Este artigo abordará o tema Geografia do desenvolvimento sob diferentes perspectivas, com o objetivo de fornecer uma visão abrangente e aprofundada deste tema. Serão analisadas as suas origens, evolução, implicações e possíveis cenários futuros, bem como a sua relevância na sociedade atual. Serão examinadas diversas pesquisas, estudos e opiniões de especialistas, a fim de fornecer ao leitor uma compreensão completa e atualizada de Geografia do desenvolvimento. Além disso, serão apresentados exemplos concretos e estudos de caso para exemplificar conceitos teóricos e promover maior compreensão. Esperamos que este artigo seja útil e interessante para aqueles que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre Geografia do desenvolvimento.
A geografia do desenvolvimento é o estudo da geografia terrestre referente ao padrão e à qualidade de vida dos habitantes humanos. Nesse contexto, o desenvolvimento é um processo de mudança que afeta a vida das pessoas. Pode envolver uma melhora na qualidade de vida percebida pelas pessoas que sofrem a mudança.[1]
O desenvolvimento, no entanto, nem sempre é um processo positivo. Gunder Fra comenta sobre as forças econômicas globais que levam ao desenvolvimento do subdesenvolvimento.[2] Este assunto é coberto pela sua teoria da dependência.
Na geografia do desenvolvimento, geógrafos estudam padrões espaciais no desenvolvimento. Tentam achar características pelas quais possam medir o desenvolvimento observando aspectos econômicos, políticos e sociais. Procuram entender as causas e consequências geográficas da variação do desenvolvimento. Estudos comparam os países mais economicamente desenvolvidos com os menos economicamente desenvolvidos. Adicionalmente, as variações entre os países são analisadas, ou mesmo entre regiões, como no caso da diferença entre o norte e o sul da Itália.
Com a geografia do desenvolvimento, o desenvolvimento sustentável também é estudado como tentativa de entender como suprir as necessidades do presente sem comprometer o sustento das gerações futuras.[3]
Indicadores quantitativos são indicadores numéricos de desenvolvimento.
Indicadores compostos ou qualitativos combinam vários indicadores quantitativos em um único índice e geralmente fornece uma visão mais balanceada de um país. Geralmente incluem um indicador social, um demográfico e um econômico.
Rank do IDH | País | PNB per capita
(PPC US$) 2008[5] |
Valor do Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) 2006[6] |
---|---|---|---|
4 | Austrália | 35,677 | 0.965 |
70 | Brasil | 10,296 | 0.807 |
151 | Zimbábue | 188 | 0.513 |
Indicadores qualitativos incluem descrições das condições de vida e da qualidade de vida da população. São úteis na análise de características que não são facilmente calculadas ou medidas em números como a liberdade, corrupção e segurança, que são benefícios não materiais.
Existe uma considerável variação espacial nas taxas de desenvolvimento.
A riqueza global também cresceu em termos materiais, e durante o período de 1947 a 2000, a renda média per capita triplicou, enquanto o PIB se multiplicou quase 10 vezes (de $US3 trilhões a $30 trilhões)... Mais de 25% dos 4,5 bilhões de pessoas nos países de baixo desenvolvimento econômico continuam tendo expectativas de vida menores que 40 anos. Mais de 80 países possuíam uma renda média anual per capita em 2000 menor do que a que tinham em 1990. A renda média nos 5 países mais ricos do mundo é 74 vezes o nível dos 5 países mais pobres, a maior diferença já vista. Aproximadamente 1,3 bilhões de pessoas não possuem acesso a água potável. Aproximadamente 840 milhões de pessoas são desnutridas.— Stephen Codrington[7]
O mais famoso padrão de desenvolvimento é a divisão norte-sul. Esta divisão separa o Norte rico, ou o mundo desenvolvido, do Sul pobre. A linha de divisão não é tão reta quanto parece ser, mas divide o mundo em duas partes principais. Também é conhecida como a linha de Brandt.
O “Norte” nessa divisão é reconhecido como sendo os Estados Unidos, Canadá, Europa, Rússia, Coreia do Sul, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Israel e alguns outros. Os países nessa área são geralmente os mais economicamente desenvolvidos. O “Sul” engloba o restante do Hemisfério Sul, a maioria consistindo de países com baixo desenvolvimento econômico. Outra possível linha divisória é o Trópico de Câncer, com as exceções da Austrália e da Nova Zelândia. É importante entender que o status dos países é longe de ser estático e o padrão é muito suscetível a distorções com o rápido desenvolvimento de certos países no sul, muitos deles Países recentemente industrializados (NICs), incluindo Índia, Tailândia, Brasil, Malásia, México e outros. Estes países estão experimentando rápido desenvolvimento através das indústrias manufatureiras e das exportações.
Muitos países estão experimentando aumentos significativos na riqueza e no padrão de vida. No entanto, há infelizes exceções a esta regra. Notavelmente algumas das antigas repúblicas soviéticas estão experimentando grandes quebras na indústria em sua transição para a economia de mercado. Muitas nações africanas recentemente experimentaram reduções nos PNBs por causa das guerras e da epidemia de SIDA, incluindo Angola, Congo, Serra Leoa e outros. Os árabes produtores de petróleo dependem fortemente da exportação desse bem para sustentar seus PNBs, então qualquer redução de preço no mercado do petróleo pode levar a rápidas quedas no PNB. Países que dependem de apenas alguns produtos de exportação para grande parte de sua renda são muito vulneráveis a mudanças no valor de mercado dessas commodities e são frequentemente chamados de Repúblicas das Bananas. Muitos países em desenvolvimento dependem das exportações de poucos bens primários para grande parte de sua renda (café e madeira, por exemplo), e isto pode criar um caos quando o valor dessas commodities cai, deixando estes países sem opções para pagar suas dívidas.
Nos países, o padrão é que a riqueza é mais concentrada ao redor de áreas urbanas do que em áreas rurais. A riqueza também é direcionada para áreas com mais recursos naturais ou áreas que são envolvidas pelas indústrias do setor terciário e pelo comércio. Isso leva a uma concentração de riquezas ao redor de minas e centros monetários como Nova Iorque, Londres e Tóquio.
Existem muitas razões pelas quais alguns países se desenvolvem mais rápido do que outros. Elas podem ser organizadas em 5 termos principais, utilizando-se a mnemônica SHEEP (ovelha em inglês), mas há muitas sobreposições entre elas:
Quanto mais dinheiro um país tem, mais pode gastar em assistência médica, educação e controle de natalidade. Alguns analistas consideram que as tradições sociais que desencorajam o controle de natalidade aumentam as taxas de natalidade e impedem o desenvolvimento econômico nos países com baixo desenvolvimento econômico. Pensou-se que o valor que as sociedades colocavam no trabalho, no ganho material e na coesão social afetavam o crescimento e a eficiência econômica, no entanto, posteriormente descobriu-se que havia poucas evidências que apoiassem essas idéias, e de fato muitos países menos desenvolvidos possuem valores muito altos nesses fatores. Também, existe o ciclo da pobreza que impede maiores desenvolvimentos em países pouco desenvolvidos sem intervenção externa.
Historicamente, o colonialismo imperial provavelmente teve a maior influência no desenvolvimento dos países. Canalizou os recursos e riquezas para a Europa e a América do Norte às custas de muitas colônias africanas, sul-americanas e asiáticas, que não receberam preços razoáveis por seus bens. [carece de fontes] Colonizadores europeus construíram fortes indústrias dessa riqueza, enquanto investiram menos no desenvolvimento de suas colônias, causando a pobreza desses futuros países. No final do colonialismo muitos países foram deixados sem estrutura social, política ou econômica que encorajasse o desenvolvimento, resultando em uma pobreza intrínseca. Em muitos casos de independência pós-imperialista, fronteiras artificiais foram desenhadas ao redor dos países, que não refletiam os desejos dos habitantes locais, levando a guerras civis e instabilidade social. Outras influências históricas podem incluir governos incompetentes ou a retenção de costumes tribais que impedem os países de se desenvolverem economicamente.
Países com recursos naturais como minério de ferro, petróleo e carvão são mais propícios a desenvolver a indústria porque podem explorar estes recursos para seu desenvolvimento. A extração e venda dos minérios cria trabalhos e sistemas de transporte, enquanto dá a alguns países domínio político e comercial sobre outros. Os recursos podem também render muito dinheiro nas trocas comerciais, possibilitando ao país investir em outras indústrias. Muitas nações europeias se desenvolveram durante a revolução industrial graças às indústrias de carvão e ferro. No entanto, o fato de muitas nações africanas e do oriente médio possuírem muitos recursos (petróleo em particular) e mesmo assim não terem se desenvolvido economicamente enquanto seus recursos foram extraídos demonstra que estes fatores não são suficientes para explicar a situação. Frequentemente cleptocracias se desenvolvem ao redor dessas indústrias e enriquecem bastante enquanto investem muito pouco no país em si. Nigéria e Arábia Saudita são exemplos disso. Na verdade a riqueza gerada pode muitas vezes ajudar a assegurar uma ditadura incompetente no poder ou mesmo levar a uma destrutiva guerra por recursos, como ocorreu na África.
Catástrofes naturais incluindo inundações, secas, terremotos, erupções vulcânicas, tempestades, furacões, doenças, epidemias e pestes, todas dificultam o desenvolvimento econômico. Grandes desastres naturais podem atrasar muito o desenvolvimento econômico dos países, como nas enchentes periódicas em Bangladesh. Vulcões e enchentes podem muitas vezes ter aspectos positivos e negativos, pois apesar de prejudicar também podem trazer férteis sedimentos. Áreas ao redor de vulcões e deltas de inundação são densamente povoados, como no Egito, no Bangladesh e na Indonésia. Doenças como a malária, que se espalham em climas tropicais e a SIDA, endêmica na África, impedem as pessoas de trabalhar e criar carga econômica na sociedade. Pestes como gafanhotos podem reduzir a produção agrícola e dificultar para um país ganhar o suficiente para escapar da agricultura de subsistência. Fontes confiáveis de água são necessárias para uma agricultura produtiva e para outras indústrias. Problemas ambientais induzidos pelo homem incluem a desertificação, salinização, poluição da água, desmatamento e muitos outros. A desertificação é causada por manejo indevido do solo, que leva à remoção dos nutrientes necessários para o crescimento das plantas. É um problema mundial com massivas consequências para os países afetados. A salinização é causada por técnicas indevidas de irrigação. A poluição da água pela indústria inclui despejo de ácidos e bases, minerais tóxicos e materiais com altas demandas bioquímicas de oxigênio (DBO), que causam um crescimento exagerado da população de algas. Essa poluição torna mais difícil às populações terem acesso a água potável. Desmatamento inicialmente trás investimentos, mas muitas vezes o solo que tem sua vegetação removida fica com valor agrícola muito baixo e torna-se vulnerável à desertificação. Florestas tropicais são especialmente vulneráveis a laterização por causa dos altos índices pluviométricos, e muitas vezes seus solos tornam-se inúteis para a agricultura. Como o turismo é agora uma grande fonte de renda para muitos dos países com baixo desenvolvimento econômico, é necessário cuidar dos recursos naturais que podem ajudar nessa fonte de riquezas de longo prazo.
Países são muito mais propícios ao desenvolvimento quando possuem governos estáveis e eficientes que conseguem gerenciar com sucesso a economia e investir na infraestrutura nacional, no comércio, e no gerenciamento ambiental, enquanto mantêm a paz no país.
Países mais economicamente desenvolvidos podem ajudar países menos economicamente desenvolvidos. Existem vários tipos de ajuda:
Ajudas também podem ser dadas de diversas formas. Através de dinheiro, materiais e pessoas qualificadas ou graduadas.
Ajuda tem suas vantagens. Muitas ajudas de curto prazo ou emergenciais ajudam pessoas nos países pouco desenvolvidos economicamente a sobreviverem a desastres naturais (terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas, etc.) ou antrópicos (guerra civil, etc.). Também ajudam o país receptor a se desenvolver mais.
No entanto, a ajuda também tem suas desvantagens. Frequentemente ela sequer atinge as pessoas mais pobres. O dinheiro ganhado através delas muitas vezes é utilizado para infraestruturas (pontes, ruas, etc.), que apenas os ricos podem usar. Também, os países receptores tornam-se mais dependentes de ajudas de outros países.