Língua sueca

Sueco

svenska

Falado(a) em:  Suécia (9.000.000)
 Finlândia (350.000)
 Noruega (350.000)
 Estónia (~100)
 Canadá
 Estados Unidos
Região: Suécia e Finlândia
Total de falantes: Língua materna: 10 milhões
Segunda língua: 3,2 milhões (2018)
Posição: 90
Família: Indo-europeia
 Germânica
  Setentrional
   Escandinava
    Oriental
     Sueco
Escrita: Alfabeto latino
Estatuto oficial
Língua oficial de:  Suécia
 Finlândia
 Ilhas Åland
União Europeia
Conselho Nórdico
Regulado por: Academia Sueca
Conselho da Língua Sueca (semioficial)
Códigos de língua
ISO 639-1: sv
ISO 639-2: swe
A língua sueca na Suécia e na Finlândia

A língua sueca (svenska) é uma das cinco línguas germânicas setentrionais (ou línguas nórdicas). É falada por nove milhões de pessoas, predominantemente na Suécia e em partes da Finlândia, especialmente na costa e nas ilhas Alanda. É mutuamente inteligível com as duas línguas nórdicas vizinhas, o dinamarquês e o norueguês. O islandês está mais afastado, em grande parte devido ao seu caráter arcaizante.

Amostra da Língua Sueca

Jag talar svenska. (Eu falo sueco.) ( PRONÚNCIA)
Jag har en bok. (Eu tenho um livro.)
Jag dricker mjölk. (Eu bebo leite.)
Katten är svart. (O gato é preto.)
Han bor i Uppsala. (Ele mora em Uppsala.) ( PRONÚNCIA)
Vi diskuterar politik. (Nós discutimos política.)

História

Antes da Era Viquingue (800 a 1050) é difícil estabelecer uma distinção entre a língua falada na atual Suécia e na restante Escandinávia, língua essa designada de nórdico primitivo (urnordiska). Todavia, após o ano 800 as línguas escandinavas orientais começam a se separar, surgindo então o chamado nórdico antigo oriental (fornöstnordiska), falado na Suécia e na Dinamarca. Por volta de 1300, existe uma acentuada divisão, adquirindo o sueco e o dinamarquês identidades distintas. A língua sueca era uma nova realidade linguística autónoma.

Língua Período Área
Germânico primitivo - antes da Era Cristã Germânia
Nórdico primitivo ca. século I - século VIII Escandinávia
Nórdico Antigo ca. século VIII - século XIV Escandinávia, e regiões colonizadas por estes povos, durante a Era Viquingue e a Baixa Idade Média Nórdica
Nórdico Antigo Oriental 1050 - 1300 Dinamarca e Suécia
Sueco Antigo 1300 - 1520 Suécia, Finlândia, Alanda
Sueco Moderno 1520 - 1900 Suécia, Finlândia, Alanda
Sueco Contemporâneo 1900 - Suécia, Finlândia, Alanda


A língua sueca moderna se desenvolveu na região de lago Mälaren-Uppland, onde estavam localizados os principais centros de Governo e ensino da Idade Média (Estocolmo e Uppsala), sendo também influenciada pelo dialeto da região da Götaland.

A história da língua sueca pode ser dividida em três grandes períodos:

Sueco antigo

A pedra de Rök, com caracteres rúnicos do século IX

O Sueco antigo (fornsvenska), no sentido lato do termo, engloba a Era Viquingue e a Idade Média. Este período pode por sua vez subdividir-se em período rúnico (ca. 800–1225), período clássico (cerca de 1225-1375) e período recente (cerca de 1375-1526). Os textos mais antigos na língua sueca são inscrições rúnicas do século XI, das quais a mais importante é a encontrada na Pedra de Rök (Östergötland, Suécia), que apresenta 850 runas. Os textos inscritos mais antigos em um alfabeto latino modificado são textos oficiais medievais: um fragmento do Direito gótico ocidental antigo, da década de 1220, e um texto completo pertencente ao código legal da década de 1280.

Nesta época, o léxico experimentou importantes mudanças: a igreja introduziu empréstimos do latim e do grego, tais como brev "carta", do latim breve scriptum; kyrka, "igreja", do grego kyriakon; kloster, "mosteiro", do latim claustrum; biskop, "bispo", do grego episkopos; präst, "sacerdote", do latim presbyter. No âmbito do comércio e dos serviços também foram incorporados muitos empréstimos procedentes do baixo alemão, como frakt, "carga", de vracht; skomakare, "sapateiro", de schômaker; novos produtos: tyg, "tela", de tuch; ättika, "vinagre", de etik; organização das cidades: rådhus, "ajuntamento, multidão", de râthûs; fogde, "administrador", de voget; no âmbito da cortesia: herre, "senhor", de hêrro; fröken, "senhora", de vrôuken.

Sueco moderno

Capa da Bíblia de Gustavo Vasa (1541). O título significa: "A Bíblia / Que é / A Sagrada Escritura / Em Sueco. Impresso em Upsália. 1541"

O Sueco moderno (nysvenska), divide-se em sueco moderno antigo (äldre nysvenska) (1526-1732) e sueco moderno recente (yngre nysvenska) (a partir de 1732).

A chegada da imprensa marca o início deste novo período, com a conseguinte normatização ortográfica e de pontuação que acarreta a publicação de massa. O primeiro livro impresso em sueco apareceu em 1495 com o título Aff dyäfwlsens frestelse (“Sobre a tentação do demônio”), mas as obras impressas mais importantes são traduções da Bíblia da Reforma Nya testamentet , de 1526, e Gustav Vasas Bibel, de 1541, traduzida por Olaf Petri (1493-1552). O alcance da influência da primeira Bíblia disponível na língua nativa não deve ser subestimado; de fato, esta versão da língua (com só algumas modificações ortográficas) foi a utilizada até 1917, proporcionando assim um modelo escrito durante um longo período de tempo.

Como resultado dos estreitos contatos culturais e políticos, os empréstimos franceses começam a penetrar no sueco de forma massiva, sobretudo durante o reinado de Luís XIV (1643-1715), iniciando um fenômeno que culminaria em meados do século XVIII. Em 1786, foi fundada a Academia Sueca sob o comando do rei Gustavo III.

Sueco contemporâneo

August Strindberg é considerado o fundador da literatura moderna sueca

O Sueco contemporâneo (nusvenska), surge por volta de 1850-1900, estando associado aos textos do escritor August Strindberg. Está caracterizado por uma crescente dominância da língua nacional estandardizada (rikssvenska) sobre os dialetos locais, e por uma igualmente crescente influência da forma escrita sobre a língua falada. Pela reforma ortográfica de 1906, o idioma adquiriu a estabilidade atual.

Os índices de alfabetização são bastante elevados; as vendas de jornais e revistas são altíssimas e as excelentes bibliotecas públicas recebem generosos subsídios, enquanto o público tem acesso a qualquer livro a preços insignificantes. Os grandes movimentos populacionais do último século, sobretudo do campo para as cidades, assim como a expansão geral das comunicações, têm provocado um duplo efeito na língua: em primeiro lugar, uma influência cada vez maior da língua escrita sobre a falada, sobretudo na pronúncia e no estilo; em segundo lugar, o desenvolvimento de uma língua falada padrão, ao mesmo tempo que decai a importância dos dialetos. Nos últimos 150 anos, a influência do inglês tem tido cada vez mais importância.

Dados

A língua sueca é a língua nacional da Suécia ("língua oficial" em "contextos internacionais" desde 1 de julho de 2009) com uma população de cerca de 8,5 milhões de habitantes, também é a primeira língua de cerca de 300 mil pessoas na Finlândia e a segunda de várias minorias linguísticas, que alcança um milhão de pessoas, a maior parte delas imigrantes recentes, como também nativos finlandeses e lapões (samer).

Dialetos

Mapa dos dialetos da língua sueca Mapa dos dialetos suecos

Fala-se nas zonas rurais dialetos antigos, especialmente no norte, incluindo Dalslândia, na ilha de Gotlândia e na Finlândia, mas a maior parte destes dialetos tiveram seu uso reduzido consideravelmente. Também há dialetos urbanos, mas bem próximos à língua normativa. Há variantes regionais, especialmente na pronúncia, ainda que uma norma suprarregional radicada na região de Estocolmo tenha o status social mais forte e tenha se espalhado por outras regiões ao menos no contexto formal. Uma variante regional se usa no sul da Suécia, zona que pertenceu até o século XVIII à Dinamarca; também há outra variante na Finlândia que é usada em todos os níveis de comunicação.

A língua nacional atual baseia-se nos dialetos da Suécia central, que desde a Idade Média tem sido a sede do governo e da administração. A língua das Bíblias da Reforma teve um importante papel na composição do idioma-padrão escrito no final da década de 1600; esta norma, junto com a língua falada na região central, contribuiu para o desenvolvimento de uma língua falada nacional.

Contudo, muitas localidades conservam formas dialetais (ainda que tenham sofrido profundas modificações). Os principais dialetos são:

Escrita

Os textos mais antigos escritos em sueco (exceto os textos rúnicos) utilizam o alfabeto latino, ainda que modificado com a inclusão das letras Æ, O, Þ, D. O alfabeto utilizado na atualidade é um alfabeto latino modificado de 29 letras, com a adição ao final do mesmo de å, ä, ö. As letras q e w só aparecem em substantivos. A letra å introduzida com a imprensa após 1400, desenvolveu-se a partir da medieval aa, enquanto que ä evoluiu, ao mesmo tempo de æ. A nova letra ö é correspondente ao ø sueco medieval (ainda usado em dinamarquês e norueguês), proveniente do dígrafo œ.

Gramática

Deixando-se à parte algumas diferenças do léxico, o sueco atual distingue-se do dinamarquês em manter as consoantes surdas p, t, k após uma vogal, que no dinamarquês são as sonoras b, d, g; assim mesmo, mantém as vogais a, o das sílabas átonas que o dinamarquês converteu em e ou em nenhuma vogal.

Uma característica da gramática sueca, compartilhada por outras línguas escandinavas, é o artigo definido enclítico, ou seja, que é usado após o substantivo. O sueco normativo não possui terminações de casos nos nomes salvo para o possessivo e só possui dois gêneros: neutro e comum, ainda que a maioria dos dialetos possua três: masculino, feminino e neutro. O sueco possui uma entoação que para alguns estrangeiros soa como uma canção rítmica.

Outro pormenor importante a apontar é o facto de o verbo não mudar com a pessoa, sendo apenas conjugado para mudar o seu tempo e modo.

A base principal do léxico sueco é constituída por palavras procedentes do germânico antigo. Os latinismos ou helenismos procedem da época que o país foi evangelizado e de quando foram fundadas as universidades. As palavras procedentes do baixo alemão foram adicionadas enquanto durou a Liga Hanseática (séculos XIII ao XVI). As de procedência alemã são do século XVII e os galicismos se incorporaram nos séculos XVII e XVIII; todas formam o sueco moderno, língua que se consolidou a partir de 1526, data correspondente a primeira tradução impressa do Novo Testamento. Em 1906 foi efetuada uma simplificação da ortografia.

A ordem da frase é sujeito, verbo e objeto normalmente é feito com um predicado + ser

Vocabulário

As palavras suecas são na grande maioria de origem germânica, diretamente provenientes da língua protogermânica ou por via do alemão.

Com a introdução do cristianismo, vieram muitos termos do latim e do grego.

Durante a Idade Média, a influência do alemão foi muito forte.

Nos séculos XVI e XVII, foram importados muitos termos do francês.

Depois da Segunda Guerra Mundial, é a vez do inglês dar novas palavras ao sueco.

O sueco da Finlândia tem muitas vezes palavras próprias influenciadas ou aparentadas com as correspondentes finlandesas.

Novas palavras suecas podem ser formadas por composição, tal como no alemão e neerlandês.

Breve vocabulário

Cores

branco - vit vermelho - röd azul - blå verde - grön amarelo - gul marrom - brun preto - svart cinza - grå

Numerais

Português zero um dois três quatro cinco seis sete oito nove dez
Sueco noll en/ett två tre fyra fem sex sju åtta nio tio

Sueco para falantes de português

1. Letras diferentes

O alfabeto sueco tem 3 letras que não existem no alfabeto português: å, ä, ö

2. Dois géneros: comum e neutro

Há basicamente dois géneros em sueco - comum e neutro, enquanto o português tem o masculino e o feminino.

3. Artigos

O sueco coloca o artigo definido no fim da palavra:

Os dois artigos indefinidos são en - ett, equivalentes a um - uma.

4. Género dos substantivos

Há basicamente dois géneros em sueco - comum e neutro - enquanto o português tem o masculino e o feminino. É praticamente impossível saber de antecedência o género de uma palavra.

5. Adjetivos

O adjetivo vem sempre antes do substantivo, ao contrário do português, onde costuma vir depois.

Referências

  1. Ethnologue 21st Edition, acessado em 21 de fevereiro de 2018
  2. Bergman, Gösta et al. Språket och litteraturen. Estocolmo: Svenska Bokförlaget. 1971. pp.185-223 Capítulo - Vårt språks historia (A história da nossa língua) ISBN 91-24-10178-8
  3. «Swedish» (em inglês). Ethnologue - Languages of the World 
  4. Miranda, Ulrika Junker; Anne Hallberg (2007). «Svenska». Bonniers uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag. p. 972. 1143 páginas. ISBN 91-0-011462-6  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  5. Bergman, Gösta et al. Språket och litteraturen. Estocolmo: Svenska Bokförlaget. 1971. pp.185-218 Capítulo - Vårt språks historia (A história da nossa língua) ISBN 91-24-10178-8
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  7. Bergman, Gösta; et al. (1971). «Vårt språks historia». Vårt språk (em sueco). Estocolmo: Svenska Bokförlaget. p. 187-200. 284 páginas. ISBN 91-24-10178-8 
  8. Bergman, Gösta et al. Språket och litteraturen. Estocolmo: Svenska Bokförlaget. 1971. pp.200-205 ISBN 91-24-10178-8
  9. Bergman, Gösta et al. Språket och litteraturen. Estocolmo: Svenska Bokförlaget. 1971. pp.205-210 ISBN 91-24-10178-8
  10. Bergman, Gösta et al. Språket och litteraturen. Estocolmo: Svenska Bokförlaget. 1971. pp.214-217 Capítulo - Vårt språks historia (A história da nossa língua) ISBN 91-24-10178-8
  11. Bergman, Gösta et al. Språket och litteraturen. Estocolmo: Svenska Bokförlaget. 1971. pp.9-14 Capítulo: Dialekterna (Os dialetos) ISBN 91-24-10178-8
  12. http://www.ne.se/svenska-dialekter Enciclopédia Nacional Sueca - Dialetos suecos
  13. Bergman, Gösta et al. Språket och litteraturen. Estocolmo: Svenska Bokförlaget. 1971. pp.119-137 ISBN 91-24-10178-8

Bibliografia

Ligações externas