Parmales

Parmales
Taxocaixa sem imagemProcurar imagens disponíveis
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Chromalveolata
(unranked): Harosa (Supergrupo SAR)
Superfilo: Heterokonta
Filo: Ochrophyta
Subdivisão:
Classe: Bolidophyceae
Ordem: Parmales
B.C.Booth & H.J.Marchant, 1987
Famílias
Sinónimos

Parmales é uma ordem de microalgas marinhas da classe Bolidophyceae, com distribuição cosmopolita nos oceanos e mares. Caracterizam-se por apresentarem uma parede celular composto por 5-8 placas de sílica interligadas com formas distintas.

Descrição

A etimologia do nome vem de parma o termo utilizado pelos romanos para designar um escudo redondo pequeno utilizado pela infantaria e cavalaria, numa alusão às placas de sílica que recobrem as Parmales.

Este grupo de organismos foi inicialmente considerado como pertencente ao grupo dos Choanoflagellata com lorica, mas estudos posteriores mostraram que pertencem a um filo inteiramente separado pois a presença de cloroplastos coloca-os entre os heterocontes (Stramenopiles) fotossintéticos.

O grupo é dividido em duas categorias morfológicias distintas: (1) a forma bolidófita nua e móvel; e (2) a forma não móvel e recoberta por placas de sílica. A forma bolidófita carece de placas de sílica e possui dois flagelos desiguais inseridos ventralmente, com morfologia vagamente reminiscente de Chlamydomonas. A forma não móvel (parmelana) é similar às diatomáceas, já que é recoberta por placas de sílica. Estas placas são usadas para dividir as Parmales em géneros distintos com base no número e localização das placas de sílica. Ao contrário das diatomáceas, as Parmales são capazes de crescer em ambientes em que a disponibilidade de ácido silicíco em solução é factor limitante, porque a síntese das placas de sílica não está directamente ligada ao crescimento ou à reprodução.

As Parmales alimentam-se activamente de nanofitoplâncton, especialmente dos géneros Prochlorococcus e Synechococcus, e são um dos mais importantes predadores dessas cianobactérias em águas oligotróficas. Essa heterotrofia desenvolvida por este grupo serve como um passo importante na base da cadeia trófica oceânica conhecida por «circuito microbiano».

Distribuição

As Parmales têm distribuição natural em todos os oceanos do mundo. No entanto, a sua densidade populacional é consistentemente baixa (10-100 células/ml) e representam, quanto muito, cerca de 3% do fitoplâncton presente. São mais abundantes em águas polares e subárcticas, mas também são capazes de crescer em locais tropicais e subtropicais.

As Parmales são encontradas na parte superior da coluna de água, na zona eufótica, onde permanecem em flutuação sem dificuldade devido ao seu pequeno tamanho. Actualmente, não se sabe se eles têm mecanismos activos para regular a flutuabilidade.

Fósseis de membros do grupo Parmales foram encontrados na Fossa Meso-Americana em sedimentos datados de meados a finais do Quaternário. Fósseis mais antigos foram relatados, mas não são verificáveis.

Taxonomia e sistemática

O clado Parmales foi inicialmente colocado entre as Chrysophyceae, mas estudos de genética molecular realizados em 2016 mostram que o grupo pertence às Bolidophyceae. Com a sua presente circunscrição taxonómica o agrupamento integra:

Referências

  1. Booth, B.C. & Marchant, H.J. (1987). Parmales, a new order of marine chrysophytes, with descriptions of three new genera and seven new species. Journal of Phycology 23: 245-260.
  2. Konno, Susumu; Jordan, Richard W (2012). Parmales. eLS (em inglês). ISBN 978-0470016176. doi:10.1002/9780470015902.a0023691 
  3. Parma (palavra latina).
  4. a b Booth, Beatrice C.; Marchant, Harvey J. (Junho de 1987). «PARMALES, A NEW ORDER OF MARINE CHRYSOPHYTES, WITH DESCRIPTIONS OF THREE NEW GENERA AND SEVEN NEW SPECIES». Journal of Phycology. 23 (s2): 245–260. doi:10.1111/j.1529-8817.1987.tb04132.x 
  5. Silver, M. W.; Mitchell, J. G.; Ringo, D. L. (1980). «Siliceous nanoplankton. II. Newly discovered cysts and abundant choanoflagellates from the Weddell Sea, Antarctica». Marine Biology. 58 (3): 211–217. doi:10.1007/BF00391878 
  6. a b c d Ichinomiya, Mutsuo; dos Santos, Adriana Lopes; Gourvil, Priscillia; Yoshikawa, Shinya; Kamiya, Mitsunobu; Ohki, Kaori; Audic, Stéphane; de Vargas, Colomban; Noël, Mary-Hélène; Vaulot, Daniel; Kuwata, Akira (22 de março de 2016). «Diversity and oceanic distribution of the Parmales (Bolidophyceae), a picoplanktonic group closely related to diatoms». The ISME Journal. 10 (10): 2419–2434. PMC 5030691Acessível livremente. PMID 27003244. doi:10.1038/ismej.2016.38 
  7. Yamada, Kazumasa; Yoshikawa, Shinya; Ichinomiya, Mutsuo; Kuwata, Akira; Kamiya, Mitsunobu; Ohki, Kaori; Lovejoy, Connie (23 de julho de 2014). «Effects of Silicon-Limitation on Growth and Morphology of Triparma laevis NIES-2565 (Parmales, Heterokontophyta)». PLoS ONE. 9 (7): e103289. PMC 4108440Acessível livremente. PMID 25054645. doi:10.1371/journal.pone.0103289 
  8. Frias-Lopez, Jorge; Thompson, Anne; Waldbauer, Jacob; Chisholm, Sallie W. (Fevereiro de 2009). «Use of stable isotope-labelled cells to identify active grazers of picocyanobacteria in ocean surface waters». Environmental Microbiology. 11 (2): 512–525. PMC 2702499Acessível livremente. PMID 19196281. doi:10.1111/j.1462-2920.2008.01793.x 
  9. Fujita, Ryohei; Jordan, Richard W. (Setembro de 2017). «Tropical Parmales (Bolidophyceae) assemblages from the Sulu Sea and South China Sea, including the description of five new taxa». Phycologia. 56 (5): 499–509. doi:10.2216/16-128.1 
  10. Ichinomiya, M; Kuwata, A (6 de Julho de 2015). «Seasonal variation in abundance and species composition of the Parmales community in the Oyashio region, western North Pacific». Aquatic Microbial Ecology. 75 (3): 207–223. doi:10.3354/ame01756 
  11. Kuwata, A.; Jewson, D.H. (2015). «Ecology and evolution of marine diatoms and Parmales». In: Ohtsuka, S.; Suzaki, T.; Horiguchi, T.; Suzuki, N; Not, F. Marine Protists, Diversity and dynamics. Tokyo: Springer. pp. 251–275 
  12. Stradner, H.; Allram, F. (1982). «Notes on an enigmatic siliceous cyst, Middle America Trench, Deep Sea Drilling Project Hole 490». Deep Sea Drilling. Initial Reports of the Deep Sea Drilling Project. 66 (4): 641–642. doi:10.2973/dsdp.proc.66.124.1982 
  13. Konno, S.; Ohira, R.; Komuro, C.; Harada, N.; Jordan, R (2007). «Six new taxa of subarctic Parmales (Chrysophyceae)» (PDF). J. Nannoplankton Res. 29 (2): 108–128. Consultado em 12 de Abril de 2018 
  14. M.D. Guiry (2016), AlgaeBase, World-wide electronic publication, National University of Ireland, Galway, consultado em 25 de outubro de 2016 

Ligações externas