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O Movimento Free Britney (ou #FreeBritney; Liberte Britney, em tradução livre) foi um movimento social iniciado na internet criado pelos fãs da cantora estadunidense Britney Spears que exige o fim de curatela exercida por seu pai, que começou em 2008.[1] O movimento tornou-se popular em 2019, após o surgimento de denúncias envolvendo a época em que Spears esteve internada em uma clínica psiquiátrica no início do ano.[2] A curatela foi encerrada em 12 de novembro de 2021.
Em 2008, Britney Spears foi internada em uma clínica psiquiátrica por duas vezes.[3] Na época, ela estava passando por conflitos em sua vida pessoal, incluindo o divórcio com Kevin Federline, raspando a cabeça, atacando paparazzi e perdendo a custódia de seus dois filhos com Federline.[4] Após a segunda internação o pai de Spears, James "Jamie", entrou com uma petição para instituir uma curatela temporária sob Spears, que foi tornada permanente nesse mesmo ano.[3] Jamie atuou como curador dos assuntos pessoais da filha, bem como de suas finanças ao lado de Andrew Wallet, que ocupou o cargo a partir de 2009.[3][5]
Sob a curatela, Spears lançou quatro álbuns de estúdio, dois – Circus (2008) e Femme Fatale (2011) – receberam certificado de platina.[6] Ela também foi jurada na segunda temporada do reality show The X Factor em 2012.[7] De 2013 a 2017, Spears se apresentou em uma temporada de shows, chamada Britney: Piece of Me, em Las Vegas.[8] A residência arrecadou mais de US$ 137 milhões.[9] Em 2018, a irmã de Spears, Jamie Lynn, tornou-se a beneficiária de sua propriedade.[5] Jamie sofreu uma ruptura do cólon no mesmo ano.[10] Enquanto se preparava para começar sua segunda residência em Las Vegas em 2019, Spears anunciou que faria uma pausa na carreira devido a problemas de saúde do pai.[8] Em março, Wallet renunciou ao cargo de co-curador da curatela após 11 anos.[11] Devido ao estresse, Spears ficou internada por 30 dias em uma clínica de saúde mental no mesmo mês.[12]
Em abril de 2019, um podcast centrado em Spears intitulado Britney's Gram divulgou uma mensagem de voz de uma fonte anônima alegando ser um ex-membro da equipe jurídica de Spears; a fonte alegou que a segunda residência planejada havia sido cancelada por Jamie devido à recusa de Spears em tomar seu remédio, e que Spears estava involuntariamente presa em casa desde janeiro depois de violar uma das regras que a proibia de dirigir, e que a curatela era originalmente suposta para terminar em 2009.[13][14] Após o episódio do podcast, um movimento para encerrar a curatela, apelidado de #FreeBritney, começou.[15] Fãs fizeram um protesto em frente ao West Hollywood City Hall e pediram a libertação de Spears da clínica psiquiátrica em 22 de abril.[12] Spears tranquilizou seus fãs sobre seu bem-estar dias depois e deixou as instalações no final do mês.[16][17] Em maio, Brenda Penny, a juíza que presidia o caso, ordenou uma "avaliação pericial" da curatela durante uma audiência.[18] Em setembro, Federline conseguiu uma ordem de restrição contra Jamie, após este ser acusado de agredir fisicamente, Sean, filho mais velho de Spears. No mesmo mês, Jodi Montgomery assumiu o cargo de curadora pessoal da artista temporariamente.[19]
Em 17 de agosto de 2020, Samuel D. Ingham III, advogado de Spears nomeado pelo tribunal, comunicou a corte o desejo de sua cliente de alterar a curatela para refletir seus desejos e estilo de vida, o que incluía a instituição permanente de Montgomery como sua curadora e a substituição de Jamie por um fiduciário como administrador de seus negócios.[20] Penny estendeu o acordo em andamento até fevereiro de 2021 no final daquele mês.[21] Em novembro de 2020, a justiça nomeou a instituição Bessemer Trust para supervisionar os bens de Spears ao lado de seu pai.[22] Um documentário que narrava a curatela de Spears como parte de sua carreira, intitulado Framing Britney Spears, estreou em fevereiro de 2021.[23] Spears disse mais tarde que "chorou por duas semanas" e que se sentiu humilhada por sua descrição depois de ver partes do documentário.[24] O New York Times publicou um artigo em junho de 2021 que afirmava que a cantora havia se empenhado em encerrar a curatela por anos.[25]
Em 23 de junho de 2021, Spears se dirigiu ao tribunal, falando sobre sua experiência traumática e descrevendo a curatela como "abusiva". Ela também expressou seu desejo de se casar e ter um filho, enquanto pedia a Penny para encerrar a curatela sem precisar passar novamente por uma avaliação.[26][27] Mais tarde naquele mês, a Bessemer Trust, retirou-se do cargo em resposta ao desejo da cantora de encerrar sua curatela.[28] Em julho de 2021, Larry Rudolph, empresário de longa data de Spears, renunciou as suas funções,[29] enquanto Samuel Ingham, indicado pela corte para representá-la desde o início da curatela renunciou o cargo depois que Spears relatou o desejo de poder escolher seu próprio advogado.[30] Durante uma audiência no final do mês, a juíza Penny aprovou a substituição de Ingham por Mathew Rosengart, que afirmou que estaria trabalhando junto com seu escritório para encerrar a curatela.[31] Depois de não comentar publicamente sobre a curatela por anos, Spears usou a hashtag #FreeBritney para legendar um post no Instagram naquele mesmo dia.[32] No final do mês, Rosengart entrou com uma petição para remover Jamie do cargo de curador financeiro de sua filha. Em agosto de 2021, Jamie concordou em deixar o cargo em um momento não especificado, mas afirmou que ele "não deveria ser suspenso ou destituído".[33]
Jamie entrou com um pedido para encerrar a curatela em setembro de 2021.[34] Um documentário da Netflix sobre o acordo e a disputa entre Spears e seu pai, intitulado Britney vs Spears, estreou no dia 28 daquele mês.[35] No dia seguinte, Penny suspendeu Jamie de seu papel e nomeou o contador John Zabel, selecionado pela equipe jurídica de Spears, para supervisionar os bens da artista.[36] Spears posteriormente agradeceu aos fãs no Twitter afirmando "por causa de vocês e sua resiliência constante em me libertar da minha tutela, minha vida agora está nessa direção!".[37] A juíza Penny encerrou a curatela "com efeito imediato" em 12 de novembro de 2021.
De 2019 a 2020, o movimento #FreeBritney ganhou o apoio de várias celebridades, incluindo as cantoras Cher e Miley Cyrus e a personalidade da mídia Paris Hilton.[38][39][40] A organização sem fins lucrativos American Civil Liberties Union se comprometeu a ajudar Spears a encerrar a curatela, caso ela solicitasse.[41] Em julho de 2020, o irmão de Spears, Bryan, disse que a curatela tinha sido benéfica para sua família.[42] No mês seguinte, Jamie rotulou o movimento de "uma piada" e seus coordenadores de "teóricos da conspiração".[43]
Depois da fala de Spears no tribunal em junho de 2021, mais figuras públicas, incluindo as cantoras Mariah Carey e Brandy Norwood e a atriz Rose McGowan, apoiaram publicamente o apelo de Spears para encerrar a curatela.[44] Os cantores Justin Timberlake, seu ex-namorado, e Christina Aguilera, também expressaram seu apoio.[45][46] Jamie Lynn mais tarde afirmou que apoiava a irmã e que estava "muito orgulhosa" por ela ter pedido o fim da curatela.[47] A rapper Iggy Azalea, que colaborou com Spears em 2015, escreveu que "testemunhou pessoalmente o mesmo comportamento" de Jamie que a cantora disse ter recebido.[48]
No mês seguinte, os deputados dos EUA Matt Gaetz, Marjorie Taylor Greene, Burgess Owens e Andy Biggs convidaram Spears para testemunhar sobre sua curatela perante o Congresso dos EUA.[49] Citando o caso de Spears, os senadores Elizabeth Warren e Bob Casey Jr. pediram ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos e ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos que fornecessem dados sobre curatelas para que pudessem fazer recomendações relacionadas a políticas para o sistema.[50]
Em 3 de julho, em apoio ao movimento #FreeBritney e ao Mês do Orgulho Gay, o prédio que abriga o Congresso Nacional Brasileiro foi iluminado com as cores da bandeira do Orgulho LGBT e letras com a frase "Free Britney".[51] Em 29 de setembro, o político neozelandês David Seymour divulgou uma declaração em apoio a Spears em nome do Partido ACT.
Em 30 de setembro de 2021, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, sancionou um projeto de lei apelidado de #FreeBritney para ajudar a reformar as leis de cututela do estado. “É importante fecharmos essas lacunas e criar responsabilidade e transparência”, disse ele.[52]