No mundo de Hughes Aircraft, existem inúmeros aspectos e detalhes que valem a pena explorar. Desde as suas origens até ao seu impacto atual, Hughes Aircraft captou a atenção de milhões de pessoas em todo o mundo. Seja através da história, da ciência, da música, da arte ou de qualquer outro campo, Hughes Aircraft continua a ser um tema de interesse para pessoas de todas as idades e culturas. Neste artigo iremos nos aprofundar nos diferentes aspectos de Hughes Aircraft, explorando suas muitas facetas e analisando sua influência na sociedade atual. Desde o seu início até o presente, Hughes Aircraft deixou uma marca indelével na história e certamente permanecerá relevante para as gerações futuras.
Hughes Aircraft | |
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Atividade | Indústria aeroespacial e Defesa |
Fundação | 1932 |
Fundador(es) | Howard Hughes |
Destino | Adquirida pela Raytheon e Boeing |
Encerramento | 1997 |
Sede | Culver City, California - Estados Unidos |
Hughes Aircraft Company foi uma empresa estadunidense de desenvolvimento aeroespacial e de tecnologia de defesa fundada em 1932 por Howard Hughes, em Culver City. A empresa ficou conhecida por produzir, entre outros produtos, a aeronave Hughes H-4 Hercules "Spruce Goose", a sonda de entrada na atmosfera utilizada pela nave espacial Galileo, e o míssil guiado AIM-4 Falcon.[1]
Foi adquirida pela General Motors em 1985 e colocada sob a direção da Hughes Electronics, agora conhecida como DirecTV, até que a GM vendeu seus ativos para a Raytheon, em 1997.[2]
Durante a Segunda Guerra Mundial a empresa projetou e construiu vários protótipos de aeronaves no Aeroporto Hughes. Incluindo nestes, o famoso Hughes H-4 Hercules mais conhecido pelo nome público "Spruce Goose", o H-1 Racer, D-2 e o XF-11.[3] No entanto os hangares da empresa no aeroporto, local da atual Playa Vista no lado oeste de Los Angeles, foram utilizados principalmente como uma filial para a construção de projetos de outras empresas. No início da guerra, a Hughes Aircraft tinha apenas quatro funcionários a tempo integral, no final, o número foi de 80 000.[1]
Hughes Aircraft foi uma das muitas empresas de defesa aeroespacial que cresceu no sul da Califórnia durante e após a Segunda Guerra Mundial e ao mesmo tempo foi a maior empregadora na área.
No verão de 1947, alguns políticos ficaram preocupados com a alegada má gestão do Hughes no H-4 Hercules e o XF-11 avião de reconhecimento. Eles formaram uma comissão especial para investigar Hughes, que culminou com uma conhecida investigação do Senado, uma das primeiras a ser televisionada ao público. Apesar de um relatório do comitê altamente crítico, Hughes foi absolvido.
Em 1948, Hughes criou uma nova divisão da empresa, a Aerospace Group (Grupo Aeroespacial). Dois engenheiros da Hughes, Simon Ramo e Dean Wooldridge, tinham ideias novas no posicionamento dos eletrônicos para tornar os sistemas de disparos mais completos. O sistema MA-1 deles combinam sinais de radar da aeronave com um computador analógico para guiar automaticamente a aeronave interceptadora até a posição adequada para disparar mísseis. Ao mesmo tempo, outras equipes estavam trabalhando com a recém-formada Força Aérea dos EUA em mísseis ar-ar, entregando o AIM-4 Falcon, até então conhecido como o F-98. O pacote MA-1/Falcon, com várias atualizações, foi a principal arma interceptadora dos EUA por muitos anos, e durou até a década de 1980. Ramo e Wooldridge, não tendo conseguido chegar a um acordo com Howard Hughes sobre problemas de gestão, renunciaram em setembro de 1953. Eles fundaram a Corporação Ramo-Wooldridge, mais tarde, juntaram a Thompson Products para formar a Thompson-Ramo-Wooldridge Corporation com base em Canoga Park e Hughes alocando espaço para programas de pesquisa nuclear (atual West Hills (Canoga Park)) [4]. A empresa se tornou TRW em 1965, outra empresa aeroespacial e um grande concorrente para Hughes Aircraft.
Howard Hughes doou a Hughes Aircraft para o recém-formado Howard Hughes Medical Institute (Instituto Médico Howard Hughes) em 1953, supostamente como uma forma de evitar os impostos aplicados sobre sua enorme renda.[5] No ano seguinte, L.A. "Pat" Hyland foi contratado como vice-presidente e gerente geral da Hughes Aircraft, ele acabaria por se tornar presidente e CEO da empresa após a morte de Howard em 1976.
Sob a orientação de Hyland, o Aerospace Group (Grupo Aeroespacial) continuou a diversificar e tornar-se muito rentável, e tornou-se o foco principal da empresa. A empresa desenvolveu sistemas de radar, sistemas eletro-ópticos, o primeiro laser funcional, sistemas de computador de aviões, sistemas de mísseis, Propulsor de íons (para viagem espacial), e muitas outras tecnologias avançadas. A Electronic Properties Information Center - EPIC (Centro de Informação das Propriedades Eletrônicas) dos Estados Unidos foi organizada na biblioteca de Hughes em Culver City em 1970. O EPIC publicou o Handbook of Electronic Materials (Manual de Materiais Eletrônicos) como documento público.[6]
Os ganhadores do Prêmio Nobel, Richard Feynman e Murray Gell-Mann tinham conexões com a Hughes: Feynman realizava seminários semanais no Hughes Research Laboratories (Laboratórios de Pesquisa Hughes); Gell-Mann compartilhou um escritório com Malcolm Currie, mais tarde foi Presidente do Conselho e CEO da Hughes Aircraft. Greg Jarvis e Ronald McNair, dois dos astronautas no último voo do ônibus espacial Challenger foram alunos da Hughes.
A “Hughes Space and Communications Company” (Companhia Aeroespacial e comunicações) foi formada como uma subsidiária da Hughes Aircraft em 1961 após a fusão da “Space and Communications Group” (Grupo Aeroespacial e Comunicações) e da “Hughes Space Systems Division” (Divisão de sistemas Aeroespaciais).[1] Essa divisão construiu o primeiro satélite geoestacionário de comunicação (Syncom) em 1963 e em seguida o primeiro Satélite geoestacionário meteorológico (ATS-1) em 1966. Mais tarde nesse ano o "Surveyor 1" fez o primeiro pouso suave na Lua como parte do projeto de pousos no projeto Apollo. A Hughes também construiu o “Pioneer Venus” em 1978, que realizou o primeiro grande mapeamento por radar de Vênus, e a sonda Galileu, que voou para Júpiter em 1990.[7] Em 2000, a empresa tinha construído cerca de 40 por cento dos satélites comerciais em serviço em todo o mundo.[1]
Em 1947, Howard Hughes redirecionou os esforços da Hughes Aircraft de aviões para helicópteros. Começou em 1948, quando o fabricante de helicópteros “Kellett Aircraft Co.” vendeu seu mais recente projeto para a Hughes produzir. O XH-17 "Sky Crane" voou pela primeira vez em outubro de 1952, mas foi um fracasso comercial. Em 1955, Howard Hughes dividiu a unidade de produção de helicópteros da Hughes Aircraft Company e reconstituiu com a Hughes Tool Company chamando-a “Hughes Tool Company's Aircraft Division”. A divisão de aeronaves tinha o foco na produção de helicópteros leves, principalmente o Hughes 269/300 e o OH-6 Cayuse/Hughes 500.
Hughes não deixou testamento e depois de sua morte, em 1976, havia vários pedidos para a sua propriedade. Um executivo e um advogado da Hughes alegaram que tinham o direito de criar um comitê executivo para tomar as rédeas do HHMI e sua subsidiária, a Hughes Aircraft. O procurador-geral de Delaware, Richard R. Wier, questionou esta decisão e entrou com uma ação em 1978. Charles M. Oberly continuou a ação quando ele se tornou procurador-geral em 1983. Oberly afirmou que desejava ver um conselho independente de curadores para garantir que o instituto cumprira a sua missão de caridade e que não continuará a operar como um abrigo de impostos.[8]
Em janeiro de 1984 o juiz Grover C. Brown decidiu que o tribunal deve nomear os administradores porque Hughes não tinha deixado um plano de sucessão. Brown pediu ao comitê executivo e ao gabinete do procurador-geral para apresentar uma lista de recomendações que ele poderia aprovar. Brown aprovou uma lista em abril de 1984.[8] Em janeiro de 1985 o novo conselho de administração do HHMI anunciou que iria vender a Hughes Aircraft, através da venda privada ou oferta pública de ações.[9]
Em 5 de junho de 1985 a General Motors foi anunciada como a vencedora de um leilão secreto de cinco meses com outros licitantes, incluído Ford Motor Company e Boeing.[10] A compra foi concluída em 20 de dezembro de 1985, por cerca de US$ 5,2 bilhões, US$ 2,7 bilhões em dinheiro e o restante em 50 milhões de ações da GM de classe H. [11]
Em 31 de dezembro de 1985, a General Motors fundiu a Hughes Aircraft com sua Delco Electronics para formar a Hughes Electronics Corporation, uma subsidiária independente. O grupo, então, consistiu em: Delco Electronics Corporation, a Hughes Aircraft Company e a Hughes Space and Communications Company.
Em agosto de 1992, a Hughes Aircraft completou a aquisição dos negócios de mísseis da General Dynamics por US$ 450 milhões.[12] Isto trouxe o BGM-109 Tomahawk, AGM-129 ACM, Standard missile, FIM-92 Stinger, o sistema de armas Phalanx CIWS e o RIM-116 Rolling Airframe Missile para a carteira da Hughes.
Em 1994, a Hughes Electronics introduziu a DirecTV, o primeiro serviço DTH de alta potência. Em 1995, a Hughes Space and Communications tornou-se o maior fornecedor de satélites comerciais. Também em 1995, o grupo comprou a Magnavox Electronic Systems do Carlyle Group. Em 1996, a Hughes Electronics e a PanAmSat fundiram seus serviços fixos de satélite em uma nova empresa de capital aberto, também chamada de PanAmSat com a Hughes Electronics como acionista majoritária.
Em 1995, a Hughes Aircraft vendeu sua Technology Products Division (Divisão de produtos tecnológicos) para um grupo de investidores liderado pela Citicorp e incorporou a divisão como Palomar Technologies. Em 2008, a Citicorp vendeu a divisão para a atual equipe de gestão na Palomar Technologies.[13]
Em 1997, a GM transferiu a Delco Electronics para o seu negócio Delphi Automotive Systems. Mais tarde naquele ano, os ativos da Hughes Aircraft foram vendidos a Raytheon por US$ 9,5 bilhões.[14] As demais empresas permaneceram sob o nome de Hughes Electronics e dentro da GM.
Em 2000, a Boeing comprou três unidades da Hughes Electronics Corp: Hughes Space and Communications Co, Hughes Electron Dynamics, e a Spectrolab Inc, além do proveito da Hughes Electronics no HRL, principal laboratório de pesquisa da empresa. As quatro se juntaram a Boeing Satellite Systems, uma subsidiária da empresa, tornando-se posteriormente a Satellite Development Center, parte da Boeing Integrated Defense Systems.[15]
Em 2003, as partes restantes da Hughes Electronics: DirecTV, DirecTV Latin America, PanAmSat e Hughes Network Systems foram compradas da GM pela NewsCorp e renomeadas The DirecTV Group.
A ampla gama de ciência e tecnologia desenvolvida pela Hughes Aircraft nunca incluiu aplicações na medicina porque a empresa era de propriedade do Howard Hughes Medical Institute. Esta restrição foi imposta para evitar até mesmo a aparência de um conflito de interesses.[16]
No entanto, o dinheiro fornecido para HHMI pela Hughes Aircraft levou a grandes melhorias para a área médica da genética, pesquisa de câncer, a formação de médicos que prestam cuidados a milhões de pessoas. É importante notar que Hughes desenvolveu a cama médica moderna como um resultado direto de sua internação hospitalar.