Icó

Icó
  Município do Brasil  
Prédio da antiga Casa de Câmara e Cadeia na Praça da MatrizPrédio da antiga Casa de Câmara e Cadeia na Praça da MatrizPrédio da antiga Casa de Câmara e Cadeia na Praça da Matriz
Símbolos
Bandeira de Icó
Bandeira
Brasão de armas de Icó
Brasão de armas
Hino
Gentílico icoense
Localização
Localização de Icó no CearáLocalização de Icó no CearáLocalização de Icó no Ceará
Icó está localizado em: Brasil
IcóLocalização de Icó no Brasil
Mapa de Icó
Coordenadas 6° 24' 03" S 38° 51' 43" O
País Brasil
Unidade federativa Ceará
Municípios limítrofes Norte: Jaguaribe e Pereiro;
Sul: Umari, Lavras da Mangabeira e Cedro;
Leste: Rio Grande do Norte (São Miguel, Venha-Ver) e Paraíba (Bernardino Batista e Poço Dantas);
Oeste: Iguatu e Orós
Distância até a capital 375 km
História
Fundação 4 de maio de 1738 (285 anos)
Administração
Prefeito(a) Ana Laís Peixoto Correia Nunes (PDT, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total 1 871,980 km²
População total (IBGE/2014) 67 456 hab.
Densidade 36 hab./km²
Clima Semiárido
Altitude 153 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010) 0,606 — médio
 • Posição CE: 109º
PIB (IBGE/2015) R$ 562 450,09 mil
PIB per capita (IBGE/2015) R$ 8 370,04

Icó é um município brasileiro do estado do Ceará. A cidade de Icó foi a terceira vila instalada no Ceará e possui um sítio arquitetônico datado do século XVIII.

Etimologia

O topônimo "Icó" pode ser uma alusão a:

Sua denominação original era "Arraial do Poço", depois "Povoação do Salgado", "Arraial da Senhora do Ó", "Arraial Velho", "Ribeira dos Icós", "Arraial Novo", "Arraial da Ribeira dos Icós", "Icós" e, desde 1860, "Icó".

História

Carta da Capitania do Ceará, António José da Silva Paulet, 1818

As terras entre as serras do Cafundó, Camará e às margens do rio Salgado eram habitadas por diversas etnias tapuias, entres elas os icó, icozinho, janduí e quixelô.

A colonização das terras de Icó data do final do século XVII e início do século XVIII. Os primeiros colonizadores da cidade eram conhecidos como "os homens do (Rio) São Francisco", que faziam parte de uma das frentes de ocupação do território cearense, a do "sertão-de-dentro", dominada pelos baianos, que serviu para tentar ocupar todo o interior cearense.

A entrada de Bartolomeu Nabo Correia e mais 40 homens, chegou em 1683 e deu início à povoação conhecida como "Arraial Novo dos Icós", a sua primeira fase. Numa segunda fase, famílias se instalaram através das sesmarias e assim surgiram dois povoados às margens do rio Salgado: o "Icó de Baixo" e o "Icó de Cima". Ambos, povoados dominados pelos membros das famílias Fonseca e Monte, respectivamente. Devido às constantes inundações, o povoado que prevaleceu foi o "Icó de Cima". Tanto na fase de descobrimento quanto na de assentamento, os conflitos com os índigenas foram constantes, até que a Igreja Católica interveio e conseguiu um tipo de pacificação.

A povoação foi elevada a vila em 1738, a terceira vila do Ceará, logo após Aquiraz e Fortaleza. Em 1842, obteve a categoria de cidade. Devido a sua importância econômica, Icó foi uma das cidades que tiveram projetos urbanísticos planejados na corte, Lisboa.

Com a intensificação e o sucesso da indústria do carne-seca e do charque no Ceará, Icó destacou-se durante esta áurea época como um dos três centros comerciais e de serviços do estado, juntamente com Sobral e Aracati, devido a abundância de água, localização estratégica na rota das boiadas. A "Estrada Geral do Jaguaribe" escoava as boiadas entre as fazendas de gado do Sertão do Cariri ao porto e centro de salgagem da carne salgada de Aracati. A "Estrada das Boiadas" ou "Estrada dos Inhamuns" escoava o gado e os produtos entre a Paraíba e o Piauí.

A partir do século XIX, com o final do Ciclo da Carne do Ceará, as plantações de algodão e café foram implementadas. Já na segunda metade deste a iluminação pública foi instalada.. Mesmo assim, Icó enfrentou um processo de degradamento político e econômico devido ao crescimento da importância política do Crato e depois com a expansão da Estrada de Ferro de Baturité até a cidade do Crato em 1910, o que favoreceu o comércio de Iguatu.

Na primeira metade do século XX, Icó volta a ter importância devido ao projeto de combate às secas com o Açude Lima Campos e a BR-116.

Geografia

Clima

Predomina o clima de estepe local. Ao longo do ano existe pouca pluviosidade em Icó. A classificação do clima é BSh segundo a Köppen e Geiger. A temperatura média anual em Icó é 37 °C. Tem uma pluviosidade média anual de 851 mm.

6 mm é a precipitação do mês de Setembro, que é o mês mais seco. Apresentando uma média de 204 mm, o mês de Março é o mês de maior precipitação.

O mês mais quente do ano é Novembro com uma temperatura média de 29.1 °C. A temperatura média em Junho, é de 26.1 °C. É a temperatura média mais baixa de todo o ano.

A maioria das precipitações ocorrem de janeiro a maio.

Hidrografia e recursos hídricos

Rio Salgado em Icó

As principais fontes de água fazem parte das bacias do rio Salgado e do Baixo Jaguaribe, sendo os principais afluentes elas os riachos: Aba, Capim, capitão-mor, dos Cavalos, São Miguel, São João, dos Pedreiros, Lobato, Periquito, São Vicente, Santana, Tatajuba (este divisa com o município de Orós), Umari e outros tantos. Existem ainda 89 açudes, sendo os de maior porte os açudes: Lima Campos ou Estreito I e o Tatajuba.

Relevo e solos

As terras de Icó fazem parte da Depressão Sertaneja, com elevações significantes no lado leste com colinas e cristas dos maciços residuais como a serra do Padre. As altitudes entre 200 e 700 metros acima do nível do mar. Os solos da região são constituído de arenitos, calcários do Mesozóico e folhelhos, gnaisses e migmatitos do Pré-Cambriano indiviso, conglomerados, siltitos e sedimentos arenosos inconsolidados, aluviais, do Quaternário, quartzitos.

Vegetação

Na cobertura vegetal do município encontra-se a caatinga arbustiva densa, caatinga aberta, caatinga arbórea espinhosa, mata seca (floresta subcaducifólia tropical pluvial e mata ciliar)..

Subdivisão

O município é dividido em sete distritos: Icó (sede), Cruzeirinho, Três Bodegas, Icozinho (em processo de emancipação), Lima Campos (em processo de emancipação), Pedrinhas e São Vicente .

Bairros

Os principais bairros da cidade são:

Aspectos socioeconômicos

A maior concentração populacional encontra-se na zona rural. A sede do município dispõe de abastecimento de água, fornecimento de energia elétrica, serviço telefônico, agência de correios e telégrafos, serviço bancário, hospitais, hotéis, ensino de 1° e 2° graus e a Faculdade Vale do Salgado (FVS) e a Universidade Federal do Ceará (UFCA).

A partir de Fortaleza o acesso ao município, pode ser feito por via terrestre através da rodovia BR-116. As demais vilas, lugarejos, sítios e fazendas são acessíveis (com franco acesso durante todo o ano) através de estradas estaduais, asfaltadas ou carroçáveis.

A economia local é baseada na agricultura: algodão arbóreo e herbáceo, banana, milho, feijão, mandioca, cana-de-açúcar, castanha de caju e frutas diversas; pecuária: bovino, avícola, ovino, caprino e suíno. Ainda existem vinte e nove indústrias: quatro de perfumaria, sabão e velas, uma de química, dez de produtos alimentares, três de madeira, quatro de produtos minerais não metálicos, seis de serviços de construção, uma de vestuário, calçados e artigos de tecidos de couro e peles.

O extrativismo vegetal também é presente na fabricação de carvão vegetal, extração de madeiras diversas para lenha e construção de cercas. A atividades da extração da oiticica e carnaúba é amplamente explorada. A confecção de artesanato de redes, chapéus-de-palha e bordados destaca-se também como fonte de renda. A extração de rocha para cantaria, brita e usos diversos na construção civil é uma das atividades de mineração. A piscicultura é desenvolvida nos açudes locais, principalmente no açude Lima Campos.

O turismo também é uma das fontes de renda, devido a belezas naturais, como o rio Salgado e em destaque pelo sítio histórico barroco oriundo do ciclo do charque e carne-seca, época de que esta cidade foi entreposto entre as capitais e o interior do Nordeste. O sítio arquitetônico de Icó, faz parte do Patrimônio Histórico Nacional.

O sítio arquitetônico de Icó

Teatro da Ribeira dos Icós em 1900

Um sitio que é formado pelo perímetro urbano planejado pela Metrópole, na primeira metade do século XVII. Um projeto urbanístico com: ruas bem traçadas e retas (delimitando quadras relativamente uniformes), praças bastante amplas, prédios públicos. O sítio nuclear situa-se entre as atuais ruas: 7 de Setembro, Ilídio Sampaio e Benjamin Constant, fechando-se ao lado leste com a praça principal.

Cultura

Os principais eventos culturais são:

Grupos de Teatro

Na Cidade de Icó se destacam seis grupos de Teatro que são:

• Cia. Wsa do Teatro

• Cia. 3Avits

• Cia. da Gemma

•Grupo de Teatro Arte da Ribeira

• Sinceratos

• Grupo Vassoura da Arte

Sendo os seis os grupos que movimentam o teatro Icoense e alguns levando também o nome da cidade para todo o Nordeste.

Política

A administração municipal localiza-se na sede: Icó..

Educação

Ensino básico

Na Educação Básica, conta com diversas escolas. Fazendo parte da rede pública podem-se citar as escolas:

Na rede particular, destacam-se as escolas:

Referências

  1. IBGE; IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
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  17. Governo do Icó

Ligações externas