Om mani padme hum

As sílabas "Om Ma Ni Pad Me Hum"

Auṃ maṇi padme hūṃ (em sânscrito: ॐ मणिपद्मे हूँ) é um dos mantras do budismo; o mantra de seis sílabas do Bodisatva da compaixão: Avalokiteshvara. De origem indiana, de lá foi para o Tibete. O mantra é associado ao deus de 4 braços Shadakshari, uma das formas de Avalokiteshvara.

O Dalai Lama é tido como uma emanação de Chenrezig (Avalokiteshvara), por isso o mantra é especialmente entoado por seus devotos e é comumente esculpido em rochas e escrito em papéis que são inseridos em rodas de oração ("mani korlo" em tibetano) para potencializar seu efeito.

É o mantra mais entoado pelos budistas tibetanos.

Transliterações

O mantra é diferentemente transliterado, dependendo das escolas do budismo, bem como dos professores individuais.

A maioria das autoridades considera o maṇipadme como uma palavra composta em vez de duas simples palavras. A escrita sânscrita não tem letras maiúsculas e isso significa que a capitalização de mantras transliterados varia de todas as letras maiúsculas, para maiúsculas iniciais, para não-maiúsculas. A tradução em todas as letras maiúsculas é típica de trabalhos eruditos mais antigos e de textos sadhana tibetanos.

Significado

"om mani padme hūṃ hrīḥ"

Os mantras podem ser interpretados pelos praticantes de muitas maneiras, ou mesmo como meras sequências de sons cujos efeitos estão além do significado estrito.

A parte intermediária do mantra, maṇipadme, é frequentemente interpretada como "joia no lótus", Sânscrito maṇí "joia, gema, cintamani" e o locativo de padma "lótus", mas de acordo com Donald Lopez é muito mais provável que maṇipadme é de fato um vocativo, não um locativo, endereçando um bodisatva chamado maṇipadma, "Joia-Lótus" - um epíteto alternativo do bodisatva Avalokitesvara. É precedido pela sílaba oṃ e seguido pela sílaba hūṃ, ambas interjeições sem significado linguístico. Há também interpretações como "Divina jóia flor de lotus, glória!" - que se refere ao processo dos processos ou "lei das leis" naturais da eterna renovação de todas as coisas e à reencarnação dos seres, "louvada seja a flor de lótus" ou "da lama nasce a flor de lótus".

Lopez também observa que a maioria dos textos budistas tibetanos considerou a tradução do mantra como secundária, concentrando-se na correspondência das seis sílabas do mantra a vários outros agrupamentos de seis na tradição budista. Por exemplo, no Chenrezig Sadhana, Tsangsar Tulku Rinpoche expande o significado do mantra, tomando suas seis sílabas para representar a purificação dos seis reinos da existência:

Ensinamento do 14° Dalai Lama

"om mani padme hūṃ", escrito em escrita tibetana em uma rocha do lado de fora do Palácio de Potala no Tibete

"É muito bom recitar o mantra Om Mani Padme Hum, mas, enquanto se recita, deve-se pensar nos significados, pois os significados das seis sílabas são muitos e vastos."

"'Om simboliza o corpo, a fala e o discurso impuros do indivíduo; ao mesmo tempo ele simboliza a pureza do corpo, da fala e da mente do Buda"

"As próximas quatro sílabas indicam o Caminho. 'Mani' significa 'joia' e simboliza o método que é a intenção altruística de se tornar iluminado, simboliza compaixão, e amor."

"As duas sílabas 'Padme' significam lótus e simbolizam a sabedoria"

"A pureza deve ser atingida através da unidade indivisível do método e da sabedoria, o que é simbolizado pela sílaba final 'hum', que significa indivisibilidade"

"Assim, as seis sílabas, Om Mani Padme Hum, significam que a prática do Caminho leva à transformação do corpo, da fala e da mente impura na exaltação de pureza que são o corpo, a fala e a mente do Buda"

—H.H. Tenzin Gyatso, 14° Dalai Lama, "Sobre o significado de: OM MANI PADME HUM"

Variação

O mantra: Om Mani Peme Hum Hri

Como Bucknell et al. (1986, p. 15.) disse, o completo Mantra Avalokiteshvara inclui uma final hrīḥ (em sânscrito: ह्रीः, Predefinição:IPA-sa), que é representado iconograficamente no espaço central da mandala silábica como visto na decoração do teto do Palácio de Potala. O mantra completo em tibetano é assim: ཨོཾ་མ་ཎི་པདྨེ་ཧཱུྃ་ཧྲཱིཿ O hrīḥ nem sempre é vocalizado de forma audível e pode ressoar "internamente" ou "secretamente" através da intencionalidade.

Referências

  1. Pronúncia do mantra cantado por um Tibetano: Som e Formato Real do Áudio.
  2. Lopez, 131.
  3. Lopez, 331; the vocative would have to be feminine
  4. «Alguns Mantras Tibetanos - Portal Luz da Serra». Portal Luz da Serra. 23 de junho de 2009 
  5. «Om Mani Padme Hum». Mundo Poético. Consultado em 25 de outubro de 2018 
  6. Lopez, 130
  7. Tsangsar Tulku Rinpoche, Chenrezig sadhana
  8. Gyatso, Tenzin. Om Mani Padme Hum
  9. Bucknell, Roderick & Stuart-Fox, Martin (1986). The Twilight Language: Explorations in Buddhist Meditation and Symbolism. Curzon Press: London. ISBN 0-312-82540-4, p. 15.

Bibliografia

Ver também

Leitura adicional

Ligações externas