Renda fixa

Bolsa de valores de Bruxelas

Renda fixa é um termo que se refere a qualquer tipo de investimento que possui regras de remuneração definidas no momento da aplicação no título. Essas regras estipulam o prazo e a forma que a remuneração será calculada e paga ao investidor.

Nesse tipo de investimento, o investidor concede um empréstimo, usualmente em dinheiro, a uma entidade em troca do pagamento de juros. Dessa forma a entidade, geralmente uma instituição financeira, emite um documento onde ela se compromete a devolver o dinheiro emprestado acrescido de juros após um período preestabelecido.

O investimento em renda fixa pode ser contrastado com investimentos de renda variável considerando simplesmente a previsibilidade da remuneração. Nas operações de renda fixa é possível prever ou, ao menos, estimar o rendimento do investimento, dado que as taxas e indexadores de remuneração são previamente definidos. Já nas operações de renda variável, tal previsão não é possível, pois a remuneração está associada a condições futuras do mercado que dependem de fatores econômicos imprevisíveis.

Terminologia

Alguns dos termos utilizados nas operações desse tipo de investimento são:

Risco

Operações de renda fixa são consideradas operações simples e de baixo risco. O risco associado às operações de renda fixa está associado à capacidade da entidade que recebeu o empréstimo (o emissor do documento) em honrar a dívida que adquiriu. Tendo isso em vista, as aplicações de renda fixa são indicadas para investidores iniciantes ou conservadores, pois não expõem o investidor diretamente à volatilidade do mercado.

No entanto, outros riscos podem ser considerados ao investir em renda fixa:

Renda fixa no Brasil

No Brasil, existem diversos títulos de renda fixa que são comercializados no mercado financeiro. Dentre os que são oferecidos para pessoas físicas, os mais comuns são CDB, RDB, LC, LCI, LCA, CRA, CRI, FIDC, LF, DPGE, Debêntures e títulos públicos federais através do Tesouro Direto. Com exceção do Tesouro Direto, esses títulos podem ser emitidos por entidades públicas ou privadas, e têm rentabilidade fixa ou variável, o que os classifica como prefixados ou pós-fixados.

Com o intuito de aumentar a atratividade dos títulos, é comum que as instituições emissoras ofereçam liquidez dos títulos ofertados, permitindo que o valor investido seja resgatado antes da data acordada com condições diferenciadas, como uma rentabilidade menor, por exemplo. As condições desse resgate são estabelecidas pelo emissor ou combinadas com o investidor, e sua disponibilidade varia de instituição para instituição. O Tesouro Direto, por exemplo, emite títulos públicos prefixados e pós-fixados com prazos que variam de meses a anos, no entanto, ele garante a recompra dos títulos pelo valor que estiver sendo praticado no mercado.

Vale salientar que os títulos públicos são os investimentos mais seguros do mercado, pois contam com garantia do Tesouro Nacional e além disso, possuem liquidez diária, ou seja, podem ser resgatados a qualquer momento. Um ponto interessante a ser ressaltado é que os títulos públicos Prefixados e os títulos IPCA+ possuem marcação a mercado, isso significa que suas taxas flutuam de acordo com a expectativa dos juros futuros. Assim se uma pessoa investir em algum desses tipos de títulos e precisar resgatar o dinheiro investido antes do vencimento, poderá incorrer em prejuízo financeiro caso a taxa de juros sendo ofertada no momento da venda seja maior que a acordada no momento da compra do título. Diz-se que as taxas do Tesouro Pré (com juros ou sem) e do Tesouro IPCA+ (com juros ou sem) são inversamente proporcionais ao preço do título, ou seja, quando a taxa do título sobe, seu preço fica menor e quando a taxa desce, o preço fica maior. Por conta dessa dinâmica no mercado de títulos públicos (Exceto Tesouro Selic) é possível que investidores mais arrojados invistam de tal forma a maximizar seu lucro através de especulação. Um ponto importante é que a marcação a mercado não ocorre no Tesouro Selic, assim, esse título é considerado o investimento mais conservador do mercado e uma boa alternativa à poupança, já que seu rendimento será sempre superior.

Para efeitos de contabilidade, os valores aplicados em renda fixa são componentes do ativo circulante da empresa.

Ferramentas e sites úteis

Ver também

Referências

  1. «Guia de renda fixa» (PDF). Banco do Brasil. Consultado em 14 de setembro de 2016. Cópia arquivada (PDF) em 21 de abril de 2015 
  2. «Fundo de renda fixa atrai iniciantes devido ao baixo risco - 25/11/2014 - Mercado - Folha de S.Paulo». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 16 de novembro de 2016 
  3. «Renda Fixa: o "risco do reinvestimento" | EXAME.com». exame.abril.com.br. Consultado em 18 de novembro de 2016 
  4. «Características dos títulos públicos». Tesouro Direto. Consultado em 29 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 13 de fevereiro de 2015 
  5. Samy Dana (30 de novembro de 2012). «Saiba como o título prefixado NTN-F funciona». Caro Dinheiro (Blog da Folha de S.Paulo). Consultado em 29 de janeiro de 2015 
  6. «Regras do Tesouro Direto - Tesouro Direto - STN». www.tesouro.fazenda.gov.br. Consultado em 15 de novembro de 2016 
  7. Banco Central do Brasil. «Calculadora Cidadão» 
  8. «Renda Fixa (Quadro Comparativo)». Fazendo as Contas. Consultado em 9 de outubro de 2021. Cópia arquivada em 1 de outubro de 2020