Demoiselle ou Libellule | |
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Santos-Dumont DemoiselleO Demoiselle de Santos Dumont em voo | |
Descrição | |
Tipo / Missão | Avião experimental civil |
País de origem | França / Brasil |
Fabricante | Projetista e construtor Alberto Santos Dumont |
Período de produção | 1907 |
Quantidade produzida | +40 |
Primeiro voo em | novembro de 1907 (116 anos) |
Tripulação | 1 |
Notas | |
Dados e fontes: Ver seção "Especificação" Aviso |
O Demoiselle, também conhecida como Libellule, foi o melhor modelo de avião criado pelo aviador brasileiro Santos Dumont. O primeiro modelo voou em 1907, sendo desenvolvido até 1909. Os "Demoiselle" foram os menores e mais baratos aviões de sua época. A intenção de Santos Dumont era que essas aeronaves fossem fabricadas em larga escala e com isso popularizar a aviação, recebendo 300 cópias em vários países da Europa e nos Estados Unidos. Como o inventor disponibilizava os planos a quem se interessasse, Demoiselles foram fabricados por diferentes oficinas.
Foi em novembro de 1907 que o inventor brasileiro Alberto Santos Dumont concebeu o Demoiselle, um pequeno avião de apenas 56 kg, considerado o primeiro ultraleve do mundo. Com esse aparelho ele fez voos de menos de 200 metros em Saint-Cyr (Paris, França) nos dias 17 e 21 do citado mês. O nome do aviãozinho significa "senhorita" em francês, e foi motivado por sua pequenez, beleza e graciosidade.
Santos Dumont construiu ao todo nove Demoiselle. O Demoiselle II é de dezembro de 1907, e se caracterizava por possuir duas hélices de seda em armação de alumínio. Devido a problemas com a corrente que ligava as hélices, a aeronave nunca voou.
O Demoiselle III, terminado em novembro de 1908, caracterizou-se por possuir um motor Antoinette de 25 cavalos-vapor ligado a um sistema de correias que acionava uma hélice com pás recobertas de seda. Várias tentativas de voo com o Demoiselle III foram feitas por Santos Dumont no dia 17 desse mês em Saint-Cyr, mas o aparelho não logrou decolar.
Santos Dumont com seu Demoiselle, em 1909Só em 1909 Santos Dumont produziu um avião capaz de voar quilômetros, o Demoiselle IV, com motor Dutheil-Chalmers de 18 cavalos-vapor e asas arqueadas, que produziam bastante sustentação. No primeiro teste, feito no dia 9 de março, o ultraleve caiu logo após a decolagem e ficou com uma das rodas despedaçada, mas o aeronauta não se feriu. No dia 8 de abril, com a aeronave já reparada, ele realizou um voo de 2.500 metros a 20 de altura. O Demoiselle V, que voou no dia 28 de junho, resultou de simplificações desse aparelho.
Em setembro Santos Dumont adaptou à avioneta um motor Darracq de 30 cavalos-vapor e enrolou os tubos do radiador em torno das asas, criando o Demoiselle VI. Foi nesse aparelho que ele fez os seus mais duradouros e extraordinários voos em avião. No dia 13 daquele mês voou em 5 minutos os 8 quilômetros que separam Saint-Cyr de Buc, numa média de 96 km/h, velocidade inédita para um veículo aéreo. No dia consecutivo fez o voo em caminho inverso, levando dessa vez 12 minutos em razão do vento contrário. No dia 15, em Saint-Cyr, quebrou o recorde mundial de saída, com uma decolagem de 70 metros, cronometrada em 6,25 segundos. No dia 16 bateu o próprio recorde, decolando em 60 metros, e aproveitou a bela saída para fazer um voo de 10 minutos e 27 segundos. Pouco depois se elevou novamente, carregando agora um peso morto de 20 quilogramas. O peso, ao contrário do que se esperava, não atrapalhou as manobras, e ao ser solto perante um público entusiasmado de cerca de três mil pessoas, causou tensão entre os espectadores, que temeram ver a delicada avioneta capotar em pleno ar. O aparelho, porém, prosseguiu a sua trajetória com perfeita harmonia e graça, aterrissando 2 minutos mais tarde perto do hangar de Saint-Cyr. No dia 17 o aviador partiu de Saint-Cyr duas vezes no Demoiselle VI, às 15h e às 17h30min, quando tomou a direção de Rambouillet. 18 quilômetros e 16 minutos depois pousou em Wideville, no Castelo d’Aion, pertencente ao Conde de Galard, onde foi acolhido e convidado a jantar e a dormir. Na manhã do dia 18 o avião foi desmontado por três mecânicos de Dumont e levado num carro de volta ao hangar.
Carta de Santos Dumont, descrevendo o aeroplano Demoiselle, escrita em sua casa (A Encantada) de PetrópolisA remontagem durou 50 minutos, sendo assistida por várias pessoas. Às 17h, porém, um terrível temporal teve início. Houve debandada. Já os que corajosamente aguardaram o término do aguaceiro foram recompensados com uma sensacional exibição aérea de Santos Dumont: tomando emprestado o lenço de um jornalista, o aviador montou no Demoiselle VI e decolou. Com os braços erguidos e segurando um lenço em cada mão (um dele próprio e o outro do jornalista), sobrevoou o público presente. Seus dedos então se abriram, e os lenços caíram suavemente ao chão. O jornalista recolheu o seu, enquanto que o de Santos Dumont foi avidamente repartido entre os mecânicos, a Condessa D’Eu, espectadora assídua das experiências do inventor, e alguns amigos.
Conquanto o dia 19 fosse um domingo, Santos Dumont não descansou. Diante de mais de cinco mil parisienses vindos a Saint-Cyr certos de assistirem a belos voos, o aviador fez duas demonstrações, uma de 8 minutos e outra de 3, quando o carburador da avioneta começou a falhar e ele julgou prudente parar as exibições. Teve tempo, porém, de repetir a proeza do dia anterior, largando os comandos e mantendo os braços afastados por boa parte do voo.
O Demoiselle VII não voou. Capotou no dia 23 de novembro de 1909 em Issy-les-Moulineaux, ao tentar decolar com motor Clément-Bayard de 40 cavalos-vapor. Em 4 de janeiro de 1910, o aviador sofreu outro acidente: no voo de estréia do Demoiselle VIII, uma das asas se rompeu, e o avião caiu de 30 metros de altura. Santos Dumont surpreendentemente não teve mais que um machucado na cabeça, mas o episódio marcou o fim de sua carreira aeronáutica como piloto. Em 1913 chegou a esboçar um retorno ao campo de provas, encomendando aos construtores Morane e Saulnier um Demoiselle novo, muito mais sólido e robusto que os precedentes, com motor de 50 cavalos-vapor; não se tem notícia, porém, de que ele haja feito voos nesse aparelho.
Nos acervos do Museu Aeroespacial e do Museu TAM existem réplicas não-funcionais de um dos Demoiselle.
De acordo com Henrique Dumont Villares no livro Quem Deu Asas ao Homem, Darracq tentou entrar na justiça reivindicando o projeto do motor, após Dumont anunciar o lançamento do projeto Demoiselle em domínio público. Dumont contratou um advogado para contestar a alegação e conseguiu converter o motor do domínio público.
Santos Dumont marcava seus aviões com números de série. Por esse critério, foram identificados 4 Demoiselle:
Com um motor Dutheil-Chalmers de 18 hp, não possuía controle lateral, o primeiro voo ocorreu em 17 de novembro de 1907 em Issy-les-Moulineaux. O No. 19 sofreu danos depois de uma queda sofrida quando pilotado por Hélène Dutrieu em 1908.
Com um motor Darracq de 35 hp, a revista "Popular Mechanics" de Junho de 1910 publicou desenhos do Demoiselle e afirmou: "Esta máquina é melhor que qualquer outra já construída, para aqueles que desejam obter resultados com o menor gasto possível e o mínimo de experiência.".
Clément-Bayard, um fabricante de automóveis, construiu Demoiselles, eles planejavam produzir 100, fizeram 50 e venderam apenas 15, por 7.500 francos cada unidade. Esse foi o primeiro avião do mundo a ser produzido em série. Em 1909, era oferecido com três opções de motor: um Clement de 20 hp; um Wright 4-cilindros de 30 hp; ou um Clement-Bayard de 40 hp. Ele chegava a 120 km/h.
Pequenas modificações e algumas melhorias levaram ao desenvolvimento dessa versão.
Essa versão tinha uma envergadura um pouco maior e usava um motor Clément-Bayard refrigerado à água de 40 hp. Ela tinha um desempenho extraordinário para a época. Atingia 110 km/h e necessitava apenas 200 m para decolar. Em setembro de 1909, o Demoiselle obteve vários recordes de voo, como por exemplo: um voo de 18 km em 16 minutos.
Dados da: Flight International, de 2 de Outubro de 1909, p. 604
Santos Dumont | |||||||||||||||||
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Palmira, 20 de Julho de 1873 – Guarujá, 23 de Julho de 1932 | |||||||||||||||||
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