Álgebra de Banach
Em análise funcional, uma álgebra de Banach A é um espaço de Banach e uma álgebra associativa sobre um corpo (normalmente
R
{\displaystyle \mathbb {R} }
ou
C
{\displaystyle \mathbb {C} }
), em que o produto
∗
{\displaystyle *}
é associativo e a norma satisfaz:
-
|
|
u
∗
v
|
|
≤
|
|
u
|
|
|
|
v
|
|
{\displaystyle ||u*v||\leq ||u||||v||}
, para todo par
u
,
v
∈
A
{\displaystyle u,v\in A}
Essa propriedade garante que a operação multiplicação é contínua.
- Se existe uma identidade multiplicativa
I
{\displaystyle I}
, chamamos
I
{\displaystyle I}
de unidade
- Uma álgebra de Banach é dita unital se se tiver identidade multiplicativa
I
{\displaystyle I}
de modo que
|
|
I
|
|
=
1
{\displaystyle ||I||=1}
. Podemos provar se a álgebra de Banach possui unidade, há uma norma equivalente onde ela será unital
- Dizemos que a álgebra é comutativa se a operação
∗
{\displaystyle *}
for comutativa
- Se
B
⊂
A
{\displaystyle B\subset A}
e
B
{\displaystyle B}
é álgebra com a mesma multiplicação de
A
{\displaystyle A}
, então dizemos que
B
{\displaystyle B}
é subálgebra de
A
{\displaystyle A}
- Toda álgebra de Banach é isométrica a uma subálgebra de uma álgebra unital de Banach. Isto garante que toda álgebra de Banach pode ser vista como subálgebra de uma que seja Banach e unital
Por causa do ultimo item acima é comum presumir que sempre tratamos de uma álgebra de Banach unital. Dizemos que um elemento
x
∈
A
{\displaystyle x\in A}
é inversível se existe
y
∈
A
{\displaystyle y\in A}
de modo que
x
∗
y
=
y
∗
x
=
I
{\displaystyle x*y=y*x=I}
. Uma
C
{\displaystyle C}
*-álgebra é uma álgebra de Banach munida de uma involução satisfazendo propriedades da adjunta.
Alguns fatos
- Toda
C
⋆
{\displaystyle C^{\star }}
-álgebra é uma álgebra de Banach, por definição.
- Em uma álgebra de Banach, o espectro de um elemento é um subconjunto fechado de
C
{\displaystyle \mathbb {C} }
.
- A soma direta de álgebras de Banach ainda é uma álgebra de Banach.
- Toda álgebra de Banach sobre os reais que é também uma álgebra com divisão é isomorfa ou aos reais ou aos complexos ou aos quatérnios. Isso implica que a única álgebra de Banach sobre os complexos que é também álgebra com divisão é os próprio
C
{\displaystyle \mathbb {C} }
(Teorema de Gelfand–Mazur)
- Numa álgebra de Banach unital, o conjunto dos elementos invertíveis forma um conjunto aberto (na topologia do espaço topológico induzido pela norma)
- Numa álgebra de Banach unital sobre os reais ou sobre os complexos, se
x
{\displaystyle x}
é elemento da álgebra de modo que
|
|
x
−
I
|
|
<
1
{\displaystyle ||x-I||<1}
, então
x
{\displaystyle x}
é inversível
Alguns exemplos
- O conjunto dos reais (ou dos complexos) forma uma álgebra de Banach com a norma dada pelo módulo
- O espaço de n-uplas reais
R
n
{\displaystyle \mathbb {R} ^{n}}
(ou complexas
C
n
{\displaystyle \mathbb {C} ^{n}}
) é uma ágebra de Banach com a norma
|
|
(
x
1
,
.
.
.
,
x
n
)
|
|
=
m
a
x
{
|
x
i
|
:
i
=
1
,
2
,
3
,
.
.
.
,
n
}
{\displaystyle ||(x_{1},...,x_{n})||=max\{|x_{i}|:i=1,2,3,...,n\}}
e o produto termo a termo
- Os quatérnios são uma álgebra de Banach sobre os reais, com a norma sendo o valor absoluto
- Os quatérnios não formam uma álgebra de Banach sobre os complexos
Teoria espectral
Álgebras unitais sobre os complexos dão um contexto base para a teoria espectral. Dado
x
∈
A
{\displaystyle x\in A}
elemento da álgebra de Banach unital sobre os complexos, definimos o espectro de
x
{\displaystyle x}
como
σ
(
x
)
=
{
λ
∈
C
:
x
−
λ
I
não é invertivel
}
{\displaystyle \sigma (x)=\{\lambda \in \mathbb {C} :x-\lambda I~~{\text{não é invertivel}}\}}
. O espectro de um elemento, nestas condições, é compacto e não vazio sempre e satisfaz a formula do raio espectral:
sup
{
|
λ
|
:
λ
∈
σ
(
x
)
}
=
lim
n
→
∞
|
|
x
n
|
|
1
/
n
{\displaystyle \sup\{|\lambda |:\lambda \in \sigma (x)\}=\lim \limits _{n\to \infty }||x^{n}||^{1/n}}
Referências
- ↑ a b Exel, Ruy. «Uma introdução às C*-álgebras» (PDF)