Chiang Kai-shek (/ˈtʃæŋ kaɪˈʃɛk,_dʒiˈɑːŋ/; 3 de outubro de 1887 – 5 de abril de 1975), também conhecido como Generalíssimo Chiang ou Chiang Chungcheng, romanizado como Chiang Chieh-shih ou Jiang Jieshi, foi um político e militar chinês que serviu como Presidente da República da China, de forma intermitente, de 1928 e 1949, e depois de Taiwan de 1950 a 1975. Ele foi reconhecido como legítimo governante de toda a China até 1971, período em que as Nações Unidas passaram a Resolução 2 758.
Chiang foi um influente membro do movimento Kuomintang (KMT), o Partido Nacionalista Chinês, além de um grande aliado de Sun Yat-sen. Chiang se tornou o comandante da Academia Militar Whampoa e substituiu Sun como líder do KMT após o Golpe de Canton, em 1926. Após ter neutralizado a ala esquerdista do partido, Chiang liderou a Expedição do Norte, conquistando toda a China após derrotar o Governo de Beiyang e pacificado os Senhores da guerra da China.
De 1928 a 1948, Chiang serviu como presidente e generalíssimo do Governo Nacional da República da China. Chiang era um nacionalista, promovendo a cultura tradicional chinesa no chamado "movimento nova vida". Incapaz de manter as boas relações que seu antecessor tinha com o Partido Comunista da China (PCC), Chiang tentou expurga-los do país através do massacre de Xangai de 1927 e depois reprimiu várias rebeliões, primeiro na região de Cantão e depois em outros territórios. Com o passar dos anos, seu governo foi ficando cada vez mais autoritário, embora perdesse apoio nas zonas rurais e ainda havia a crescente ameaça dos socialistas que, apesar das repressões, ganhavam apoiadores e atiçavam uma guerra civil contra o governo de Chiang Kai-shek.
No começo da Segunda Guerra Sino-Japonesa, que mais tarde se tornou o teatro de operações da China na Segunda Guerra Mundial, o marechal Zhang Xueliang sequestrou Chiang e o obrigou a estabelecer a Segunda Frente Unida, com os Comunistas. Após a derrota dos japoneses, o plano americano (a "Missão Marshall"), tentou negociar um governo de coalizão, mas falhou. Em 1946, a Guerra Civil Chinesa recomeçou a todo o vapor, com as forças do Partido Comunista, lideradas por Mao Zedong, derrotando os exércitos do KMT e proclamando a República Popular da China em 1949. O governo de Chiang e o que sobrou de suas tropas recuaram para Taiwan, onde ele impôs lei marcial e perseguiu todos os socialistas, críticos e opositores do seu regime na ilha no que ficou conhecido como "Terror Branco". Após evacuar para Taiwan, o governo de Chiang e seus apoiadores continuaram a declarar sua intenção de, um dia, retomar a China dos comunistas. Chiang governaria Taiwan como presidente e Diretor-geral do Kuomintang até sua morte em outubro de 1975, um ano antes da morte de Mao.
Assim como Mao, Chiang Kai-shek é considerado uma figura controversa. Seus apoiadores o creditam por ter desempenhado um grande papel durante a vitória dos Aliados da Segunda Guerra Mundial e ter unificado a nação, sendo também um símbolo nacional e uma figura importante na resistência contra os japoneses, os soviéticos e os comunistas. Detratores e críticos o denunciam como um ditador, um autocrata autoritário que reprimiu e expurgou seus opositores a todo o custo, com prisões arbitrárias, torturas e assassinatos a todos que não apoiavam o Kuomintang e outros.
O Kuomintang usou cerimônias religiosas tradicionais chinesas e promulgou o martírio. A ideologia do Kuomintang subserviu e promulgou a visão de que as almas dos mártires do Partido que morreram lutando pelo Kuomintang, pela revolução e pelo fundador do partido, Sun Yat-sen, foram enviadas para o céu. Chiang Kai-shek acreditava que esses mártires testemunharam eventos na Terra do céu após suas mortes.
Ao contrário da ideologia tridemista original de Sun, que foi fortemente influenciada por teóricos iluministas ocidentais como Henry George, Abraham Lincoln, Bertrand Russell, e John Stuart Mill, a tradicional influência confucionista chinesa na ideologia de Chiang é muito mais forte. Chiang rejeitou as ideologias progressistas ocidentais do individualismo, do liberalismo e dos aspectos culturais do marxismo. Portanto, Chiang é geralmente mais cultural e socialmente conservador do que Sun Yat-sen. Jay Taylor descreveu Chiang Kai-shek como um nacionalista revolucionário e um "confucionista-jacobinista de esquerda".
Quando a Expedição do Norte foi concluída, os generais do Kuomintang liderados por Chiang Kai-shek prestaram homenagem à alma de Sun no céu com uma cerimônia de sacrifício no Templo Xiangshan em Pequim em julho de 1928. Entre os generais do Kuomintang presentes estavam os generais muçulmanos Bai Chongxi e Ma Fuxiang.
Chiang Kai-shek considerava os chineses Han e todas as minorias étnicas da China, as Cinco Raças Sob Uma União, como descendentes do Imperador Amarelo, o mítico fundador da nação chinesa, e pertencentes à Nação Chinesa Zhonghua Minzu. Ele introduziu isso na ideologia do Kuomintang, que foi propagada no sistema educacional da República da China.
Chiang, como nacionalista chinês e confucionista, era contra a iconoclastia do Movimento Quarto de Maio. Motivado por seu senso de nacionalismo, ele via algumas ideias ocidentais como estrangeiras e acreditava que a grande introdução de ideias e literatura ocidentais, que o Movimento Quarto de Maio promoveu, não era benéfica para a China. Ele e Sun criticaram os intelectuais do Quarto de Maio por corromperem a moral da juventude chinesa.
Chiang Kai-shek disse uma vez:
Se quando eu morrer, eu ainda for um ditador, certamente irei para o esquecimento de todos os ditadores. Se, por outro lado, eu conseguir estabelecer uma base verdadeiramente estável para um governo democrático, viverei para sempre em todas as casas da China.
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