Ultrarromantismo

O ultrarromantismo foi um movimento literário português e brasileiro que aconteceu na segunda metade do século XIX.

Características gerais

Em Portugal

Origem e descrição

António Augusto Soares de Passos Camilo Castelo Branco António Feliciano de Castilho

O ultrarromantismo desenvolveu-se mormente em torno da cidade do Porto e de Coimbra por escritores jovens, que viviam numa "geração perdida" que levara ao exagero as normas e ideais preconizadas pelo romantismo, nomeadamente a exaltação da subjectividade, do individualismo, do idealismo amoroso, da natureza e do mundo medieval.

Os ultrarromânticos geram correntes literárias de qualidade muito discutível, sendo algumas dela considerada como "romance de faca e alguidar", dada a sucessão de crimes sangrentos que invariavelmente descreviam e que os realistas vão caricaturar de forma feroz.

Todavia, existe literatura ultrarromântica de qualidade inquestionável. Além de João de Deus de Nogueira Ramos, são também autores ultrarromânticos Camilo Castelo Branco, Soares de Passos e Castilho. Em algumas obras de Almeida Garrett e de Alexandre Herculano é já possível detectar alguns traços de ultra-romantismo, apesar de serem dois dos introdutores do romantismo em Portugal.

Por outro lado Soares de Passos, uma figura bastante caricaturada pelos escritores realistas, considerado "um representante do ultrarromantismo piegas", foi autor de "Noivado do Sepulcro" (Poesias, 1855).

Maiores autores

No Brasil

A chamada "geração ultrarromântica" ou "segunda geração" mudaria os rumos do Romantismo no Brasil. Valores como o nacionalismo e a valorização do índio como o herói nacional brasileiro, um tema constante na primeira geração romântica brasileira, estariam então quase, ou mesmo totalmente, ausentes. Esta nova geração, fortemente influenciada pelo romantismo alemão e pelas obras de Lord Byron e de Alfred de Musset, estaria enfocada em temas obscuros e macabros, tais como o pessimismo, o sobrenatural, satanismo, a ânsia pela morte, o passado e a infância, além do mal do século. O amor é fortemente idealizado, platônico e quase sempre não correspondido, além da presença de um forte egocentrismo e um sentimentalismo exacerbado na poesia, são claramente notados.

Principais adeptos

Ver também

Referências

  1. a b Abdala Júnior, Benjamin; Villibor Flory, Suely Fadul (2007). Literaturas de língua portuguesa: marcos e marcas. Portugal. : Arte & Ciência. p. 177-178. ISBN 8574733369  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  2. «Segunda Geração Romântica: mal-do-século». Só Literatura.