Saúde no México

Histórico: O estado não teve participação na saúde do mexico até 1791, com a abertura do Hospício Cabañas em Guadalajara, Jalisco, México, que funciona até hoje e recebeu status de patrimônio da humanidade pela UNESCO em 1993. A saúde pública de fato, porém, se consolidou teoricamente com o artigo 123 da constituição mexicana de 1917, que discorreu sobre vários direitos do trabalhador, entre eles, a saúde. A implantação Prática de um sistema nacional de saúde iniciou-se, contudo, apenas em 1943, durante a presidência de Manuel Ávila Camacho, quando se criou o IMSS (Instituto Mexicano de Segurança Social), para trabalhadores de entidades não-governamentais. Em 1959, durante a presidência de Adolfo Lopez Mateos, os funcionários públicos receberam seu próprio sistema de segurança social para saúde com a fundação da ISSSTE (Instituto de Segurança Social e Serviços para Trabalhadores do Estado). Juntos, o IMSS e o ISSSTE dão cobertura a aproximadamente 60% dos mexicanos, sendo que para os demais, que não se encaixam nos critérios desses dois programas, existem opções de cobertura provenientes diretamente do secretariado da saúde (SSA) e do IMSS solidariedade, entre outras instituições mais especializadas.

Tipos de financiamento:

Existem três tipos principais de prestação de serviços de saúde neste país:

  1. O primeiro é a seguridade social, dividida entre a atenção aos trabalhadores do setor privado, representada pelo IMSS (Instituto Mexicano del Seguro Social), e aquela destinada aos do setor público, ISSSTE (Instituto de Seguridad y Servicios Sociales de los Trabajadores del Estado). O IMSS atende 44,5% dos mexicanos, enquanto o ISSSTE, 10,6% dos segurados.
  2. O segundo é conhecido como Seguro Popular, cujas instituições principais são a SSA, o Programa IMSS-Solidariedade e a DDF. Estas prestam serviços aos 40% da população não-assegurada. Os usuários em geral são de baixa renda, moradores de áreas rurais e urbanas, além de trabalhadores da economia informal. Além desses dois de maior cobertura, outros fundos de seguridade social completam os programas de saúde e serviços sociais mantidos por empresas e instituições, como a PEMEX (Petróleos Mexicanos), a SEDENA (Secretaría de la Defensa Nacional) e pela Secretaría de Marina.
  3. O terceiro componente é o setor privado, que em geral atua em bases operacionais como consultórios, clínicas ambulatoriais, hospitais e unidades de medicina ambulatoriais.

Tipo de Acesso:

Uma das principais características do sistema de saúde mexicano é a fragmentação do serviço assim como de seu acesso. Esta falta de integração pode ser vista, principalmente, quando se analisa a disparidade dos benefícios recebidos pela população como um todo. O investimento financeiro é proporcional à qualidade da oferta.

Na teoria o setor privado deveria atender a 10% da população. No entanto, de acordo com dados da Encuesta Nacional de Salud 2000, 21% dos usuários da seguridade social, e ao redor de 28% da população não-assegurada, identificam como sendo sua última fonte de assistência ambulatorial um prestador privado.


Cobertura:

O sistema de saúde mexicano compreende dois setores, público e privado. Se enquadram no setor público de saúde as instituições de seguridade social e as instituições e programas que servem à população sem seguridade social . O setor privado inclui companhias de seguros e prestadores de serviços que trabalham em consultórios, clínicas e hospitais privados, incluindo os prestadores de serviço de medicina alternativa.

Quem são os beneficiários: de acordo com o artigo 4o da Constituição do México, a saúde é um direito de todos os mexicanos. No entanto, nem todos têm efetivamente exercido esse direito. O sistema de saúde mexicano oferece benefícios divergentes na saúde, dependendo da população em questão. No país existem diferentes grupos de beneficiários de instituições de saúde, dentre eles:


Gastos Privados e Públicos em Saúde:


A porcentagem do PIB de despesa total em saúde no México representou 6,2% em 2010, tendo um aumento anterior de 5,1%, em 2000, para 5,9% em 2008. Além disso, também houve aumento com o gasto per cápita de saúde que passou de US$ 508 dpi em 2000 para US$ 890 dpi em 2008.

Em 2008, a despesa pública com saúde representou 46,7% do total das despesas em saúde. Embora lentamente, esta porcentagem tem vindo a aumentar. Em 1990, por exemplo, a despesa pública concentrava somente 40,4% do total das despesas de saúde. Em 2008, a despesa pública com a saúde ascendeu a 330.339 milhões de pesos (cerca de US$ 30 bilhões). A maior parte desta despesa foi para o SSA (45,2%), seguido pelo IMSS (42%) e ISSSTE (9,7%).A despesa pública per capita com a saúde em 2007 foi de US$ 415,14.

Há, no entanto, diferenças importantes entre grupos populacionais. A despesa pública per capita de saúde com a população com segurança social é ainda maior do que o gasto público per capita com a população sem segurança social. Em 2007, as despesas de saúde privada concentraram 54,6% da despesa total em saúde. Cerca de 93% destas despesas são pagamentos particulares e 7% correspondem a pagamentos provenientes de seguro de saúde privado. O México tem um dos números mais elevados de pagamentos particulares da região. Esta despesa expõe famílias a gastos catastróficos e/ou empobrecimento.

Embora os gastos públicos com saúde no México mais que dobraram desde 1995, eles continuam baixos quando comparados a padrões internacionais. O México também está abaixo da média da OCDE em termos de gasto total com saúde por pessoa, com USD 977 em 2010 comparado a uma média da OCDE de USD 3.322. Entre 2000 e 2009, o gasto total com saúde no México aumentou, em termos reais, 3,8% por ano em média, uma taxa de crescimento menor que a média da OCDE de 4,0%. Esta taxa de crescimento foi reduzida para 1,5% em 2010.


Indicadores de Saúde:

A população mexicana, em 2008, contava com 106,6 milhões de habitantes, e a proporção entre homens e mulheres era de 0.95. Atualmente, ela conta com 122,3 milhões de habitantes e a proporção gira em torno de 1.09.

A expectativa de vida é de 74,4 anos ao nascer, sendo 77 anos para mulheres e 74 anos para homens

Em 2008 a situação era de:

As dez principais causas de morte em mulheres em 2008 foram:

As dez principais causas de morte entre homens em 2008:

Demanda por serviços em comparação com os dados anteriores:

Atualmente os componentes públicos do sistema de saúde geram, anualmente, 168 milhões de consultas gerais; 34 milhões de consultas de especialidade; 24 milhões de consultas de urgência; 13 milhões de consultas odontológicas; 1,5 milhões de partos; 2,7 milhões de intervenções cirúrgicas e pouco mais de 4 milhões de ingressos hospitalares. Ao que se refere aos serviços auxiliares de diagnóstico, o setor público gera 4 milhões de estudos de anatomia patológica, 167 milhões de análises de laboratório e 18 milhões de estudos radiológicos.

Avaliação Pela População:

O Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição de 2006 afirma que cerca de 81% dos usuários dos serviços de saúde no México qualificam a qualidade da atenção como "boa" ou "muito boa". Uma votação realizada em 2009 pelo IMSS indica que 77% de seus usuários demonstram-se "satisfeitos" ou "muito satisfeitos" com os serviços que recebem e 85% recomendaria esse serviço de atenção.

O tempo de espera em instituições públicas tende a ser muito grande. Para se receber atenção ambulatorial através do IMSS espera-se em médio 91 minutos, contra 63 minutos no IMSS-O. Nas instituições privadas o tempo médio de espera é de 30 minutos. Os tempos de espera em serviços emergências são menores. Cerca de 70% dos usuários esperam menos de 15 minutos para receber atendimento, e 13% esperam mais de uma hora. Uma queixa comum entre os usuários dos serviços públicos se relaciona com longos períodos de espera para cirurgias eletivas.

 

Referências

  1. «Hospicio Cabañas, Guadalajara». UNESCO. Consultado em 8 de dezembro de 2014 
  2. AVALOS, Francisco (2000). The Mexican Legal System. : W. S. Hein Publishing. p. 5 
  3. MERRILL, Tim L. e MIRÓ, Ramón (1996). Health Care and Social Security. Washington: U.S. Library of Congress 
  4. PURCELL, Susan Kaufman; et al. (1998). Mexico Under Zedillo. : Lynne Reinner Publishers. p. 81. ISBN 1-55587-315-4  !CS1 manut: Uso explícito de et al. (link)
  5. KNAUL, Felicia M.; et al. «The quest for universal health coverage: achieving social protection for all in Mexico» (PDF). The Lancet. Consultado em 9 de dezembro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 11 de setembro de 2014  !CS1 manut: Uso explícito de et al. (link)
  6. FIA, Fundação Instituto de Administração. «A Saúde no Brasil e na América Latina» (PDF). PROFUTURO. Consultado em 9 de dezembro de 2014 
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  8. a b c «México». OCDE Better Life Index. Consultado em 9 de dezembro de 2014 

Ver também