No mundo contemporâneo, Cenotáfio de Newton ganhou uma relevância sem precedentes. Seja pelo seu impacto na sociedade, pelo seu papel na cultura popular ou pela sua relevância na academia, Cenotáfio de Newton tornou-se um tema recorrente de conversa. Na verdade, não é surpreendente que Cenotáfio de Newton seja objeto de debate e análise em inúmeras áreas, uma vez que a sua influência se estende a múltiplos aspectos da vida moderna. Neste artigo exploraremos em profundidade o fenômeno Cenotáfio de Newton, abordando suas diversas facetas e analisando sua importância no contexto atual.
Cenotáfio de Newton (conhecido também como Mausoléu de Newton[1]) é um célebre projeto utópico concebido por Étienne-Louis Boullée. Um cenotáfio (tumba vazia) imaginário dedicado ao físico e matemático Isaac Newton (1642–1727); a imensa esfera em cujo interior estaria representada a abóbada celeste. Boullée, fascinado com a física newtoniana, elabora uma edificação, simétrica a um plano e definida por uma esfera com cerca de 150 metros de diâmetro incrustada numa base circular ornamentada com árvores, e de proporções colossais inspiradas em formas clássicas, ilustrando bem as características gerais da arquitectura do século XVIII. A forma atingia o seu sublime a partir de grandes massas simples, livres de qualquer decoração supérflua e edifícios cuja forma expressava o seu propósito. A sobriedade das linhas mestras da composição não era alterada pela profusão ornamental, que era cuidadosamente localizada. Os desenhos e esboços do projeto de Boullée, conservam-se na Biblioteca Nacional de França. Este projeto representa um dos icones da então denominada arquitetura visionária.
O projeto, com o seu gigantismo e as suas formas geométricas elementares em que confluem os ideais do iluminismo, representa a obra mais célebre do arquiteto francês e é um reduto da chamada arquitetura revolucionária. O projeto não foi realizado, remonta a 1784 e expressa a síntese dos ideais de Boulée: «Oh Newton! Se com a extensão das suas luzes e o seu génio sublime definiu o formato da Terra, eu concebo um projeto que envolve a sua própria descoberta.»[2]
O objetivo do projeto era, portanto, provocar no observador sensações cósmicas frente a um espaço em que reproduza a imensidão do universo. A esfera possui uma base circular, ladeada por patamares revestidos com ciprestes, enquanto que o seu interior é iluminado pelas estrelas a partir das aberturas feitas na face exterior; o mausoléu propriamente dito está localizado na base da esfera.