956), Vaca de Nariz Sutil (1961), A Chuva Imóvel (1963) e O Púcaro Búlgaro (1964), hoje considerados verdadeiros marcos da literatura brasileira. A Lua vem da Ásia e A Chuva Imóvel chegaram a ser traduzidos para o francês. Em 1965, a Civilização Brasileira publicou, em uma antologia temática, o Espantalho habitado de pássaros.
Campos de Carvalho, como ficou conhecido no meio literário, também colaborou com O Pasquim e trabalhou no jornal O Estado de S. Paulo, no período de 1968 a 1978.
Em entrevistas, o escritor adotava sempre uma postura clown.
“Nasci clown e morrerei clown, embora a vida toda tenha sido um mero funcionário público. (Todos os funcionários públicos são meros, quando deveriam ser melros). Sou eternamente grato a um crítico que certa vez me chamou de clown (nem a minha própria mãe me chamou assim) — como sou grato aos que me chamaram de palhaço com segundas intenções ou mesmo com terceiras. Antes de morrer ainda hei de armar o meu pavilhão auricular, isto é, dourado, em todas as praças do mundo e dele partir como um bólido rumo a todas as constelações, pregando a hilaridade e a língua de fora à boa maneira de Einstein e dos enforcados: ASSIM!” — Cf. “Os Anais do Campos de Carvalho”. In: O Pasquim
“Há quem me tome por louco e eu mesmo já me tomei. Mas basta uma visita ao hospício para me convencer — desgraçadamente — do contrário. É como se fosse um lobo vestido com a pele de um cordeiro: expulsam-me só pelo faro. O título do livro que estou escrevendo no momento é exatamente Maquinação da Máquina, Especulação de Espelho. Assim como a 4ª Sinfonia de Charles Ivens exige a presença de três maestros para ser bem interpretada, assim também penso que esse meu novo livro, para ser bem compreendido, deva ser lido simultaneamente por três leitores”. Revista O Cruzeiro, 30 de outubro de 1969
As principais obras de Campos de Carvalho permaneceram na obscuridade durante décadas, virando raridades. Em 1995 (31 anos depois do seu último livro) a Editora José Olympio republicou os quatro títulos prediletos de Campos de Carvalho em um único volume. Mais recentemente foi lançado o livro Cartas de Viagens e Outras Crônicas.
Em 2005, a biografia Quem Tem Medo de Campos de Carvalho, de Juva Batella, foi lançada pela editora 7letras. Em 2012, Augusto Guimaraens Cavalcanti publicou o romance Fui à Bulgária procurar por Campos de Carvalho (7letras), inspirado em O púcaro búlgaro, de Campos de Carvalho.
As obras de Campos de Carvalho foram adaptadas para o teatro pelo menos três vezes: