Bambu

Bambu
Ocorrência: Cretáceo à atualidade 136–0 Ma PreЄ Є O S D C P T J K Pg N
Bambusa oldhamii
Bambusa oldhamii
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Plantae
Superdivisão: Spermatophyta
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Subclasse: Commelinidae
Ordem: Poales
Família: Poaceae
Subfamília: Bambusoideae
Bambu Phyllostachys aurea. Bambus em Lijiang na China. Construção em Bambu.

Bambu é a planta da subfamília Bambusoideae, uma da família das gramíneas (Poaceae ou Gramineae). Essa subfamília se subdivide em duas tribos, a Bambuseae (os bambus chamados de lenhosos) e a Olyrae (os bambus chamados herbáceos).

As opiniões variam muito e novas espécies e variedades são acrescentadas ano a ano, mas calcula-se que existam cerca de 1 250 espécies no mundo, espalhadas entre 90 gêneros, presentes de forma nativa em todos os continentes menos na Europa. Habitam numa alta gama de condições climáticas (zonas tropicais e temperadas) e topográficas (do nível do mar até acima de 4 000 metros).

O bambu possui caules lenhificados utilizados na fabricação de diversos objetos como instrumentos musicais, móveis, cestos e até na construção civil, onde é utilizado em construções de edifícios à prova de terremotos. Também é possível produzir a partir desta gramínea, a fibra de bambu.

Uma matéria vegetal assim como o algodão ou o linho, o bambu tem em seu favor alguns trunfos suplementares. A sua fibra, extraída de uma pasta celulósica, se caracteriza pela sua característica homogênea e pesada (ela não amassa) e seu aspecto suave e reluzente, parecidos com os da seda. Sobretudo, possui virtudes respiratórias, antibacterianas.

Plantio

O bambu é uma planta tropical renovável e que produz anualmente de maneira rápida e sem a necessidade de replantio, apresentando um grande potencial agrícola. Além de ser um eficiente sequestrador de carbono, apresenta excelentes características físicas, químicas e mecânicas. Também o bambu é o recurso natural que se renova em menor intervalo de tempo, não havendo nenhuma outra espécie florestal que possa competir com ele em velocidade de crescimento e de aproveitamento por área.

Uso

O importante centro de pesquisas chinês China Bamboo Research Center - CBRC (2001) destacou que a partir dos anos 1980 tem havido uma intensificação do uso do bambu em diversas áreas industriais, sobressaindo-se a produção de alimentos, a fabricação de papel, além de aplicações em engenharia e na química.

Existem dois seguimentos na produção de polpa celulósica, o de “fibra curta” e o de “fibra longa”: o primeiro utiliza como matéria-prima madeira de espécies do gênero Eucalyptus spp. e é voltado para a produção de papéis de escrever, imprimir e para fins sanitários; o segundo utiliza madeira de espécies do gênero Pinus spp. e é voltado para a produção de embalagens. Por apresentar dimensões de fibras intermediárias, a biomassa de bambu pode ser utilizada para a produção simultânea de polpa celulósica de fibra longa e de fibra curta.

Produtos à base de bambu processado (“madeira” de bambu) podem substituir, ou até mesmo evitar, o corte e o uso predatório de florestas tropicais, destacando-se, dentre outros, produtos como carvão, carvão ativado, palitos, chapas de aglomerados, chapas de fibra orientada (OSB), chapas entrelaçadas para uso em fôrmas para concreto (compensado de bambu), painéis, produtos à base de bambu laminado colado (tais como pisos, forros, lambris), esteiras, compósitos, componentes para construção/habitação e indústria moveleira, entre outros. Bastante utilizado em vários tipos de construções indígenas também. Existem estudos para utilização de bambu em concreto, em substituição ao aço.

No Brasil

Porém, apesar de sua versatilidade a planta ainda é pouco utilizada no Brasil, quer seja pelo desconhecimento de suas espécies, características e aplicações, quer seja devido à falta de pesquisas específicas e à ineficiente divulgação das informações disponíveis. No Brasil, o uso que se faz do bambu está restrito a algumas aplicações tradicionais, como artesanato, vara-de-pescar, fabricação de móveis e na produção de brotos comestíveis.

No Brasil, o Centro Brasileiro Inovação e Sustentabilidade - CEBIS, uma organização sem fins lucrativos, promove o desenvolvimento da cadeia produtiva do bambu do Brasil. No ano passado, auxiliou na aprovação da lei n~21.162 no estado do Paraná, que incentiva a Cultura do Bambu visando à disseminação do seu cultivo agrícola e à valorização do bambu como instrumento de promoção do desenvolvimento socioeconômico sustentável do Estado por meio de suas múltiplas funcionalidades. A cultura do bambu neutraliza as emissões de carbono. O cultivo do bambu é barato e além de agregar valor na sua cadeia produtiva é uma cultura sustentável que traz benefícios ambientais, econômicos e sociais. Sua produção pode ser usada desde a construção civil até na alimentação. Recentemente, foi habilitada e classificada para a Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - CNDOS da Presidência da República.

Alimentação humana

A maioria das espécies possui brotos comestíveis, entretanto as recomendáveis são as variedades Dendrocalamus latiflorus (Bambu Chinês), D. asper, D. giganteus (Bambu Gigante), Phylloslaces bambusoides, Bambusa tuldoides.

Ver também

Referências

  1. «Tudo o que você precisa saber sobre o bambu - eCycle». www.ecycle.com.br. 25 de junho de 2021. Consultado em 24 de abril de 2022 
  2. a b Marco A. R. Pereira – Antonio L. Beraldo “Bambu de corpo e alma” – Canal6 Editora - 2008
  3. Bonfatti Júnior, Eraldo Antonio; Lengowski, Elaine Cristina; Takahashi, Vivian Midori; Adur, Gabriel Meyer; Silva, Dimas Agostinho Da; Klock, Umberto; Andrade, Alan Sulato De; Venson, Ivan; Muñiz, Graciela Inês Bolzon de (12 de dezembro de 2019). «Briquetagem dos resíduos dos processamentos mecânico e químico de Pinus spp.». EMBRAPA. Cadernos de Ciência & Tecnologia (3). 26522 páginas. ISSN 0104-1096. doi:10.35977/0104-1096.cct2019.v36.26522. Consultado em 22 de setembro de 2022 
  4. Bonfatti Júnior, Eraldo Antonio; Lengowski, Elaine Cristina; Andrade, Alan Sulato de; Venson, Ivan; Klock, Umberto; Júnior, Francides Gomes da Silva; Gonçalez, Joaquim Carlos; Muñiz, Graciela Inês Bolzon de (30 de dezembro de 2019). «Bamboo kraft pulping». UFMT. Advances in Forestry Science (em inglês) (4): 791–796. ISSN 2357-8181. doi:10.34062/afs.v6i4.8361. Consultado em 22 de setembro de 2022 
  5. «Bamboo». Regeneration.org (em inglês). Consultado em 3 de agosto de 2022 
  6. «Lider Agronomia: Bambu - Cultivo, botânica, potencial de exploração, e alimentação humana.». Consultado em 3 de abril de 2016 

Bibliografia