Conjuntivite

Conjuntivite
ConjuntiviteOlho com conjuntivite viral
Especialidade Oftalmologia
Sintomas Olho vermelho e irritado, comichão, secreções
Causas Infeção viral, infeção bacteriana, alergias
Método de diagnóstico Baseado nos sintomas, cultura microbiológica
Prevenção Lavagem das mãos
Tratamento Em função da causa subjacente
Frequência 3–6 milhões por ano (EUA)
Classificação e recursos externos
CID-10 H10
CID-9 372.0
CID-11 831696556
DiseasesDB 3067
MedlinePlus 001010
eMedicine emerg/110
MeSH D003231
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva e da superfície interior da pálpebra. A conjuntiva é a camada exterior da parte branca do olho. O sintoma mais evidente é a vermelhidão do olho, sendo também comum a ocorrência de dor, ardor e prurido. O olho afetado pode também lacrimejar ou custar a abrir durante a manhã e a parte branca do olho pode-se apresentar inchada. Na conjuntivite bacteriana são comuns secreções espessas e purulentas. O prurido é mais comum nos casos causados por alergias. A conjuntivite pode afetar apenas um ou ambos os olhos.

A causa infecciosa mais comum é a infeção viral, seguida de infeção bacteriana. A infeção viral pode manifestar sintomas semelhantes ao da constipação. Os casos virais e bacterianos são facilmente transmissíveis entre pessoas. Outra causa comum são as alergias ao pólen ou aos pelos de animais. O diagnóstico geralmente baseia-se nos sinais e sintomas. Ocasionalmente pode ser recolhida uma amostra de secreções para análise microbiológica.

Parte da prevenção pode ser feita lavando as mãos. O tratamento depende da causa subjacente. Na maioria dos casos virais não existe tratamento específico. As pessoas que usam lentes de contacto e pessoas cuja causa é gonorreia ou clamídia devem receber tratamento. Os casos causados por alergias podem ser tratados com anti-histamínicos ou gotas de inibidores de mastócitos.

Em adultos as causas virais são mais comuns, enquanto em crianças são as causas bacterianas. Geralmente as pessoas melhoram ao fim de uma ou duas semanas. No caso de ocorrer perda de visão, sensibilidade à luz, sinais de herpes ou se a pessoa não melhorar após uma semana, pode ser necessário novo diagnóstico e tratamento. A conjuntivite em recém-nascidos, denominada conjuntivite neonatal, pode necessitar de tratamento específico.

Classificação

Olho com conjuntivite Um olho, com conjuntivite aguda Um olho com conjuntivite bacteriana Conjuntivite gonocócica

Infecciosa

A conjuntivite infecciosa é transmitida, mais frequentemente, por vírus, fungos ou bactérias e pode ser contagiosa. O contágio se dá, nesse caso, pelo contato. Assim, uso de objetos contaminados (toalhas), contato direto com pessoas contaminadas ou até mesmo pela água da piscina são formas de se contrair a conjuntivite infecciosa. Quando ocorre uma epidemia de conjuntivite, pode-se dizer que é do tipo infecciosa.

A conjuntivite viral geralmente é causada por um adenovírus, mas também pode ser transmitida por enterovirus tipo 70 (conjuntivite hemorrágica) e coxsackie A4 (conjuntivite hemorrágica). É muito comum em escolas, local de trabalho, consultórios médicos, ou seja, todo local fechado, com contato íntimo entre pessoas. O diagnóstico é realizado pelas características clínicas. O tratamento consiste na utilização de compressas frias, vasoconstritor tópico e lágimas artificiais. A propagação do vírus dura até 14 dias após o início dos sintomas. A conjuntivite bacteriana caracteriza-se por ser purulenta. Geralmente são causadas por Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus e Haemophilus influenzae. Estes tipos são tratados com antibióticos tópicos de espectro ampliado (cloranfenicol, neomicina, etc).

Um tipo, chamada de conjuntivite gonocócica, é causada por Neisseria gonorrhoeae que é sexualmente transmissível. Pode ser transmitida na hora do parto, mas é rara pois costuma-se aplicar uma gota de nitrato de prata 1% no saco conjuntival. É tratada com antibióticos sistêmicos e oculares. Não tratada, a infecção gonocócica pode penetrar o olho íntegro e destruí-lo.

A conjuntivite de inclusão é causada por Chlamydia trachomatis sorotipo D-K, pertencente ao trato genital do adulto. Possui uma duração maior e acomete geralmente jovens sexualmente ativos. Trata-se com azitromicina ou doxiciclina. É uma doença conhecida como tracoma.

A conjuntivite fúngica é mais rara de ocorrer. Geralmente acontece quando uma pessoa é acidentada com madeira nos olhos ou utiliza lente de contato.

Alérgica

A conjuntivite alérgica é aquela que ocorre em pessoas predispostas a alergias (como quem tem rinite ou bronquite, por exemplo) e geralmente ocorre nos dois olhos. Esse tipo de conjuntivite não é contagiosa, apesar de que pode começar em um olho e depois se apresentar no outro. Pode ter períodos de melhoras e reincidências, sendo importante a descoberta da causa da conjuntivite alérgica.

É benigna por não envolver a córnea. Ocorre geralmente em regiões de clima mais frio. O alérgeno mais comum é o pólen. São tratadas com anti-histamínicos e estabilizadores de mastócitos.

A conjuntivite papilar gigante é causada, sobretudo, por uso de lentes de contato.

Tóxica

A conjuntivite tóxica é causada por contato direto com algum agente tóxico, que pode ser algum colírio medicamentoso ou alguns produtos de limpeza, fumaça de cigarro e poluentes industriais. Alguns outros irritantes capazes de causar conjuntivite tóxica são poluição do ar, sabão, sabonetes, spray, maquiagens, cloro e tintas para cabelo. A pessoa com conjuntivite tóxica deve se afastar do agente causador e lavar os olhos com água abundante. Se a causa for medicamentosa é necessário a suspensão do uso, sempre seguindo uma orientação médica.

Sinais e sintomas

Em geral, apresenta:

Prevenção

Tratamento

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l «Facts About Pink Eye». National Eye Institute. Novembro de 2015. Consultado em 8 de março de 2016 
  2. a b c d e f g h i j k Azari, AA; Barney, NP (23 de outubro de 2013). «Conjunctivitis: a systematic review of diagnosis and treatment.». JAMA. 310 (16): 1721–9. PMID 24150468. doi:10.1001/jama.2013.280318 
  3. Richards A, Guzman-Cottrill JA (maio de 2010). «Conjunctivitis». Pediatr Rev. 31 (5): 196–208. PMID 20435711. doi:10.1542/pir.31-5-196 
  4. «Conjuntivite». Saúde CUF. Consultado em 18 de dezembro de 2018 
  5. Flint, S. J.; Enquist, L. W.; Racaniello, V. R.; Skalka, A. M. Principles of Virology. Molecular Biology, Pathogenesis, and Control of Animal Viruses (em inglês) 2ª ed. Washington, D.C.: ASM Press. p. 502. 918 páginas. ISBN 1-55581-259-7  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  6. Domingo, Esteban (editor); Webster, Robert (editor); Holand, John (editor) (1999). Origin and Evolution of Viruses (em inglês). San Diego: Academic Press. p. 289. 499 páginas. ISBN 0-12-220360-7  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  7. Portal da Saúde. Surto de conjuntivite, recomendações para os Serviços de Saúde Estaduais e Municipais. Acesso em 25 de março de 2010
  8. a b c d e f LOPES, Antônio Carlos. Diagnóstico e tratamento. vol. 1. Barueri: Manole, 2006
  9. a b Bennett, J. Claude; Plum, Fred (1997). Cecil Tratado de Medicina Interna. 2 20ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. p. 2405. 2646 páginas. ISBN 85-277-0416-1  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  10. a b Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Surto de conjuntivite. Acesso em 25 de março de 2010
  11. a b Drauzio Varella. Higiene ocular. Acesso em 25 de fevereiro de 2016.

Ligações externas