Aquífero

Um aquífero é um conjunto de formações geológicas que pode armazenar água subterrânea. São rochas porosas e permeáveis, capazes de reter água e de cedê-la. Esses reservatórios móveis aos poucos abastecem rios e poços artesianos. Podem ser utilizados pelo ser humano como fonte de água para consumo. Tal como ocorre com as águas superficiais, demandam cuidados para evitar a sua contaminação. O uso crescente pela indústria, agricultura e consumo humano ameaça os aquíferos e coloca esse assunto na agenda ambiental do mundo todo.

É um grande armazenamento de água subterrânea sem muita perda pela evaporação originado das formações geológicas, constituído de rochas permeáveis e poros ou fraturas, que é alimentado pelas águas das chuvas, dos mares, das nascentes mais próximas e que acabam penetrando nos aquíferos através de um importante mecanismo conhecido de infiltração, pois possui como característica a permeabilidade necessária para a movimentação.

A extensão de um aquífero pode ser de um a milhares de quilômetros quadrados, e também espessura de um a centenas de metros quadrados dependendo da localização e da região. O fluxo de água dentro de um aquífero tem duas componentes: horizontal  e vertical.

A preservação desse reservatório de água é de extrema importância não só para manter os níveis como também para o abastecimento, já que pode ser consumida desde que tratadas e preservadas de maneira adequada sem nenhuma contaminação.

Tipos

Quanto à circulação

Podemos dizer que existem essencialmente três tipos de aquíferos:

Quanto ao confinamento

Lençol freático (4), aquífero livre (6), aquitardo (2) e aquífero confinado (5).

Quanto à porosidade

Zonas

Um aquífero como foi bem exemplificado possuem uma reserva permanente de água, e uma reserva reguladora ou ativa, que são águas infiltradas pela chuva e córregos.

O local onde ocorre o escoamento de agua da chuva nos aquíferos é chamado de zona de recarga, podendo ser direta ou indireta. A outra parte do escoamento da agua é chamado de zona de descarga.

Com o desenvolvimento da tecnologia surge técnicas novas de gestão e conservação de aquíferos. A mais conhecida é a técnica de recarga artificial de aquíferos. Método que consiste em uma injeção forçada de água superficial nos aquíferos que pode ser feita em período de chuvas abundantes na região, diminuindo inclusive os efeitos desastrosos das chamadas “flash floods” tão comuns em áreas áridas e semiáridas.

Funções

Há o uso pertinente de aquíferos em muitos países do mundo, tais como a Índia, China, Japão, países do Oriente Médio, países europeus (principalmente Itália e os países baixos), Estados Unidos, México, Peru, Argentina e no Brasil, particularmente o Estado de São Paulo.

Maiores aquíferos

Foram descobertos pela UNECE recentemente mais de 100 aquíferos transnacionais na Oceania.

No final de 2013, foram descobertos vários aquíferos de grandes proporções na África, Austrália, China e também na América do Norte.  Aquíferos esses que possuíam, no conjunto, um volume de 500.000 km³

Calcula-se que a extração anual dos aquíferos é de 160 bilhões de metros cúbicos (160 trilhões de litros) no mundo.

Aquífero Guarani

O aquífero guarani foi nomeado em homenagem aos índios guaranis e concentra 70% da sua área total no Brasil, são quase 840 mil km. A Argentina possui cerca de 255 mil km² desse aquífero, o Uruguai 58 500 km² e sudeste do Paraguai aproximadamente 58 500 km², nas bacias do rio Paraná e do Chaco-Paraná. Ele é livre e poroso, possuindo um volume de aproximadamente 55 mil km³ e profundidade por volta de 1800 metros, com uma capacidade de recarregamento de aproximadamente 166 km³ ao ano por precipitação.

Os aquíferos brasileiros armazenam os importantes excedentes hídricos, que alimentam uma das mais extensas redes de rios perenes do mundo, com exceção dos rios temporários, que nascem nos domínios das rochas do embasamento geológico subflorante do semi-árido da região Nordeste, e desempenham, ainda, importante papel socioeconômico, devido à sua potencialidade hídrica.

Aquífero Grande Amazônia

O Sistema Aquífero Grande Amazônia (SAGA) é uma grande reserva subterrânea de água que tem sua extensão que começa do Equador indo até o estado do Pará no Brasil, possuindo um volume total de 162.520 km³, o aquífero é considerado um dos maiores do mundo.

Impactos ambientais

Gestão

Recomendações

Antes de fazer o uso da água dos aquíferos deve se consultar um especialista na área do meio ambiente, para que ele possa orientar da melhor forma possível para que não ocorra a contaminação desse reservatório e nem problemas com a saúde. Respeitar a disponibilidade desse sistema de regenerar quando apresentar fragilidade na sua produção. Caso a água dos aquíferos contaminados seja consumida há possíveis efeitos para a saúde, associados ao consumo de água com elevados teores de nitrato, causando câncer na tiroide, anomalias congênitas em crianças. Em adultos, esse tipo de contaminação pode acarretar vários tipos de neoplasias (câncer), especialmente no trato intestinal.

Ferver ou filtrar a água de nada adianta, a remoção do nitrato pode acontecer quando se utilizada uma tecnologia muito moderna, porém com alto valor aquisitivo. Ainda há pouco estudos e aplicações nessa área da tecnologia.

Principais desafios

Ver também

Referências

  1. a b Zimbres, Eurico. 2007. Ocorrência de água subterrânea. Arquivado em 4 de maio de 2009, no Wayback Machine. acessado em MeioAmbiente.pro.br a 14 de maio de 2009
  2. a b c d e «revista agua» (PDF). 30 de dezembro de 2017. Consultado em 13 de janeiro de 2018 
  3. a b c d e CELEPAR. «O que é um Aqüífero? - Instituto das Águas do Paraná». www.aguasparana.pr.gov.br. Consultado em 14 de janeiro de 2018 
  4. Tipos de Aquíferos Serviço Geológico do Brasil - acessado em 22 de maio de 2020
  5. «RECARGA DE AQUÍFEROS: EPISTEMOLOGIA E INTERDISCIPLINARIDADE1». 30 de dezembro de 2017. Consultado em 13 de janeiro de 2018 
  6. «Artigo - Importância do solo para a água subterrânea - Portal Embrapa». www.embrapa.br. Consultado em 14 de janeiro de 2018 
  7. «Fica na Amazônia o maior aquífero do mundo, capaz de abastecer o planeta por 250 anos | Portal». www.fenae.org.br. Consultado em 5 de junho de 2019 
  8. a b «associação brasileira de águas subterrâneas». 30 de dezembro de 2017. Consultado em 13 de janeiro de 2018 
  9. «Meio Ambiente». Agência Brasil. Consultado em 27 de junho de 2022 
  10. Santos Nascimento, Cruz Nascimento (30 de dezembro de 2017). «AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE NATURAL DE AQUÍFEROS CÁRSTICOS: SUBSÍDIOS PARA UMA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS» (PDF). Consultado em 13 de janeiro de 2018  line feed character character in |titulo= at position 71 (ajuda)