Hoplita

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Hoplita, impressão da coleção de trajes militares Vinkhuijzen

Hoplita (do grego ὁπλίτης, transl. hoplítes, pelo latim hoplites) era, na Era Clássica da Grécia antiga, um cidadão-soldado de infantaria pesada. Seu nome provém do grande escudo levado para as batalhas: o hóplon. O hoplita era o principal soldado grego da antiguidade. Sua armadura era composta de elmo, couraça (peito de armas), escudo e cnêmides. Carregavam uma longa lança ou pique de 2,5 m geralmente, e uma espada curta para combates de curta distância.[1][2]

Os exércitos de hoplitas lutavam corpo a corpo em densas colunas, formação da falange, com a ponta das lanças de várias fileiras se projetando para fora da formação golpeando na altura do peito. Apresentavam um formidável bloco de lanças sustentado acima dos ombros. Na batalha, eles avançavam sobre o inimigo como se fossem uma parede de escudos, golpeando com suas lanças sobre os escudos. Os homens posicionados na parte de trás empurravam os que estavam na frente e golpeavam sobre eles. Essas aterrorizantes batalhas corpo a corpo normalmente eram curtas, mas fatais. Lutar em curta distância nessa formação requeria treinamento e disciplina que se tornaram um estilo de vida.

Antes da ascensão dos hoplitas, a maioria das batalhas envolvendo exércitos consistia em arco e flecha e posicionamento. Os gregos tornaram a guerra pessoal e intensa e os hoplitas, então os melhores soldados de infantaria do mundo, dominaram os campos de batalha antigos durante séculos até serem suplantados pelos mais flexíveis e funcionais legionários romanos.

História

Introdução: Grécia da póleis

Acrópole de Atenas - pintura de Leo von Klenze, 1846 (Neue Pinakothek, Munique)

Baseada na atividade e contínua participação dos habitantes livres na vida política, a polis (em grego clássico: πόλιςtrad.: “cidade”; plural πόλεις, póleis) foi o modelo de cidades-estado típico da Grécia antiga. Em contraste com outras cidades-estado da antiguidade, a peculiaridade da póleis não era tanto a forma de governo democrática (como em Atenas) ou oligárquica (como em Esparta), mas antes a isonomia. Segundo este princípio, todos os cidadãos livres estavam sujeitos às mesmas normas de direito, conceito que identificava a ordem natural do universo com as leis da cidade.[3][4]

Aparecendo por volta do século VIII a.C., no final da Idade Média Helénica (1100–800 a.C.), o longo período de caos sociopolítico desencadeado pelo colapso da civilização micénica (em geral pelo chamado "colapso da Idade do Bronze") e pela descida dos dórios, a pólis tornou-se o verdadeiro centro político, económico e militar do mundo grego. Cada pólis estava organizada de forma autónoma, de acordo com as suas próprias leis e tradições. Concebida como uma comunidade política, esta nova cidade baseou-se na: (i) estabilidade das comunidades no território, (ii) desenvolvimento da economia agrícola, (iii) dispersão da propriedade da terra, (iv) crescimento demográfico e (v) melhoria do nível de vida. As póleis eram originalmente pequenas comunidades auto-suficientes, governadas por governos autónomos: uma espécie de pequenos Estados independentes uns dos outros. [3][4]

A natureza autónoma da póleis deriva da conformação geográfica do território da Grécia, que impedia trocas fáceis entre as várias áreas urbanas, uma vez que era predominantemente montanhosa. A península grega e as ilhas do mar Egeu são, na realidade, territórios maioritariamente áridos, enquanto a península é caracterizada por colinas íngremes e distingue-se pela ausência de bacias hidrográficas ou planícies significativas. Isto resultou numa escassez crónica de alimentos e em dificuldades nas comunicações internas, circunstância que dificultou tangivelmente qualquer tentativa de unificação política. Daí a tensão dos Gregos em relação ao mar: todas as póleis, com as notáveis ​​excepções de Tebas e Esparta, eram cidades portuárias, como é o caso de Atenas (com o muito famoso porto de Pireu) e Corinto na península, de Mileto Éfeso na Ásia Menor, ou das ilhas de Samos e Quios (não muito longe da costa da Anatólia).[3][4] O resultado óbvio destes factores foi o início, já na era contemporânea à afirmação da pólis, da colonização grega do Mar Mediterrâneo que, retomando as relações comerciais já presentes na época da koinè de Bronze,[5][6] exportou a cultura grega, o modelo da pólis e a figura do hoplita para fora da metrópole.

Origens: A "Revolução Hoplita"

O momento exacto em que a "Revolução Hoplita", como lhe chamou o arqueólogo Anthony Snodgrass,[7] mudou definitivamente a guerra heróica/homérica é ainda hoje impreciso. A teoria predominante, no entanto, situa-a entre o século VIII ou VII a.C., quando «a era heróica foi abandonada e foi introduzido um sistema muito mais disciplinado», enquanto, do ponto de vista tecnológico, o escudo argivo, muito mais manejável do que o antigo escudo micénico, tornou-se popular.[8] Dada a evolução tecnológica e estrutural, o historiador Peter Krentz defende que «a ideologia da guerra hoplita como competição ritualizada não se desenvolveu no século VII a.C., mas apenas depois de 480 a.C., quando as armas não hoplitas começaram a ser excluídas da falange.»[9] O antropólogo Anagnostis Agelarakis, com base nas recentes descobertas arqueoantropológicas do mais antigo poliandrion monumental (um sepultamento comunitário de guerreiros homens) na ilha de Paros, terá sufragado a existência da falange hoplita no último quartel do século VIII a.C.[10]

Ver também

Referências

  1. Diodoro Sículo, 15.44.3 "hoi proteron apo tôn aspidôn hoplitai kaloumenoi tote apo tês peltês peltastai metônomasthêsan"
  2. Gat, Azar (2006). War in Human Civilization. New York, NY: Oxford University Press. pp. 295–298. ISBN 978-0199236633 
  3. a b c Sakellariou, Μ.Β. (1989). Research Centre for Greek and Roman Antiquity National Hellenic Research Foundation, ed. The Polis-State Definition And Origin (PDF). Col: ΜΕΛΕΤΗΜΑΤΑ 4 (em inglês). Athens:  
  4. a b c Voegelin, Eric (1957). Louisiana State University Press, ed. The World of the Polis. Col: Order and History (em inglês). 2..  
  5. Laura Buccino (2004). «I caratteri generali della colonizzazione greca in Occidente». treccani. Consultado em 10 de abril de 2024 
  6. Laura Buccino (2004). Istituto dell'Enciclopedia Italiana, ed. «I Greci in Asia». Roma. Il Mondo dell'Archeologia. Consultado em 29 de março de 2016 
  7. Snodgrass 1965 p. 110.
  8. Connoly 1988 p. 37.
  9. Krentz 2002 p. 23.
  10. F. Zafeiropoulou; A. Agelarakis (2005). Guerreiros de Paros. Arqueologia 58 ed. pp. 30–35 

Bibliografia

  • Crowley, Jason. "The Psychology of the Athenian Hoplite: The Culture of Combat in Classical Athens". Cambridge: Cambridge University Press, 2012 (hardcover, ISBN 1-107-02061-1).
  • Goldsworthy, A. K. "The Othismos, Myths and Heresies: The Nature of Hoplite Battle", War in History, Vol. 4, Issue 1. (1997), pp. 1–26.
  • Hanson, Victor Davis. The Western Way of War: Infantry Battle in Classical Greece. New York: Alfred A. Knopf, 1989 (hardcover, ISBN 0-394-57188-6); New York: Oxford University Press (USA), 1990 (paperback, ISBN 0-19-506588-3); Berkeley: University of California Press, 2000 (paperback, ISBN 0-520-21911-2).
  • Hanson, Victor Davis. Warfare and Agriculture in Classical Greece (Biblioteca Di Studi Antichi; 40). Berkeley: University of California Press, 1998 (hardcover, ISBN 0-520-21025-5; paperback, ISBN 0-520-21596-6).
  • Hanson, Victor Davis. The Other Greeks: The Family Farm and the Agrarian Roots of Western Civilization. Berkeley: University of California Press, 1999 (paperback, ISBN 0-520-20935-4).
  • Krentz, Peter. "Fighting by the Rules: The Invention of the Hoplite Agôn", Hesperia, Vol. 71, No. 1. (2002), pp. 23–39.
  • O'Connell, Robert L., Soul of the Sword. Simon and Schuster, 2002, ISBN 0-684-84407-9.
  • Roisman, Joseph, and translated by J. C. Yardley, Ancient Greece from Homer to Alexander (Blackwell Publishing Ltd, 2011) ISBN 1-4051-2776-7
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