Região hidrográfica do Uruguai

Aspeto mover para a barra lateral ocultar Bacia do UruguaiÁrea da Bacia do Rio Uruguai no Brasil, Argentina e Uruguai

A região hidrográfica do Uruguai é uma bacia hidrográfica internacional que ocupa a porção sudoeste de Santa Catarina, o norte e oeste do Rio Grande do Sul, o oeste do Uruguai, além das porções orientais das províncias argentinas de Misiones, Corrientes e Entre Rios.

Possui uma área de 385 000 km², dos quais 174 412 km² estão em território brasileiro (2% da área nacional). Aproximadamente 126.964,24 km² da bacia situam-se dentro do Rio Grande do Sul, equivalente a cerca de 45% da área do estado. Outros 113.608 km² localizam-se no Uruguai, aproximadamente 65% da área do país. A bacia abrange 384 municípios dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. As principais cidades brasileiras localizadas na bacia são Lages e Chapecó em Santa Catarina, e Vacaria, Erechim, Ijuí, Uruguaiana e Bagé no Rio Grande do Sul. No Uruguai destacam-se Rivera, Salto, Paysandú e Mercedes. Já na Argentina as principais são Concepción e Concórdia.

A bacia é formada pelo rio Uruguai, que tem origem na confluência dos rios Canoas e Pelotas, e por seus afluentes, os maiores sendo os rios Ijuí, Ibicuí e Quaraí no Rio Grande do Sul; os rios Arapey, Daymán e Negro no Uruguai; e os rios Miriñay e Gualeguaychú na Argentina. A bacia do Uruguai desagua no estuário do rio da Prata, o que a torna parte da bacia homônima, a segunda maior da América do Sul.

O ponto mais elevado na bacia hidrográfica do rio Uruguai é o morro da Boa Vista com 1.823,59 m de altitude no limite entre os municípios catarinenses de Bom Retiro e Urubici, muito próximo da nascente do rio Canoas. A região hidrográfica do Uruguai apresenta um grande potencial hidrelétrico, com uma capacidade total de produção de 40,5 KW/km², considerando os lados brasileiro e argentino, uma das maiores relações de energia/km² do mundo.

São importantes fontes de contaminação das águas superficiais e subterrâneas na região os efluentes da suinocultura e avicultura no oeste catarinense e os agrotóxicos, utilizados principalmente na rizicultura.

Clima

O clima da bacia é temperado: a temperatura do mês mais frio oscila entre – 3 º e 18 ºC. No sistema Köppen-Geiger, as áreas de relevo mais baixo, próximas ao rio Uruguai nas fronteiras entre Brasil, Argentina e Uruguai, a temperatura média no verão excede 22°C e são classificadas, portanto, com o clima subtropical úmido (Cfa). Em contraponto, nas áreas de temperatura do mês mais quente inferior a esta, ou seja, nas partes mais altas da bacia nas Serras Gaúcha e Catarinense, o clima é classificado como oceânico (Cfb)..

A região apresenta uma regular distribuição intra-anual de chuvas, com alguma elevação no período de maio a setembro, coincidindo com o inverno. Segundo o DBR-PNRH, a precipitação média anual é de 1.784 mm, com temperatura média anual variando entre 16 e 20°C, e evapotranspiração média anual de 1.041 mm.

Durante a maior parte do ano, há a influência da Massa tropical atlântica sobre as temperaturas. No inverno, entretanto, a Massa polar atlântica assume importância na definição do clima, sendo sua intensidade e inter-relação com a Massa tropical variáveis a cada ano, gerando ora invernos com temperaturas baixas durante grande parte da estação, ora grandes variações climáticas, com contrastes térmicos. No verão, pode haver a influência da Massa equatorial continental, principalmente nas áreas mais ao norte da bacia.

Região hidrográfica do Uruguai representada em verde no estado do Rio Grande do Sul

Navegabilidade

A maior parte da navegação do rio Uruguai concentra-se em seu trecho inferior, entre a sua foz no Rio da Prata e a cidade argentina de Concepción del Uruguay, onde está localizado o único porto de águas profundas da margem ocidental, dedicado à exportação de madeira, arroz e contêineres, sendo também um importante porto receptor de combustíveis líquidos para sua posterior distribuição por toda a região da Mesopotâmia argentina.

A jusante também se encontram os portos uruguaios de águas profunda de Fray Bentos e Nueva Palmira na margem oriental. Não obstante, além do trecho entre a sua foz e Concepción del Uruguay, o rio Uruguai é também navegável até a cidade uruguaia de Salto, onde o desnível do Salto Chico interrompe a navegação adiante. A falta de profundidade na dragagem dos passos "Vera" e "Almirón" faz com que a navegação ao norte de Concepción del Uruguay para acessar os portos uruguaios de Paysandú e Salto só possa ser realizada por embarcações de pequeno calado.

A montante, entre as cidades rio-grandenses de São Borja e Uruguaiana, observam-se também formas de navegação, embora inevitavelmente em pequenas embarcações. O rio Ibicuí também é navegável até o município brasileiro de Cacequi.

Os trechos navegáveis fazem parte da Hidrovia do Mercosul, que busca fomentar o comércio entre os países da região, bem como a exportação para fora do bloco. Futuramente, a bacia do Uruguai pode ser unida à bacia das lagoas dos Patos e Mirim através de um canal entre os rios Ibicuí e Jacuí, conectando os municípios da bacia do Uruguai aos portos de Porto Alegre e do Rio Grande.

Bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul

Bacias hidrográficas de Santa Catarina

Ver também

Referências

  1. Info Escola. «Bacia do Uruguai». Consultado em 13 de julho de 2010 
  2. a b c «Caderno da Região Hidrográfica do Uruguai» (PDF). Ministério do Meio Ambiente. Novembro de 2006 
  3. Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari. «RS pode melhorar a competitividade com a Hidrovia do Mercosul». Consultado em 25 de fevereiro de 2023 
  4. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. «Hidrovia do Mercosul». Consultado em 25 de fevereiro de 2023 

Ligações externas