No mundo de hoje, Cerdeira (Sabugal) é um tema que tem chamado a atenção de muitas pessoas. Seja pela sua relevância na sociedade atual, pelo seu impacto na história ou pela sua influência no local de trabalho, Cerdeira (Sabugal) tem sido objeto de múltiplas pesquisas e debates. Desde as suas origens até à sua evolução hoje, Cerdeira (Sabugal) tem sido um tópico fascinante que despertou o interesse de estudiosos, especialistas e entusiastas. Neste artigo exploraremos diferentes aspectos relacionados a Cerdeira (Sabugal), aprofundando sua importância, oportunidades e desafios que apresenta atualmente.
Cerdeira
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Freguesia | |
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Gentílico | cerdeirense |
Localização | |
Localização de Cerdeira em Portugal | |
Coordenadas | 40° 30′ 51″ N, 7° 02′ 48″ O |
Região | Centro |
Sub-região | Beiras e Serra da Estrela |
Distrito | Guarda |
Município | ![]() |
Código | 091113 |
História | |
Fundação | 1 de maio de 1253 |
Administração | |
Tipo | Junta de freguesia |
Características geográficas | |
Área total | 24,13 km² |
População total (2021) | 188 hab. |
Densidade | 7,8 hab./km² |
Código postal | 6320-131 Cerdeira SBG |
Outras informações | |
Orago | Nossa Senhora da Visitação |
Cerdeira, também designada Cerdeira do Côa, é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Cerdeira do Município de Sabugal, freguesia com 24,13 km² de área[1] e 188 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 7,8 hab./km².
A população registada nos censos foi:[2]
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Distribuição da População por Grupos Etários[4] | ||||
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Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos |
2001 | 25 | 30 | 116 | 91 |
2011 | 20 | 18 | 114 | 77 |
2021 | 19 | 18 | 84 | 67 |
A freguesia é atravessada pelo rio Noéme, dista 22 km do Sabugal e inclui a povoação da Redondinha e dois lugares abandonados em meados do século XX, Azinheira e Santo Amaro do Cortelho.
A freguesia tem uma extensão máxima de 9.594 m (NW-SE) e uma largura máxima de 3.780 m (SW-NE), entre a ribeira das Cabras, a norte, e o rio Côa, a sul. A meio, é atravessada pelo vale do rio Noéme (E-W), a uma altitude média de 725 m. Ao longo do vale, segue a linha ferroviária da Beira Alta. Perpendicular ao rio e à ferrovia, passa a Estrada Nacional nº 324 (N-S), que liga Pinhel ao Sabugal. O ponto mais alto da freguesia é a Senhora do Monte, a 847 m.
A flora é predominantemente constituída por freixos (Fraxinus excelsior), pinheiros bravos (Pinus pinaster), carvalhos-negral (Quercus pyrenaica), carrasqueiras (Quercus coccifera), amieiros (Alnus glutinosa), giestas (Cytisus), macieiras, pereiras e cerejeiras. Na fauna, predominam o coelho, a perdiz, a codorniz, o pombo bravo, a lontra e a doninha.
Cerdeira é um sinónimo regional e arcaico de cerejeira e também o seu equivalente em galego contemporâneo. Trata-se de um topónimo frequente na Galiza e em Portugal onde designa 57 locais, em 23 concelhos, de todos os distritos da metade norte do país: Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança, Guarda, Viseu, Porto, Aveiro, Coimbra e Castelo Branco. Em 1229-1321, a topónimo escrito era Cerzeira, com o mesmo significado. O primeiro registo escrito, em Portugal, da palavra cerdeira, data de 1102 , e o de cerejeira, data de 1548.
A primeira referência escrita ao topónimo Cerdeira na região data de 1229. Trata-se do primeiro foral de Castelo Mendo, concedido por D. Sancho II. Na descrição dos limites do novo concelho, em terras conquistadas aos árabes em meados do século anterior, é designado o Cabeço da Cerdeira, entre Porto Mourisco e o Cabeço do Homem. As igrejas do novo concelho dependiam da diocese de Viseu.
Após a primeira vaga de ordenamento e repovoamento da margem esquerda do rio Coa, na primeira metade do século XIII, D. Afonso III concedeu foral à Cerdeira, a 1 de maio de 1253. Em 1264, o mesmo rei ordenou ao concelho de Castelo Mendo o respeito pela propriedade e pelas prerrogativas que o mosteiro de Santa Maria de Aguiar detinha na Cerdeira . Em 1279, a paróquia da Cerdeira, ao contrário das restantes paróquias do concelho de Castelo Mendo, dependia desse mosteiro, em terras de Ribacôa, leonesas até ao Tratado de Alcanices, em 1297, e na diocese leonesa de Ciudad Rodrigo até 1403.
É portanto provável que sejam da segunda metade do século XIII a ponte românica de seis arcos redondos que continua a atravessar o rio Noéme e o desaparecido reduto com atalaia ou torre de vigia que se situava na pequena colina sobranceira à aldeia e ao rio, na sua margem norte. A ponte era, então, o único ponto permanente e seguro de passagem norte-sul, entre a Guarda e a fronteira, e serviria o caminho medieval que ligava Pinhel a Castelo Branco.
A fortificação foi destruída durante as invasões francesas, no início do século XIX e, segundo a tradição oral local, as casas em redor do outeiro foram construídas com as pedras do chamado castelo e a atual torre do relógio foi construída a partir da antiga atalaia. Em 1770, a Cerdeira integrou a nova diocese de Pinhel que viria a fundir-se com a da Guarda, em 1882.
Entretanto, com a extinção do município de Castelo Mendo, em 1855, a Cerdeira tinha passado a integrar o concelho do Sabugal e, em 1880, com a inauguração da linha ferroviária da Beira Alta, tinha entrado em funcionamento a única estação com serviço de mercadorias, entre a Guarda e Vilar Formoso, junto à ponte que ligava o norte e o sul da margem esquerda do rio Coa. Estes foram fatores determinantes para o desenvolvimento económico e social da freguesia que se tornou, nas décadas seguintes, um importante entreposto regional por onde era escoada a abundante produção de castanha e, principalmente, batata.
Entre 1757 e 1890, os fogos passaram de 74 para 115. Em 1890, a sua população era de 444 habitantes e, passado uma década, era de 524 habitantes. Na primeira metade do século XX, com cerca de 200 fogos, tinha escola masculina e feminina, farmácias, agências bancárias, tabernas, casas de pasto, hospedaria e estação postal. Em 1945, foi reconstruída a estrada entre a Cerdeira e o Sabugal. A maior parte da atividade ligada ao transporte ferroviário desenvolveu-se em redor da estação, criando uma nova área urbanizada na margem sul do rio. A parte antiga é conhecida como Povo, a parte mais nova, como Estação.
A principal festa da freguesia, é a Festa da Nossa Senhora do Monte, celebrada a 15 de Agosto. Segundo a lenda, a mãe de Cristo apareceu no Cabeço da Cerdeira e, em sua honra, começou a ser construída uma ermida a 200 m do local definitivo. Cada vez que eram colocadas pedras no primeiro local, no dia seguinte elas reapareciam no local onde acabou por ser construída, no topo do monte. Nossa Senhora quereria o ponto mais alto para poder ver as suas sete irmãs. Dali avistam-se todos os cumes em redor da bacia do rio Côa.
A ermida, que em tempos teve o seu ermitão, apresenta características românicas semelhantes às da capela do Mileu, na Guarda, e das igrejas da Misericórdia, em Alfaiates e no Sabugal. Nas festas do passado, os pastores levavam os seus rebanhos à Senhora do Monte e davam com eles três voltas à ermida por crerem nos poderes da Senhora na cura de animais.
Em redor da Capela de Santo Amaro, no lugar abandonado de Santo Amaro do Cortelho, junto à ribeira das Cabras, celebra-se, a 15 de janeiro, a festa do padroeiro das doenças dos ossos, com missa e procissão. Junto à capela podem ver-se muitos ex-votos em madeira, deixados pelos devotos em agradecimento de curas conseguidas por interceção de Santo Amaro. Junto ao largo da capela há um forno comunitário. A festa também é conhecida como Festa das Chouriças.
Na Redondinha há a Capela da Senhora do Desterro e um forno comunitário.
Junto ao extremo sul da freguesia, encontra-se a ponte de Sequeiros, ponte românica fortificada, sobre o rio Côa.