No mundo de hoje, Ernst Jünger é um tema que tem captado a atenção e o interesse de um grande número de pessoas. Desde o seu surgimento, Ernst Jünger gerou debates e questionamentos, além de impactar diversos aspectos da sociedade. Seja pela sua relevância histórica, pelo seu impacto na cultura popular ou pela sua influência na vida quotidiana, Ernst Jünger conseguiu transcender fronteiras e gerações, tornando-se um tema de interesse tanto para especialistas como para o público em geral. Neste artigo iremos explorar os diferentes aspectos relacionados com Ernst Jünger, analisando a sua importância, as suas implicações e a sua relevância no contexto atual.
Ernst Jünger | |
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![]() Ernst Jünger em 1920.
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Nascimento | 29 de março de 1895 Heidelberg, Império Alemão |
Morte | 17 de fevereiro de 1998 (102 anos) Riedlingen, Alemanha |
Nacionalidade | alemão |
Cônjuge | Gretha von Jeinsen (1925 a 1960) Liselotte Lohrer (casado em 1962) |
Alma mater | Universidade de Leipzig |
Ocupação | Escritor, filósofo e entomologista |
Prémios | Pour le Mérite Prémio Mundial Cino Del Duca (1981) Prêmio Goethe (1982) |
Escola/tradição | Movimento Revolucionário Conservador |
Principais interesses | Filosofia, literatura, guerra, história, teoria social |
Conflitos | Primeira Guerra Mundial Segunda Guerra Mundial |
Religião | Catolicismo Romano |
Assinatura | |
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Ernst Jünger (Heidelberg, 29 de março de 1895 – Riedlingen, 17 de fevereiro de 1998) foi um militar, escritor, filósofo, radical aristocrata e entomologista alemão. Jünger manteve uma filosofia consistente ao longo de sua vida longeva (ele morreu em 1998, aos 102 anos). Ele se opôs ao que era e é comum a todas as ideologias modernas — a opressão espiritual do homem e a visão do homem como máquina, como instrumento para fins utópicos; apesar de ter escrito contra valores liberais, a democracia e a República de Weimar e seus livros terem sido populares entre os nazistas[1] A filosofia de Jünger está alinhada com o "niilismo ativo" de Friedrich Nietzsche e o "império da técnica" de Heidegger, a quem Jünger influenciou profundamente.
Jünger terminou a vida como uma figura literária honrada, embora os críticos continuassem a acusá-lo de glorificar a guerra como uma experiência transcendental em algumas de suas primeiras obras. Ele foi um militarista fervoroso e uma das figuras mais complexas e contraditórias da literatura alemã do século XX [2]
Depois de uma adolescência agitada e de uma fuga aos dezesseis anos para se engajar na Legião Estrangeira, quando pode conhecer a África no início do século XX, participou com entusiasmo da Primeira Guerra Mundial, sendo ferido sete vezes, motivo pelo qual recebeu a condecoração Pour le Mérite em 1918, denominada também como Max Azul (Blauer Max).[3][4][5]
Jünger ingressou na Legião Estrangeira Francesa em 1913, mas seu pai o trouxe de volta para a Alemanha. Em 1914, ele se ofereceu como voluntário do exército alemão no início da Primeira Guerra Mundial e serviu como oficial na Frente Ocidental durante todo o conflito. Como soldado, Jünger se destacou por sua bravura: foi ferido pelo menos sete vezes e, em 1918, recebeu a condecoração Pour le Mérite em 1918, denominada também como Max Azul (Blauer Max), a mais alta condecoração militar da Alemanha.[3][4][5]
Após a guerra publicou em 1920 In Stahlgewittern (Tempestades de Aço), um romance em forma de diário; contém lembranças vívidas de sua vida nas trincheiras e suas experiências em combate como comandante de companhia. Em uma voz desapaixonada e objetiva, Jünger descreve o heroísmo e o sofrimento exibidos por ele e seus companheiros soldados nos combates brutais na Frente Ocidental. As Tempestades de Aço foi um sucesso de crítica e público na Alemanha e em outros países. André Gide chegou a escrever que o livro de Ernst Jünger era incontestavelmente o mais belo livro sobre a guerra de 1914 que havia lido.[3][4][5]
Dois anos depois, publicou Der Kampf als inneres Erlebnis (“Combate como experiência interna”).[3][4][5]
Após ser dispensado do exército em 1923, Jünger estudou zoologia e botânica nas universidades de Leipzig e Nápoles. Ele publicou mais lembranças e reflexões sobre suas experiências de guerra em Das Wäldchen (1925; “O Bosque”) e Feuer und Blut (1925; “Fogo e Sangue”).[3][4][5]
Apesar de seu militarismo, sua preferência por um governo autoritário e seus ideais nacionalistas radicais, Jünger resistiu às ofertas de amizade de Adolf Hitler no final da década de 1920 e se recusou a aderir ao movimento nazista mesmo depois que o partido chegou ao poder na Alemanha em 1933. Além disso, durante a chancelaria de Hitler, ele escreveu uma alegoria crítica ao nazismo, sobre a devastação bárbara de uma terra pacífica no romance Auf den Marmorklippen (1939; On the Marble Cliffs ), que, surpreendentemente, passou pelos censores e foi publicado na Alemanha.[3][4][5]
Sondado pelo partido nazista devido a seu passado de combatente e seus escritos políticos nacionalistas, ele recusou qualquer envolvimento. Depois de 1933 a Gestapo passou a vigiá-lo. Mudou-se para uma aldeia, Goslar, nas montanhas Harz; depois se radicou em Überlingen.[3][4][5]
Em 1934 publica a sua primeira denúncia ao racismo fascista em seu texto "Blaetter und Steine" (Folhas e pedras). Em seguida realizou uma série de viagens: à Noruega em 1935, ao Brasil, Ilhas Canárias e Marrocos em 1936.[3][4][5]
Durante a Segunda Guerra Mundial em Paris ocupada, mais precisamente desde 1941 Jünger freqüentou os salões literários e de fumadores de ópio, o que permitiu que aos poucos se ligasse aos oficiais insatisfeitos com Hitler.[3][4][5]
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Em 1943 ele se voltou abertamente contra o totalitarismo nazista e seu objetivo de conquista do mundo, como retratado em Der Friede (“A Paz”). Jünger foi demitido do exército em 1944 depois de ter sido indiretamente vinculado a oficiais que planejaram matar Hitler. Alguns meses depois, seu filho morreu em combate na Itália depois de ter sido condenado a um batalhão penal por motivos políticos.[3][4][5]
No ano seguinte contactou com André Gide e Julien Green. Em 1939, mudara-se para Kirchhorst na Baixa Saxônia e é publicada a obra-prima Nos Penhascos de Mármore, romance alegórico que denuncia a barbárie perpetrada pelo Nazismo. Mais do que a denúncia de um regime autoritário, o romance ilustra de maneira sutil as forças que se estabelecem num regime ditatorial.[3][4][5]
Os fotolivros de Ernst Jünger são acompanhamentos visuais de seus escritos sobre tecnologia e modernidade. Os sete livros de fotografia que Jünger publicou entre 1928 e 1934 são representativos do período mais militarista e radicalmente de direita em sua escrita. Os primeiros fotolivros de Jünger, Die Unvergessenen (O Esquecido, 1929) e Der Kampf um das Reich (A Batalha pelo Reich, 1929) são coleções de fotografias de soldados mortos na Primeira Guerra Mundial e da frente da Guerra Mundial, muitas das quais ele mesmo tirou. Ele também contribuiu com seis ensaios sobre a relação entre guerra e fotografia em um fotolivro de imagens de guerra chamado Das Antlitz des Weltkrieges: Fronterlebnisse deutscher Soldaten (A Face da Guerra Mundial: Experiências de Frente dos Soldados Alemães, 1930) e editou um volume de fotografias que tratam da Primeira Guerra Mundial, Hier spricht der Feind: Kriegserlebnisse unserer Gegner (A Voz do Inimigo: Experiências de Guerra de nossos Adversários, 1931). Jünger também editou uma coleção de ensaios, Krieg und Krieger (Guerra e Guerreiros, 1930, 1933) e escreveu o prefácio de uma antologia fotográfica de aviões e vôo chamada Luftfahrt ist Not! (Voar é imperativo! , 1928).[6]