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Algarve ou al-Gharb é um termo geográfico usado para designar o extremo ocidental tanto da Península Ibérica, como do norte de África.[1] Historicamente podemos encontrar a designação de Algarve ou al-Gharb em Portugal, Espanha e Marrocos.[1][2]
O topónimo Algarve (pronúncia [aɫˈɡaɾv(ɨ)) tem origem na expressão árabe الغرب (Algarbe) que significa "o oeste", "o ocidente".[3]
São os territórios que após a expansão islâmica utilizaram o termo al-Gharb. Em 1577 Frei João de São José na sua obra Corografia do Reino do Algarve, escrevia acerca dos Algarves do mundo muçulmano: “as terras que os mouros chamam Algarves são muito grandes e de muitos senhorios e cingem boa parte do mar Mediterrâneo duma banda e da outra e também do oceano”.[2][1]
Por Al-Gharb al-Andaluz devemos compreender o território a ocidente do al-Andaluz, ou seja; a região mais ocidental da Península Ibérica sob domínio Islâmico a partir do ano de 711.[1]
O Al-Garbh al-Andalus incluía cinco territórios principais correspondentes ao termo de Coimbra, ao estuário do Tejo, ao Alto Alentejo, ao Baixo Alentejo e ao Algarve. Estes territórios estendiam-se ainda para as atuais Estremadura espanhola e Andaluzia Ocidental. Destacavam-se as cidades de Coimbra, Lisboa, Santarém, Silves, Mértola, Faro, Mérida e Badajoz.
Frei João de S. José, em 1577 na sua obra Corografia do Reino do Algarve, situa o Gharb al-Andaluz entre Almeria e o Cabo de São Vicente: “Da banda de Espanha começam do Cabo de São Vicente e correm ao levante até Almeria…”.[2]
Por Al-Gharb al-Magrebe devemos compreender o território a ocidente do al-Magrebe, ou seja; a região mais ocidental do norte de África sob domínio Islâmico.[1] Começava no mediterrâneo e englobava a região do Rife, o estreito de Gibraltar, passando para o atlântico englobando a região da Enxovia, Duquela e do Suz.[1]
Em 1577 Frei João de São José na sua obra Corografia do Reino do Algarve, delimitava o Gharb al-Magrebe entre o estreito de Gibraltar e o cabo de Guê: “Se estende por África, desde o reino de Tremecem, pelo estreito de Gibraltar, té o cabo de Gué, tomando toda a ribeira da Mauritânia, Tingitânea, em que há muitos reinos de grande fertilidade e jaz a melhor terra de toda a África”.[2]
Até 2015 uma das regiões administrativas de Marrocos era a região de Gharb-Chrarda-Beni Hssen, que correspondia as províncias de Kenitra, Sidi Slimane e Sidi Kacem. Hoje a parte mais ocidental da província de Kenitra chama-se Gharb.
São os territórios que após a reconquista cristã na península Ibérica e da expansão Portuguesa em Marrocos utilizam ou utilizaram o termo Algarve.
Por Algarve d’aquém-mar devemos compreender todo o território continental a sul do baixo Alentejo, ou seja; a região mais meridional do atual território português conquistada definitivamente por D. Afonso III, em 1249, e cujas fronteiras ficaram delimitadas com a assinatura do Tratado de Badajoz, entre Afonso III de Portugal e Afonso X de Castela, em 1267.[1]
Em 1577 Frei João de São José na sua obra Corografia do Reino do Algarve, delimitava o Algarve Daquém da seguinte maneira: “começa do Sacro Promontório (…) té dar na barra do rio Guadiana (…) sobe pelo rio acima (…) té a vila de Alcoutim (…) Dai corta pelo sertão, antre as serras chamadas do Algarve (…) direito ao mar (…) junto do mesmo cabo de S. Vicente, onde esta demarcação começou”.[2]
Hoje corresponde ao distrito de Faro que constitui a região do Algarve.
Por Algarve d’além-mar devemos compreender todos os territórios ocupadas por Portugal desde 1415 até 1769[6] na costa marroquina. Incluía Ceuta, Arzila, Tânger, Azamor, Safim, Mazagão, Alcácer-Ceguer, o Castelo de Aguz, o Castelo Real de Mogador, e Santa Cruz do Cabo Gué.[1] A partir de 1508 também incluiu por um breve período de tempo o Protectorado da Duquela.[1]
A cronologia da ocupação destes territórios por Portugal foi a seguinte:
Por Algarve da Coroa Espanhola devemos compreender os territórios a leste do rio Guadiana que anteriormente pertenciam a Taifa de Niebla.
Em 1249 Afonso III de Portugal incorpora o Algarve no reino de Portugal, com a conquista da cidade de Faro. A conquista do Algarve vai provocar um conflito diplomático com Castela, que considerava que o Algarve lhe pertencia, devido ao voto de vassalagem de Ibn Mafûz, rei de Niebla e emir do Algarve fez a Afonso X de Castela. Com este voto de vassalagem Ibn Mafûz pretendia evitar a conquista dos seus territórios pelos Portugueses. Seguiu-se um período de guerra entre os dois países, até que, em 1267, foi assinado o tratado de Badajoz que determina a fronteira no Guadiana desde a confluência do rio Caia até à foz. Este tratado permite ao monarca Castelhano usar o título de Rei do Algarve, mas referente aos territórios a leste do rio Guadiana que anteriormente pertenciam a Taifa de Niebla.
O Tratado de Badajoz foi assinado entre Afonso X de Castela e Leão e Afonso III de Portugal em 16 de fevereiro de 1267 na cidade de Badajoz, quando foi estabelecida a fronteira entre Castela e Portugal. Reconheceu a integração do Reino do Algarve na Coroa de Portugal e dos territórios a leste do rio Guadiana na Coroa de Castela; embora o rei castelhano continuasse a usar o título real do Algarve, mas apenas por causa da referência ao território da antiga Taifa de Niebla.
A Taifa de Niebla foi um reino muçulmano independente que existiu no al-Andalus em três épocas diferentes: de 1023 a 1053, de 1145 a 1150 e de 1234 a 1262. Em 1253 o seu rei Ibn Mafûz declarou-se vassalo do Reino de Castela. Foi conquistado e incorporado no Reino de Castela em 1262.