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O peptídeo natriurético atrial (do inglês atrial natriuretic peptide) é um peptídeo secretado por células musculares cardíacas atriais. Seu papel é normalizar a volemia sanguínea e a pressão arterial quando a musculatura cardíaca for excessivamente distendida.
O pesquisador cardiovascular argentino-canadense Dr. Adolfo. J. de Bold e colaboradores foram os responsáveis por comprovar a existência de um hormônio de natureza proteica e desencadeador de natriurese e diurese, no interior dos grânulos específicos atriais, o Fator Natriurético Atrial (ANF), em 1981. Por meio de grânulos encontrados em células musculares cardíacas atriais (principalmente no átrio direito) que continham este peptídeo. Esta descoberta deu ao coração a importância endócrina, além daquela de simples bomba propulsora de sangue.
Usando como requisito para a sua comprovação, foi de fundamental contribuição, estudos realizados em 1956 por Henry e Pearce que comprovavam a ação fisiológica à distância do coração pelo aumento do fluxo urinário (intensa diurese) em cães após inflarem um balão de borracha no átrio esquerdo desses animais.[1]
Dois anos depois, o peptídeo já estava purificado e sequenciado. Mais tarde, foram descobertos outros peptídeos natriuréticos: o BNP, produzido pelas paredes dos ventrículos e descoberto inicialmente no cérebro; e o CNP, encontrado no sistema nervoso, mas produzido por células endoteliais.
O PNA parece agir de maneira efetiva no controle dos níveis de aldosterona, bem como promovendo diurese, natriurese, vasodilatação e aumentando o debito cardíaco. O PNA e em potencial um grande agente terapêutico no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão essencial, cirrose hepática e colapso renal traumático, tudo isso sem os efeitos colaterais das doenças atualmente utilizadas.[2]
Em 1984, os pesquisadores Kangawa e Matsuo, motivados pela identificação do PNA, isolaram e determinaram a sua estrutura de 28 aminoácidos com um anel de 17 aminoácidos no meio da molécula. O anel é formado por uma ligação dissulfeto entre dois resíduos de cisteína nas posições 7 e 23.[3]
O gene decodificador do ANP está localizado no cromossomo 1 em humanos. O hormônio nasce com 151 aminoácidos, sendo chamado de pré-pró-ANP. Após a retirada de 25 aminoácidos de sua seqüência sinal, a cadeia passa a se chamar pró-ANP, que será levada ao complexo de Golgi. Antes de ser exocitada, o pró-ANP é novamente clivado, provavelmente por proteínas de membrana, em uma cadeia funcional de ANP, com 28 aminoácidos, e um fragmento aminoterminal de 98 aminoácidos, o NT-pró-ANP. Esse hormônio, em fetos e neonatais, é produzido em grande parte pelos ventrículos, sendo essa atividade diminuída gradativamente após o nascimento, e os átrios assumindo este papel.
O sinal para a liberação do ANP é a distensão das paredes dos átrios. Elevado débito cardíaco, estímulos simpáticos e fatores metabólicos influenciam sua liberação. Suspeita-se que a hipóxia também a influencie. O hormônio endotelina-1, um vasoconstritor que age nos músculos lisos das artérias, estimula a liberação de ANP agindo diretamente no coração ou por estimular um aumento de volume circulante dentro do órgão. Angiotensina, catecolaminas, acetilcolina, arginina, vasopressina, prostaglandinas, glicocorticóides e hormônios tireoidianos inibem a liberação de ANP.
Para desempenhar sua função, o hormônio tem que se ligar a receptores específicos de membrana. Foram encontrados três desses receptores: ANPA, ANPB e ANPC. Os tipos A e B possuem atividade de guanilato ciclase e estão ligados ao funcionamento normal dos peptídeos. O ANP e o BNP se ligam ao primeiro receptor, enquanto o CNP se liga ao segundo. O tipo C está relacionado à degradação dos três peptídeos natriuréticos, para que a concentração deles seja diminuída na corrente sanguínea em uma situação em que eles não sejam mais necessários. Os principais alvos do ANP são os músculos lisos dos vasos sanguíneos e os rins. Nos vasos, ele distende a musculatura lisa, aumenta a permeabilidade de capilares e consequentemente permitem a saída de água e sódio dos vasos. Além disso, o hormônio também inibe a função de vários outros hormônios, como aldosterona, angiotensina II, endotelina, renina e vasopressina. Nos rins, ele inibe a absorção de sódio nos ductos coletores dos néfrons, inibe a ação da aldosterona e neutraliza o sistema renina-angiotensina-aldosterona. Conseqüentemente ocorrerá maior excreção de sódio. A água acompanha o sódio, por causa da osmose.
A semi-vida do ANP é de 2 a 5 minutos e sua taxa de degradação é cerca de 14 a 25 mL/min/Kg. O peptídeo é reconhecido pelo receptor ANPC e internalizado nas células. Já no citoplasma, o endossomo é fundido a lisossomos que contêm, principalmente, a enzima endopeptidase neutra 24.11. Essa enzima está presente nos glomérulos, músculos lisos dos rins, membranas dos túbulos contorcidos proximais, tecido vascular e músculos lisos dos vasos. Estudos mostram que a inibição da endopeptidase neutra 24.11 potencializa a ação do ANP. Inibidores dessa enzima juntamente com inibidores de angiotensina se mostram mais eficazes no tratamento de hipertensão do que puramente os neutralizadores do segundo hormônio.
O ANP e o NT-pró-ANP são liberados equimolarmente na corrente sanguínea. Entretanto, a taxa de degradação deste é bem menor do que daquele. Por isso, foram encontrados em pacientes com insuficiência cardíaca ou renal cerca de 4 vezes mais NT-pró-ANP do que ANP. Suspeita-se de que alguns casos de insuficiência cardíaca com malfuncionamento dos ventrículos apresentam poucos sintomas graças ao grande volume de NT-pró-ANP circulante. Tentativas de se descobrir a função desse peptídeo N-terminal falharam graças à falta de receptores específicos. Todavia, ele pode ser importante para se medir a concentração de ANP no sangue.
Pode-se usar também o ANP (e também o BNP) como marcadores, seja na prevenção de doenças ou no diagnóstico diferencial delas. O uso desses peptídeos no diagnóstico de dispnéia provocada por insuficiência cardiaca provou ser mais eficiente do que os métodos tradicionais. Além disso, o uso de análogos desse hormônio, junto a inibidores de endopeptidases, aumenta o intervalo entre sessões de hemodiálise entre pacientes com insuficiência renal aguda que apresentam oligúria.
É o principal receptor do peptídeo natriurético atrial (ANP) e do peptídeo natriurético do tipo B (BNP).
É o principal receptor do peptídeo natriurético do tipo C (CNP).
Embora a grande variação nas medidas para os valores séricos do PNA em gestantes com hipertensão e normais, trabalhos com o objetivo de mostrar a relação entre a elevação desse hormônio e pacientes com hipertensão induzida pela gravidez conseguiram indicar o aumento de PNA nas várias formas de hipertensão induzida pela gravidez. Mesmo que não se tenham as causas para este aumento nos distúrbios hipertensivos no período gestacional.[8]