Zara Muhammadi

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Zara Muhammadi
Nascimento Dehgolan
Cidadania Irã
Etnia Curdos
Alma mater
  • University of Birjand
Ocupação Kurdish teacher, language activist
Prêmios

Zara Mohammadi (nascida por volta do ano de 1990, na cidade de Dehgolan) é uma professora do idioma curdo na província do Curdistão, no Irã, que é politicamente retaliada. Ela é diretora da Associação Cultural Nojin, organização que ensina e promove a língua e a identidade curda no Irã, onde é permitida como "língua tribal e regional" pela lei, mas sem aplicação real nas salas de aula.

Em maio de 2019, foi presa pelos serviço secreto do Irã, acusada de trabalhar para a oposição curda e de atacar a segurança nacional. Liberada meses mais tarde, no verão de 2020 foi condenada a 10 anos de prisão por ser a "criadora de um grupo contra a Segurança do Estado". Em Janeiro de 2022, esta sentença foi ratificada para 5 anos de privação de liberdade, após denúncia de várias organizações dos direitos humanos como a Anistia Internacional, a Front Line Defenders e a Organização de Nações e Povos Não Representados.

Em Dezembro de 2022, foi reconhecida como uma das 100 mulheres mais inspiradoras do mundo pela BBC.

Biografia

Zara Mohammadi nasceu em 1990 ou 1991, num povoado do Curdistão iraniano, mas depois residiu no município de Nàiser, no condado de Sanandaj, também no Irã. Graduou-se em Geopolítica na Universidade de Birjand. Em sua trajetória pedagógica e educativa, desde a adolescência e durante mais de 10 anos, Zara ensinou a língua curda na cidade de Sanandaj e aos povos limítrofes.

Em 2013, Zara co-fundou a Associação Social e Cultural de Nojin, dedicada à promoção da língua curda e desta identidade cultural, além do ensino dos valores do ambientalismo. Após as autorizações do Ministério do Interior do Irã, ela foi escolhida para liderar a associação, com várias ramificações em outros lugares do Curdistão iraniano.

Detenção e repressão judicial

Em 16 de maio de 2019, durante uma cerimônia solene no cemitério da aldeia curda de Koolan (no condado de Marivan), que se destinava a relembrar o assassinato do também jovem ativista Narmin Vatankhah, as forças de segurança iranianas invadiram o evento e prenderam sete dos ativistas civis presentes. Alguns dias depois, em 23 de maio, as forças especiais da região invadiram sua casa e também prenderam Zara Mohammadi.

As autoridades a acusaram inicialmente de ser responsável por ataques contra a segurança nacional do Irã, pelos quais ela foi presa por 6 meses e coagida a fazer confissões forçadas. Ela foi libertada em 2 de dezembro do mesmo ano sob fiança de 700 milhões de tomans - o equivalente a 7.000 milhões de rials iranianos, cerca de 150.000 euros no câmbio de janeiro de 2022. Então a Anistia Internacional se posicionou contra sua prisão, afirmando que Zara Mohammadi havia sido presa "apenas por causa de sua conexão com o empoderamento da minoria nacional curda". Durante esse tempo, sua família pôde visitá-la, embora ela não tivesse notícias deles na maior parte do tempo.

Entre 16 de fevereiro e 15 de julho de 2020, o Tribunal n. 1 do Tribunal Revolucionário Islâmico de Sanandaj, presidido pelo juiz Saeidi, condenou-a a 10 anos de prisão, acusada de "fundar grupos e sociedades com o objetivo de perturbar a segurança nacional". Esta decisão foi duramente criticada por várias organizações de direitos humanos, que consideram Zara Mohammadi uma vítima da repressão política do Irã, sem qualquer ligação que não seja a Associação Social e Cultural de Nojin e perseguida pelo seu ativismo linguístico e cultural.

Em Outubro de 2020, a pena foi reduzida a 5 anos de prisão pelo Tribunal nº 4 de Apelação de Sanandaj. Apesar de os advogados da professora e ativista terem apelado citando o artigo 477 do Código Penal do Irã Islâmico, em 13 de fevereiro de 2021, ela foi informada de que o mesmo tribunal manteve a sentença. Em 2 de janeiro, após novos recursos à Câmara de Apelação e ao Supremo Tribunal do Irã, o Chefe do Tribunal da Província do Curdistão negou qualquer recurso adicional e ordenou que Zara Mohammadi fosse para a prisão para cumprir a sentença de cinco anos.

Reconhecimento

Em Dezembro de 2022, foi reconhecida como uma das 100 mulheres mais inspiradoras do mundo pela BBC.

Veja também

Referências

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