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A Anunciação aos pastores é um episódio da Natividade de Jesus descrito no Evangelho de Lucas, no qual anjos anunciam aos pastores sobre o nascimento de Jesus. É um tema frequente na arte cristã e nas cantigas de Natal. É um tema distinto da Adoração dos pastores, que ocorre logo a seguir.
Como descrito em Lucas 2:8–20, os pastores estavam cuidando de seus rebanhos nos campos à volta de Belém quando eles ficaram apavorados com a aparição de um anjo. Ele explicou que tinha uma mensagem de boas novas para todos os povos:
“ | É que hoje vos nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é Cristo Senhor. Eis para vós o sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada numa manjedoura. | ” |
Após este anúncio, uma grande quantidade de anjos apareceu, louvando a Deus cantando: «Glória a Deus nas maiores alturas, E paz na terra entre os homens a quem ele quer bem.» (Lucas 2:14). Os pastores então resolveram fazer como lhes pedira o anjo e viajaram para Belém, encontrando lá Maria, José e o Menino Jesus deitado numa manjedoura, exatamente como anunciado. O evento da Adoração dos pastores se segue.
Algumas traduções para a língua portuguesa do versículo 14 acima trazem "...e paz na terra entre os homens de boa vontade",[1] uma versão bastante diferente de "...e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem.".
Esta disparidade reflete uma disputa sobre uma única letra no texto grego do Novo Testamento.[2] O texto grego aceito pela maior parte dos acadêmicos hoje[3][4] utiliza as palavras ἐπὶ γῆς εἰρήνη ἐν ἀνθρώποις εὐδοκίας (epi gēs eirēnē en anthrōpois eudokias),[5] que significa literalmente "paz na terra entre os homens a quem ele quer bem.", com a última palavra estando no caso genitivo (a quem a boa vontade é dada)[4] (aparentemente refletindo um idioma semita que fica estranho traduzido para o grego[4]). A maior parte dos manuscritos do Novo Testamento em grego trazem esta versão, incluindo a versão original do antigo Codex Sinaiticus (chamado de ℵ* academicamente[5][6]),[3] mas ela foi alterada com uma rasura na última letra[2][7] para ἐπὶ γῆς εἰρήνη ἐν ἀνθρώποις εὐδοκία (epi gēs eirēnē en anthrōpois eudokia), literalmente "paz na terra, boa vontade aos homens", com ambos os sujeitos (paz e boa vontade) no caso nominativo.[4]
Mesmo que outros manuscritos gregos antigos (e muitos medievais) concordem com versão "editada" do Codex Sinaiticus, a maior parte dos acadêmicos e tradutores bíblicos modernos aceitam a leitura presente na maioria dos manuscritos,[3] traduzindo o texto como "paz na terra entre os homens a quem ele quer bem." ("homens com quem ele tem boa vontade").
Geralmente se considera significativo que a mensagem tenha sido dada a pastores, que estavam no fundo da pirâmide social na Palestina do século I d.C.[8] Contrastando com personagens mais importantes mencionados na Natividade, como o imperador romano Augusto, a mensagem parece concordar com as palavras da Virgem Maria no Magnificat (vide Visitação): «Depôs os poderosos dos seus tronos E exaltou os humildes, encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos.» (Lucas 1:52–53).
Os pastores, considerados como sendo judeus, combinam com os Três Reis Magos, considerados gentios e, em tradições posteriores, como tendo vindo de três continentes diferentes, para representar a primeira declaração da mensagem cristã para todos os povos do mundo.
Inicialmente representado como parte de um cena mais ampla da Natividade, a Anunciação aos pastores se tornou um tema independente na arte cristã por volta do século IX,[9] mas continuou relativamente incomum como tal, exceto em ciclos muito extensos, com muitas cenas. A representação padrão na arte bizantina, ainda utilizada nos ícones da Igreja Ortodoxa até hoje, é mostrá-la no fundo das cenas da Natividade, geralmente à direita, enquanto que os Três Reis Magos se aproximam pela esquerda. Este tipo de representação é também muito comum no ocidente, embora os Magos sejam muitas vezes omitidos. Como exemplo, a cena da Adoração dos pastores de Ghirlandaio, de 1485, inclui uma Anunciação aos pastores perifericamente, no canto superior esquerdo, mesmo sendo um evento que ocorreu antes da cena principal.[10]
Cenas mostrando os pastores ao lado do Menino Jesus fazem parte de um tema diferente, formalmente conhecido como Adoração dos pastores. Ele é também geralmente combinado com outro, a Adoração dos Magos, o que produz uma composição balanceada, com cada um dos grupos em lados opostos da imagem central e correspondendo à interpretação teológica da cena, de que todos os povos do mundo estariam ali (judeus e gentios).
A paisagem varia, embora as cenas de fundo das obras sobre a Natividade frequentemente mostrem os pastores num morro inclinado, dando a sensação visual de que eles estão num nível superior do que a cena principal. A quantidade de pastores também varia,[9] embora três seja o número típico no ocidente. Um ou mais cachorros também aparecem com frequência. A cena da Anunciação aos pastores foi se tornando mais rara conforme o avanço da Idade Média,[9] mas as representações continuaram aparecendo nos séculos seguintes, com exemplos famosos de Abraham Hondius e Rembrandt. Juntamente com a Agonia no Jardim e a Prisão de Jesus, a cena é uma das que foram frequentemente utilizadas no desenvolvimento das pinturas sobre cenas noturnas, especialmente na pintura holandesa do século XV e nas iluminuras em manuscritos.
Na arte renascentista, baseando-se nas histórias clássicas sobre Orfeu, os pastores por vezes são representados com instrumentos musicais nas mãos.[11]
Muitas cantigas de Natal mencionam os eventos da Anunciação aos pastores, sendo a Gloria in Excelsis Deo ("Glória a Deus nas alturas") a mais antiga. Em língua portuguesa, a canção "Bate o sino" (que é uma tradução de Jingle Bells) faz diversas referências ao evento,[12] principalmente no trecho "Bate o sino pequenino / Sino de Belém/ Já nasceu o Deus menino / Para o nosso bem / Paz na Terra pede o sino / Alegre a cantar". Pastorinhas do deserto é uma canção de Natal tradicional portuguesa originária da região do Ribatejo cujo tema é a Anunciação aos pastores.[13]
Anunciação aos pastores
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