Hormônio luteinizante

Hormona luteinizante
Indicadores
Símbolo LHB
HUGO 6584
Entrez 3972
OMIM 152780
RefSeq NM_000894
UniProt P01229
Outros dados
Locus Cr. 19 q13.3

A hormona luteinizante (português europeu) ou hormônio luteinizante (português brasileiro), luteoestimulina ou ainda LH (Luteinizing Hormone, em inglês) é um hormônio produzido pela adenoipófise. Em mulheres, a acentuada elevação dos níveis de LH desencadeia a ovulação e o desenvolvimento do corpo lúteo., além de coordenar a secreção de progesterona. No homem, também chamado de hormônio estimulante das células intersticiais (ICSH), estimula as células de Leydig a produzirem testosterona, hormônio responsável pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários do macho, bem como pelo apetite sexual. Atua em conjunto com o FSH. Também é o hormônio responsável pela maturação dos espermatozoides nos tubos seminíferos.

Estrutura

O LH é uma glicoproteína heterodimérica; cada monômero é uma molécula de glicoproteína, e subunidades alfa e beta compõem a totalidade de sua estrutura funcional.

Sua estrutura é similar a de outros hormônios glicoprotéicos, como FSH, TSH e hCG. Cada dímero é composto por duas subunidades glicopeptídicas, denominadas subunidades alfa e beta, conectadas por ligação não covalente (i.e., sem nenhuma ponte dissulfeto entre elas)

Função

O LH tem grande importância para a reprodução, tanto para as mulheres, quanto para os homens.

Efeitos em fêmeas

O mecanismo de feedback entre LH e estradiol, importantes hormônios para a reprodução, ainda não é totalmente esclarecido..... No entanto, a atividade do LH na ovulação já é determinado. Após o início de sua liberação pela adenoipófise, no período menstrual, o aumento da produção de LH se dá num curto intervalo de 24 a 48 horas. Este "pico" de LH é o que desencadeia a ovulação, não apenas liberando o ovócito do folículo ovariano como também iniciando a conversão dos resíduos deste folículo em um corpo lúteo que, por sua vez, produzirá progesterona para preparar o endométrio para uma possível implantação. O LH é indispensável para a manutenção desta função do corpo lúteo na segunda metade do ciclo menstrual. Caso haja a fecundação e a gravidez se inicie, os níveis de LH entrarão em queda, e sua função passa a ser cargo do hCG a ser secretado pela placenta recém formada. A exposição mínima ao LH necessária para a maturação satisfatória do óvulo é chamada de Limiar do LH. Muito pouco LH, abaixo do nível do limiar, pode levar a maturação inadequada dos óvulos. Por outro lado, pesquisas têm mostrado que a exposição excessiva ao LH também danifica a maturação do óvulo, sendo, portanto, a exposição máxima requerida para maturação ótima do óvulo é chamada de Teto do LH.

Parece haver uma "janela" ótima para a atividade do LH, a denominada "janela terapêutica do LH’, a qual necessita ser precisamente atingida, já que muito pouco LH ou LH demais danificam o óvulo.

Efeitos em machos

O LH atua sobre as células de Leydig dos testículos, sendo regulado pelo GnRH . As células de Leydig são responsáveis pela produção de testosterona (T), andrógeno presente tanto na atividade exócrina quanto na intratesticular da espermatogênese. Liberado pela adeno-hipófise, o LH passa a ser regulado por pulsos do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), secretado pelo hipotálamo. Quando os níveis de testosterona estão baixos, o GnRH é liberado de modo a estimular a produção e secreção de LH. O consequente aumento dos níveis de T estimula a adenoipófise e hipotálamo a inibirem a secreção dos referidos hormônios, por mecanismo de feedback negativo.

Alterações nos níveis de LH e testosterona no sangue podem ser induzidas por excitação sexual em homens.

Níveis normais

Os níveis de LH são geralmente baixos durante a infância, e altos em mulheres após a menopausa. Por ser um hormônio liberado em pulsos, é necessário o acompanhamento de suas concentrações por tempo suficiente de modo a determinar seu nível sanguíneo.

Prevendo a ovulação

A detecção de um significativo aumento na liberação de LH indica ovulação iminente. O LH pode ser detectado por testes de urina realizados diariamente, em geral, próximo à data estimada de ovulação. A conversão de níveis negativos a positivos sugerem que a ovulação deve ocorrer dentro de 24-48 horas, concedendo à mulheres que desejam engravidar cerca de dois dias para o ato sexual ou a inseminação artificial.

Vale ressaltar que testes de níveis de LH não são passíveis de utilização como método contraceptivo uma vez que, geralmente, o pico de LH já se dá no início do período fértil feminino.

Doenças relacionadas

Excesso de LH

Em crianças com puberdade precoce, LH e FSH se encontrarão em níveis correspondentes aos da idade reprodutiva, em detrimento dos baixos níveis esperados para sua faixa etária. Ao longo dos anos, alcançada a idade reprodutiva, níveis relativamente altos são comumente vistos em pacientes portadoras da síndrome do ovário policístico; no entanto estes níveis ainda encontram-se dentro da faixa considerada normal em época reprodutiva. Níveis constantemente altos do hormônio são indicativos de situações onde o mecanismo de feedback é falho ou ainda ausente, levando a adenoipófise a uma secreção constante de LH e FSH. Ainda que este comportamento seja típico de mulheres em período de menopausa, é anormal ao longo dos anos correspondentes à idade reprodutiva. Esta situação pode ser indicativo de:

Deficiência de LH

A redução na secreção de LH pode resultar em falha no funcionamento das gônadas (hipogonadismo). Essa condição manifesta-se tipicamente em machos como falha na produção normal de esperma; já em fêmeas, observa-se a ocorrência de amenorreia. Condições de baixa secreção de LH também incluem:


Referências

  1. A espera e a chegada do bebê. : Biblioteca de formação familiar, Consórcio Gráf. Editorial. 1968 
  2. a b Pedro Amberico Maia (1968). Psicologia sexual e o mistério do amor. : Grupo Gente Nova. 85 páginas 
  3. Louvet, Jean-Pierre; Mitchell Harman, S.; Ross, Griff T. (1975). "Effects of Human Chorionic Gonadotropin, Human Interstitial Cell Stimulating Hormone and Human Follicle-Stimulating Hormone on Ovarian Weights in Estrogen-Primed Hypophysectomized Immature Female Rats". Endocrinology. 96 (5): 1179–86.
  4. Gardner, David G. (2013). Endocrinologia Básica e Clínica de Greenspan.  

Ver também

Ligações externas