Freia

Freyja
FreiaFreia por John Bauer
Freia
Deusa do amor, da fertilidade, beleza, riqueza, magia, dos céus, do mar, da terra, guerra e morte
Reino Asgard
Clã Vanir
Cônjuge Óðr
Pais Njord e Skadi
Irmãos Frey
Filhos Hnoss e Gersemi
Artefactos Brisingamen
Portal da Mitologia nórdica

Freia (em norueguês: Frøya, em língua nórdica antiga: Freyja) é uma das deusas mais antigas na antiga religião germânica, da qual se preservaram numerosos relatos que a envolvem ou a descrevem, devido ao fato de que as fontes mais bem documentadas desta tradição religiosa foram transmitidas ou alteradas por historiadores cristãos medievais e em muitos casos escritas mais de um século e meio mais tarde. Ela é associada ao amor, fertilidade, beleza, riqueza, magia, guerra e morte.

É também cultuada em religiões neopagãs, como a Ásatrú.

Etimologia

Frey, Freya, Freia derivam de palavras germânicas cujo significado são "senhor" e "senhora" (em nórdico antigo: Freyja, também grafado Freya, Freja, Freyia, e Frøya) é a deusa mãe da dinastia de Vanir na mitologia nórdica.

Filha de Njord, o deus do mar e um mítico rei da Suécia, e Skadi, a deusa do gelo, e irmã de Frey, ela é a deusa do amor, da beleza, da sexualidade, da sensualidade, da fertilidade, da atração, da luxúria, ouro, guerra e morte, da música e das flores.

Origens

Edda Poética

Freia, por Johannes Gehrts, 1901

Völuspá é o primeiro e um dos principais poemas da Edda poética. No poema Völva nos dá muita informação sobre os eventos futuros e passados ao deus Odin, Freia é citada brevemente no poema, sendo mencionada quando os deuses se reúnem para romper o acordo com o construtor das muralhas de Asgard. A deusa é citada ainda nesta composição como a noiva de Óðr.

É também a deusa da magia, da adivinhação, da riqueza (as suas lágrimas transformavam-se em ouro), da sabedoria e líder das valquírias (condutoras das almas dos mortos em combate).

As eddas mencionam que recebia metade das almas mortas em combate em seu palácio chamado Fólkvangr, enquanto que Odin recebia a outra metade em Valhala.

A origem do Seiðr e seu aprendizado pelos ases (Aesir) se atribuía a Freia.

De carácter arrebatador, teve vários deuses como amantes e é representada como uma mulher atraente e voluptuosa, de olhos claros, baixa estatura, sardas, trazendo consigo um colar mágico, emblema da deusa da terra, chamado Brisingamen.

Mitologia

Heimdall retorna o colar de Freia, por Nils Blommér, Malmö konstmuseum

Diz a lenda que ela estava sempre procurando, no céu e na terra, por Óðr, seu marido perdido, enquanto derramava lágrimas que se transformavam em ouro na terra e âmbar no mar.

Na tradição germânica, Freia e dois outros Vanirs (deuses da natureza) se mudaram para Asgard para viver com os Aesir (deuses de guerra) como símbolo da amizade criada depois de uma guerra.

Usava o colar de Brisingamen, supostamente feito de ouro, o colar representava o Sol e o ciclo do dia e noite, de acordo com as notas de Saxão Gramático o colar estava entre os objetos dados aos deuses por Alberich. Em uma parte do poema Húsdrápa, na Edda em prosa (Skaldskaparmal) é relatado o roubo do colar por parte de Loki, colar este que era considerado um tesouro de grande valor e beleza, quando Freia deu-se conta, do desaparecimento de seu colar solicitou a ajuda de Heimdall.

Depois de uma longa batalha, Heimdall vence Loki, retornando vencedor e devolvendo o colar a deusa. É um relato importante já que marca um o ódio mútuo que ao futuro, os destinará a combater-se e derrotar um ao outro no final do Ragnarök.

Este mito supracitado se dá no mar e talvez esteja relacionado com a origem de um dos nomes de Freia (Freia, Freja, Froya, etc.) neste caso "Mardoll" o "brilho do mar" sendo o brilho aqui o do colar roubado por Loki (Brisingamen) já que brisinga que significa brilhante, cintilante, flamejante.

No próprio nome de Heimdall, a palavra dallr (luz) e é o masculino de döll e "heim" terra. Esta é talvez uma das histórias que se perderam na busca de Freia por seu esposo.

Freia frequentemente conduzia um carro de guerra, puxado por um par de Linces.

No Gilfaginning há relatos que conduziu este carro até o funeral de Balder.

Os felinos são sagrados para Freia, assim como os corvos e os lobos para Odin.

Freia compartilhava os mortos de guerra com Odin. Metade dos homens e todas as mulheres mortos em batalha iriam para seu salão Fólkvangr.

Ver também

Referências

  1. «Freya Deusa do Amor na Mitologia Nórdica - Mitologia Nordica». Mitologia Nordica - www.mitologia-nordica.net 
  2. Gareth, Williams (2001). http://www.bbc.co.uk/history/ancient/vikings/religion_02.shtml Pagan belief;Viking Religion
  3. Gareth, Williams (2001). http://www.bbc.co.uk/history/ancient/vikings/evidence_04.shtml Sagas How do we know about the Vikings?
  4. Craigie, W. A. (1914). Religion of Ancient Scandinavia Constable & Company Ltd.
  5. P. (1998). Människor och makter i vikingarnas värld. Ordfront. pp. 72. ISBN 91-7324-591-7.
  6. Grundy (1998:56—66).
  7. Lindow, John (2001). Norse Mythology: A Guide to the Gods, Heroes, Rituals, and Beliefs. Oxford University Press. ISBN 0-19-515382-0.
  8. Sturluson, Snorri. trad. Arthur Gilchrist Brodeur (1916) (ed.)
  9. Steinsland, G. & Meulengracht Sørensen, P. (1998). Människor och makter i vikingarnas värld. : Ordfront. 72 páginas. ISBN 91-7324-591-7  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  10. Sturluson, Snorri. «Oddrúnargrátr, estrofas 7-8». Edda poética. Traduzido por Henry Adams Bellows (1936). Consultado em 12 de março de 2008 
  11. Sturluson, Snorri. trad. Samuel Laing (1844) (ed.): http://mcllibrary.org/Heimskringla/ynglinga.html
  12. «Ver letra 'F' - Freyja». cybersamurai.net. Consultado em 29 de Junho de 2012. Arquivado do original em 28 de janeiro de 2011 
  13. Hollander, Lee M (1968). The skalds : a selection of their poems. Ann Arbor: University of Michigan Press.
  14. Sturluson, Snorri. trad. Arthur Gilchrist Brodeur (1916) (ed.): «Skáldskaparmál, estrofa 28». Edda prosaica.
  15. Jónsson, Guđni. Edición en nórdico antiguo (ed.): «Skáldskaparmál». Edda poética.
  16. Rydberg, Viktor. «Teutonic Mythology - Gods and Goddesses of the Northland
  17. Rydberg, Viktor. http://www.northvegr.org/lore/rydberg/ Arquivado em 8 de abril de 2008, no Wayback Machine." Teutonic Mythology - Gods and Goddesses of the Northland
  18. Sturluson, Snorri. trad. Arthur Gilchrist Brodeur (1916) (ed.): «Gylfaginning, capítulo 49». Edda em prosa
  19. Grimm, Jacob. trad. Northvegr Foundation (ed.): «Teutonic Mythology»

Bibliografia