Salto com vara

Salto com vara
Salto com vara
Olímpico desde 1896 H / 2000 S
Desporto Atletismo
Praticado por Ambos os sexos
Campeões Olímpicos
Tóquio 2020
Masculino Armand Duplantis
 Suécia
Feminino Katie Nageotte
 Estados Unidos
Campeões Mundiais
Budapeste 2023
Masculino Armand Duplantis
 Suécia
Feminino Katie Nageotte
 Estados Unidos
Nina Kennedy
 Austrália
Recorde Mundial
Masculino Armand Duplantis – 6,24 m (2024, Xiamen)
Feminino Yelena Isinbayeva – 5,06 m (2009, Zurique)

Salto com vara (português brasileiro) ou Salto à vara (português europeu) é um evento do atletismo onde os competidores usam uma vara longa e flexível para alcançar maior altura e passar por cima de uma barra ou sarrafo. Competições com varas já eram conhecidas na Grécia Antiga, entre os cretenses e os celtas. Foi introduzido como modalidade olímpica desde os primeiros Jogos em Atenas 1896 para os homens e desde Sydney 2000 para as mulheres.

É uma modalidade classificada como uma das quatro principais provas de salto no atletismo, junto com o salto em altura, salto em distância e o salto triplo. Sua originalidade está no fato de ser um esporte que requer uma significativa quantidade de equipamento especializado para ser praticado, tornando-o mais caro que os demais, mesmo em nível básico. Vários saltadores de sucesso na prova tem uma base na ginástica, caso da russa Yelena Isinbayeva e da brasileira Fabiana Murer, o que reflete os atributos físicos similares necessários para os dois esportes.

O primeiro campeão olímpico foi o norte-americano William Hoyt, em 1896, e a primeira campeã, 104 anos depois, Stacy Dragila, também dos Estados Unidos. Dragila tinha como base na adolescência ser montadora de cavalos e touros em rodeios na Califórnia. O brasileiro Thiago Braz é o recordista olímpico da modalidade – 6,03 m. Os recordes mundiais pertencem ao sueco Armand Duplantis – 6,22 m – e à russa Yelena Isinbayeva – 5,06 m. Ele é disputado tanto ao ar livre quanto em pista coberta, e os recordes são oficialmente registrados independente da locação aberta ou fechada.

História

Varas eram equipamentos usados como meios práticos de atravessar obstáculos naturais como terrenos pantanosos no Noroeste da Europa, em províncias como a Frísia, na Holanda, ao longo do Mar do Norte, e em regiões pantanosas do leste da Inglaterra em torno de Cambridgeshire, Lincolnshire e Norfolk. Drenagens artificiais nestes locais criaram uma rede de canais e coletores abertos que se cruzavam uns com os outros. Para cruzar estes locais sem se molhar e evitar tediosos e longos rodeios pelas pontes, uma pilha de longas e finas varas de salto era mantida em cada casa e usada para saltar sobre os pequenos canais. Competições de salto em distância, e não ainda de altura, com estas varas, eram realizadas anualmente nas terras baixas ao longo do Mar do Norte e chamadas de Fierljeppen.

Uma das primeiras competições de salto com varas onde a altura foi medida aconteceu no Ulverston Football and Cricket Club, em Lancashire, Inglaterra, em 1843. A competição moderna começou por volta, de 1850 na Alemanha, quando o salto com vara foi adicionado como modalidade para a prática de exercícios em clubes de ginástica. Também em uso na Inglaterra nesta época eram competições com o uso de varas de cinza sólida ou de nogueira com pontas de ferro no final delas. A moderna técnica do salto foi desenvolvida nos Estados Unidos no fim do século XIX. Inicialmente as varas eram feitas de material rígido como bambu – registrado pela primeira vez em 1857 – ou alumínio, mas com a introdução a partir do início da década de 1950 de varas feitas de fiberglass e fibra de carbono, os saltadores começaram a atingir alturas mais elevadas antes inalcançáveis. Em 1985, o ucraniano Sergei Bubka, então competidor da União Soviética, foi o primeiro homem a superar os seis metros.

Regras

Fierljeppen sobre a água na Holanda.

A pista de corrida para o salto deve medir no mínimo 45 metros e ao fim dela se encontra o obstáculo, uma barra horizontal de 4,5 m de comprimento, 2,260 kg de peso máximo, sustentada por duas traves laterais que a elevam e apoiam à determinada altura. Exatamente ao fim da pista, ao nível do solo e à frente do obstáculo, existe centrada uma caixa de metal ou madeira, com 1 m de comprimento, 60 cm de largura no início e 15 cm junto ao obstáculo. É nela que o saltador apoia a vara para conseguir a impulsão, realizar o salto e ultrapassar o sarrafo.

As mesmas regras do salto em altura são aplicadas à vara; o atleta tem três tentativas para saltar a marca, mas pode se recusar saltar determinada altura preferindo esperar por outra maior. Não conseguindo passar a altura depois de três tentativas na mesma altura ou alturas combinadas, é eliminado. Caso empatem na mesma altura final, o desempate é feito pelo número menor de tentativas para superar a altura imediatamente anterior. Caso continue empatado, é analisado o menor número de tentativas em toda a disputa; ainda um empate, a prova então tem um ou mais saltos de desempate até surgir o vencedor.

Recordes

De acordo com a World Athletics.

Homens
Recorde Marca Atleta País Data Local
Recorde mundial 6,24 m Armand Duplantis Suécia 20 abril 2024 Xiamen
Recorde olímpico 6,03 m Thiago Braz Brasil 15 agosto 2016 Rio 2016
Mulheres
Recorde Marca Atleta País Data Local
Recorde mundial 5,06 m Yelena Isinbayeva Rússia 28 agosto 2009 Zurique
Recorde olímpico 5,05 m Yelena Isinbayeva Rússia 18 agosto 2008 Pequim 2008

Melhores marcas mundiais

As marcas abaixo incluem outdoor e indoor (i) de acordo com a World Athletics.

Homens
Posição Marca Atleta País Data Local
1 6,24 m Armand Duplantis Suécia 20 abril 2024 Xiamen
2 6,23 m Armand Duplantis Suécia 17 setembro 2023 Eugene
3 6,22 m (i) Armand Duplantis Suécia 25 fevereiro 2023 Clermont-Ferrand
4 6,21 m Armand Duplantis Suécia 24 julho 2022 Eugene
5 6,20 m (i) Armand Duplantis Suécia 20 março 2022 Belgrado
6 6,19 m (i) Armand Duplantis Suécia 7 março 2022 Belgrado
7 6,18 m (i) Armand Duplantis Suécia 15 fevereiro 2020 Glasgow
8 6,17 m (i) Armand Duplantis Suécia 8 fevereiro 2020 Torun
9 6,16 m (i) Renaud Lavillenie França 15 fevereiro 2014 Donetsk
6,16 m Armand Duplantis Suécia 30 junho 2022 Estocolmo
Mulheres
Posição Marca Atleta País Data Local
1 5,06 m Yelena Isinbayeva Rússia 28 agosto 2009 Zurique
2 5,05 m Yelena Isinbayeva Rússia 18 agosto 2008 Pequim
3 5,04 m Yelena Isinbayeva Rússia 29 julho 2008 Mônaco
4 5,03 m Yelena Isinbayeva Rússia 22 julho 2005 Londres
5,03 m (i) Jennifer Suhr Estados Unidos 30 janeiro 2016 Brockport
6 5,02 m (i) Jennifer Suhr Estados Unidos 2 março 2013 Albuquerque
7 5,01 m Yelena Isinbayeva Rússia 12 agosto 2005 Helsinque
5,01 m (i) Yelena Isinbayeva Rússia 23 fevereiro 2012 Estocolmo
5,01 m Anzhelika Sidorova Rússia 9 setembro 2021 Zurique
10 5,00 m Yelena Isinbayeva Rússia 22 julho 2005 Londres
5,00 m (i) Yelena Isinbayeva Rússia 15 fevereiro 2009 Donetsk
5,00 m Sandi Morris Estados Unidos 10 setembro 2016 Bruxelas

Melhores marcas olímpicas

As marcas abaixo são da prova ao ar livre, a única olímpica, e são de acordo com o Comitê Olímpico Internacional – COI.

Homens
Posição Marca Atleta País Medalha Local
1 6,03 m Thiago Braz Brasil ouro Rio 2016
2 6,02 m Armand Duplantis Suécia ouro Tóquio 2020
3 5,98 m Renaud Lavillenie França prata Rio 2016
4 5,97 m Renaud Lavillenie França ouro Londres 2012
5,97m Christopher Nilsen Estados Unidos prata Tóquio 2020
6 5,96 m Steve Hooker Austrália ouro Pequim 2008
7 5,95 m Timothy Mack Estados Unidos ouro Atenas 2004
8 5,92 m Jean Galfione França ouro Atlanta 1996
5,92 m Igor Trandenkov Rússia prata Atlanta 1996
5,92 m Andrei Tivontchik Alemanha bronze Atlanta 1996
Mulheres
Posição Marca Atleta País Medalha Local
1 5,05 m Yelena Isinbayeva Rússia ouro Pequim 2008
2 4,91 m Yelena Isinbayeva Rússia ouro Atenas 2004
3 4,90 m Katie Nageotte Estados Unidos ouro Tóquio 2020
4 4,85 m Katerina Stefanidi Grécia ouro Rio 2016
4,85 m Sandi Morris Estados Unidos prata Rio 2016
4,85 m Anzhelika Sidorova prata Tóquio 2020
4,85 m Holly Bradshaw Reino Unido bronze Tóquio 2020
8 4,80 m Jennifer Suhr Estados Unidos prata Pequim 2008
4,80 m Eliza McCartney Nova Zelândia bronze Rio 2016
4,80 m Alana Boyd Austrália Rio 2016
4,80 m Katerina Stefanidi Grécia Tóquio 2020

* Devido à suspensão da Federação Russa como nação das Olimpíadas por problemas de doping, a russa Anzhelika Sidorova competiu em Tóquio 2020 pela bandeira do Comitê Olímpico Russo.

Marcas da lusofonia

País Masculino Atleta Ano Local Feminino Atleta Ano Local
Brasil 6,03 m Thiago Braz 2016 Rio de Janeiro 4,87 m Fabiana Murer 2016 S.B. do Campo
Portugal 5,71 m Diogo Ferreira 2017 Lisboa 4,51 m Marta Onofre 2016 Pombal
Cabo Verde 4,70 m José Rosa 2011 Guimarães 2,40 m Kidline Gomes 2014 Fátima :637,774
Guiné-Bissau 4,20 m Émerson Évora 2014 Lisboa 2,55 m Plácida Mirolho 2003 Abrantes :637,774
Angola 4,05 m José Francisco 1989 Luanda 3,60 m Lídia Alberto 2015 Vagos
São Tomé e Príncipe 4,10 m Edgar Campre 2017 Abrantes 2,80 m Nair Varela 2005 Seixal :638,775
Moçambique 4,00 m Cândido Coelho 1974 Maputo sem registro :637

Referências

  1. S.A, Priberam Informática. «salto». Dicionário Priberam. Consultado em 5 de junho de 2023 
  2. «Fabiana Murer profile». IAAF. Consultado em 22 de fevereiro de 2015 
  3. a b «Kate Dennison: 'It helps being a little bit crazy'». The Independent. Consultado em 10 de setembro de 2015 
  4. «Duplantis breaks world pole vault record with 6.22m in Clermont-Ferrand». World Athletics. Consultado em 25 fevereiro 2023 
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  6. «Fierljeppen». Polsstokbond Holland. Consultado em 10 de setembro de 2015. Arquivado do original em 2 de outubro de 2012 
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  9. Litsky, Frank. «Soviet Pole-Vaulter Soars Over 20-Foot Mark». The New York Times. Consultado em 10 de setembro de 2015 
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  15. «48 PAST OLYMPIC GAMES». OIC. Consultado em 24 de abril de 2013 
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  19. «Recordes Masculinos». FAA. Consultado em 10 julho 2021 
  20. «Recordes Femininos». FAA. Consultado em 10 julho 2021 

Ligações externas