Este artigo abordará a questão Mário Raposo, que ganhou considerável relevância nos últimos tempos. Mário Raposo tornou-se um tema de interesse para um amplo espectro de pessoas, pois a sua influência se estende a diferentes áreas da vida diária. Do nível pessoal ao profissional, Mário Raposo tem-se posicionado como ponto de discussão e reflexão em diversas esferas. Ao longo deste artigo serão analisados diferentes aspectos relacionados com Mário Raposo, com o objetivo de oferecer uma visão abrangente e enriquecedora desta questão atual.
Mário Raposo | |
---|---|
Mário Raposo | |
Ministro(a) de Portugal | |
Período | III Governo Constitucional
|
Dados pessoais | |
Nascimento | 15 de janeiro de 1929 Coimbra |
Morte | 2 de outubro de 2013 (84 anos) Lisboa |
Partido | Partido Social Democrata |
Profissão | advogado |
Mário Ferreira Bastos Raposo GCIH (Coimbra, 15 de janeiro de 1929 — Lisboa, 2 de outubro de 2013) foi um advogado e político português.[1]
Filho de Mário da Silva Raposo (Coimbra, 17 de Dezembro de 1902 - Lisboa, 28 de Março de 1988) e de sua mulher Adélia Ferreira Bastos (Braga, 2 de Julho de 1909 - Lisboa, 2 de Novembro de 1975).
Ocupou diversos cargos ministeriais em governos portugueses. Foi também 14.º Bastonário da Ordem dos Advogados Portugueses de 1975 a 1977 e 5.º Provedor de Justiça de 1990 a 1991.
Foi à época considerado um dos mais ilustres advogados portugueses e um homem público de exemplar retidão.[2] Considerada a sua carreira e postura moral, a Assembleia da República considerou-o uma "referência ética". [1]
Durante o seu mandato como Bastonário, a Ordem dos Advogados assumiu um papel de relevo no Verão Quente de 1975 na defesa da legalidade democrática. [3]
Foi o inspirador da profunda reforma legislativa implementada nos anos 80 tendo promovido a publicação ou revisão do Código Comercial, Código das Sociedades Comerciais, Código do Processo Civil e Código do Processo Penal. [2]
Foi deputado na Assembleia da República entre 1979 e 1990, tendo exercido a presidência da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. [4]
Entre 1976 e 1977 foi vice-presidente da.Union Internationale des Avocats [5]
Foi o primeiro presidente da Comissão Nacional de Ética para as Ciências da Vida.[4]
Foi conselheiro de Estado e membro do Conselho Superior do Ministério Público.[4]
Foi membro titular do Tribunal Internacional de Arbitragem de Haia. [4]
Reputado especialista em Direito Marítimo, foi membro titular do Comité Maritime International. [4]
Foi o primeiro presidente do Instituto Ibero-Americano de Direito Marítimo (1988-1991). [4]
Desempenhou funções como professor convidado de Direito Marítimo na Universidade Internacional de Lisboa. [6]
Em reconhecimento da sua carreira devotada aos assuntos do Mar, a Academia de Marinha nomeou-o Membro Emérito em 2010. [7]
Foi autor do livro "Estudos sobre o novo Direito Marítimo". [8]
Publicou ao longo dos anos uma ´serie de artigos dedicada ao Direito Marítimo na Revista da Ordem dos Advogados visando a divulgação desse ramo do Direito:
Temas de Direito Marítimo[9]
Responsabilidade extracontratual das sociedades de classificação de navios[10]
A nova lei marítima de Macau e os seus trabalhos preparatórios[11]
Contrato de transporte marítimo[12]
Sobre o conceito de barataria[13]
Problemas relacionados com o arresto de navios[14]
Perda do direito à limitação legal da responsabilidade do transportador marítimo de mercadorias[15]
Prazo para a propositura da ação de indemnização pela entrega indevida das mercadorias[16]
Arresto de navios[17]
Transporte de mercadorias - hoje e amanhã[18]
No decurso da sua carreira dedicou também uma especial atenção ao Direito da Arbitragem, tendo promovido a aprovação da Lei da Arbitragem Voluntária de 1986. [2]
Publicou trabalhos doutrinários que divulgaram o uso dos meios alternativos de resolução de conflitos em geral, e especialmente da arbitragem. A maior parte desses estudos foi congregada no livro "Estudos sobre Arbitragem Comercial". [19]
Em reconhecimento do seu "incessante esforço científico e pedagógico na defesa de meios alternativos de resolução de conflitos, em geral, e da arbitragem, em particular» [2], foi publicado o livro "Estudos de Direito da Arbitragem em homenagem a Mário Raposo" [2].
Foi durante o período que desempenhou o cargo de Ministro da Justiça do IX e X Governo Constitucional, que o grupo terrorista Forças Populares 25 de Abril foram julgadas e condenadas. A sua atuação foi bastante questionada em várias fases do processo, nomeadamente na falta de apoio politico dada a Gaspar Castelo Branco quer durante as greves da fome dos réus das FP-25, que reclamavam o estatuto de presos políticos, mas também após a fuga de nove dos terroristas do Penitenciária de Lisboa, em Setembro de 1985. Após este fuga foram-lhes definidas condições mais duras.[20] [21]
Posteriormente e após o assassinato de Gaspar Castelo Branco, ordenou a flexibilização das condições dos detidos,[22] numa decisão bastante questionada na época. Durante o julgamento, mandou ainda retirar da circulação e destruir os exemplares existentes do livro Caso FP-25 de Abril : Alegações do Ministério Publico. Este livro de mais de 1000 páginas descrevia exaustivamente toda a acusação do processo e deveria ser distribuído junto do boletim mensal do Ministério.[23][24] No entanto, este veio a ser disponibilizado em formato digital, no final de 2021 por iniciativa do filho de uma das vítimas do grupo terrorista.[25]
O Instituto dos Advogados Brasileiros atribui-lhe a Medalha Montezuma.
Precedido por José Santos Pais |
Ministro da Justiça[28] 29 Agosto de 1978 a 22 Novembro de 1978 |
Sucedido por Eduardo Silva Correia |
Precedido por Pedro de Lemos e Sousa Macedo |
Ministro da Justiça[28] 3 Janeiro de 1980 a 9 Janeiro de 1981 |
Sucedido por José Manuel Menéres Sampaio Pimentel |
Precedido por Rui Machete |
Ministro da Justiça[28] 15 Fevereiro de 1985 a 6 Novembro de 1985 6 Novembro de 1985 a 17 Agosto de 1987 |
Sucedido por Fernando Nogueira |