Curtume

Tinturaria em Marrakesh Dois homens pressionam o couro, no final da produção de curtumes. circa: 1976 "La Tannerie" de Marraquexe (Marrocos). Neste complexo, gerido por uma associação de artesãos, processam-se peles de diversos animais e fibras vegetais que serão depois convertidos em roupa, malas, tapetes,... Aqui são usados todos os métodos tradicionais.

Curtume (ou alcaçaria) são operações de processamento do couro cru e, por extensão, ao local onde este processamento é feito. Tem por finalidade deixá-lo utilizável para a indústria e o atacado. Os curtimentos (de curtir) mais comumente utilizados são o vegetal e o mineral, sendo este último o mais utilizado.

Descrição

Desde o início da humanidade, se tem notícias de tratamento de peles e couros, algumas pela simples desidratação, processo simples onde se utiliza algum tipo de sal para auxiliar este sistema. O mais comum é o cloreto de sódio, o sal de cozinha também utilizado na culinária, oriundo da extração marinha. Como também pelo processo químico do curtimento, onde se oferece ao colágeno (parte principal e mais importante do processo coureiro), substâncias tanantes, que nada mais são que conservadores vegetais ou minerais para o couro.

As primeiras notícias que se tem sobre estas substâncias, são as extraídas de alguns tipos de cascas de árvores, que apresentam grande teor de tanino, substância esta que ligada ao colágeno, permite um isolamento das fibras naturais contra fungos e bactérias que são as responsáveis pela degradação da pele "in natura".

Atualmente a substância mais utilizada pelos curtumes, é o cromo III. Esta escolha se dá pela maior agilidade no processo de curtimento, barateando os custos, e tornando-o comercial para todo o planeta, já que com muita facilidade se encontra couros de diversas nacionalidades viajando pelo mundo, porém este produto é o maior vilão desta indústria, pois é tóxico e necessita de grande tempo para sua total absorção pela natureza.

Defeitos do couro

Os defeitos apresentados pelas peles podem ter diferentes origens. Alguns são causados durante a vida do animal, outros de certos procedimentos de fabricação, eles são: a esfola; a conservação; processamento das peles.

Depois de terminado o fabrico, a quantidade de imperfeições presentes na superfície (flor) do couro o faz ter seu preço inversamente proporcional.

Defeitos Pré-produção

Este homem limpa a pele de animal de toda a gordura e impurezas. Imagem captada na "Tannerie" de Marraquexe (Marrocos). Neste complexo, gerido por uma associação de artesãos, todo o processamento de peles e fibras vegetais é manual e todo o processo respeita a tradição.

Marcas a fogo

A marcação a fogo é feita para identificar o gado de determinado rebanho. As marcas originadas acarretam o surgimento de defeitos e a consequente desvalorização das peles. As marcas são normalmente profundas e a cicatriz resultante é visível no carnal, e, quando executadas sobre a zona do grupão, determinam perdas incalculáveis. A Lei nº4.714 de 29 de junho de 1965 disciplina o assunto e proíbe o uso de marca maior que 0,11m de diâmetro, indicando, ainda, as zonas da pele do animal passíveis de marcação. Assim, as zonas da cara, pescoço, pernas e regiões fora da zona do grupão, podem receber marcação.

No transporte dos animais

Durante o transporte dos animais, podem ocorrer lacerações e marcas nas peles, provocadas por parafusos ou pregos salientes, eventualmente existentes nos vagões e carroçarias.

Os processos

Os processos de um curtume vão além do curtimento propriamente dito, e são classificados da seguinte maneira:

Ligações externas