Vimioso

Vimioso

Igreja Matriz de Vimioso

Brasão de Vimioso Bandeira de Vimioso

Localização de Vimioso

Gentílico vimiosense
Área 481,59 km²
População 4 149 hab. (2021)
Densidade populacional 8,6  hab./km²
N.º de freguesias 10
Presidente da
câmara municipal
Jorge Fidalgo (PSD, 2021-2025)
Fundação do município
(ou foral)
1516
Região (NUTS II) Norte
Sub-região (NUTS III) Terras de Trás-os-Montes
Distrito Bragança
Província Trás-os-Montes
e Alto Douro
Orago São Vicente
Feriado municipal 10 de agosto
Código postal 5230 Vimioso
Sítio oficial www.cm-vimioso.pt
Município de Portugal

Vimioso é uma vila raiana portuguesa localizada na sub-região das Terras de Trás-os-Montes, pertencendo à região do Norte e ao distrito de Bragança.

É sede do Município de Vimioso que tem uma área total de 481,59 km2, 4.149 habitantes em 2021 e uma densidade populacional de 8 habitantes por km2, subdividido em 10 freguesias. O município é limitado a norte pela região espanhola de Castela e Leão, a leste pelo município de Miranda do Douro, a sul por Mogadouro, a sudoeste por Macedo de Cavaleiros e a oeste e noroeste por Bragança.

Freguesias

Freguesias do município do Vimioso Freguesias atuais

O município de Vimioso está dividido em 10 freguesias:

Freguesias do município de Vimioso
Freguesia Residentes (2021)
Algoso, Campo de Víboras e Uva 490
Argozelo 560
Caçarelhos e Angueira 296
Carção 388
Matela 211
Pinelo 220
Santulhão 330
Vale de Frades e Avelanoso 293
Vilar Seco 116
Vimioso 1245
Freguesias anexadas

Até à reforma administrativa de 2013, o município estava dividido em 14 freguesias.

Outras aldeias das várias freguesias

Aspectos geográficos

O município de Vimioso, situa-se no planalto mirandês e faz parte da Terra Fria transmontana que também inclui os municípios de Miranda do Douro, Bragança e Vinhais. É um município acidentado, atravessado pelos vales profundos dos rios Angueira, Maçãs e Sabor.

Economia

Vimioso é um município agropecuário, dedicado à criação de gado bovino (raça mirandesa) e suíno e ao cultivo dos cereais (centeio, cevada, milho, trigo), da oliveira, da vinha, da batata e de hortaliças (abóbora, couve, feijão etc.). Outrora importante, a criação de gado caprino e ovino está hoje em declínio.

No município existem minas de mármore, em Santo Adrião, e de volfrâmio, em Argozelo. A indústria está representada por empresas de construção civil e serralharias.

História

Há indícios de povoamento pré-histórico em vários locais e castros existentes no termo de várias freguesias do concelho (Atalaia de Vimioso, Pereiras, castro da 'Batoqueira, castro da Terronha etc.).

Com outros da região (Bragança, Outeiro, Miranda do Douro, Mogadouro, Penas Roias), os castelos de Algoso e Vimioso fizeram parte da linha de defesa da fronteira oriental do reino. Em Vimioso, além do castelo destruído no século XVIII, existia a torre da Atalaia de que ainda restam vestígios.

Símbolos do direito de exercer justiça, foram erguidos pelourinhos em Algoso, à frente da Câmara e em Vimioso, à frente do antigo castelo.

Em 1492, o concelho viu chegar grande afluência de judeus expulsos dos reinos de Leão e Castela. Depois de acamparem num local que conservou o nome de Cabanas, entre as actuais povoações de Caçarelhos e Vimioso, os judeus foram autorizados a estabelecerem-se em várias aldeias e vilas da região (Argozelo, Carção, Vimioso, etc.). Convertidos à força à religião católica, constituíram nessas localidades comunidades importantes que pouco se misturaram com o resto da população até meados do século XX. Os judeus – assim chamados até hoje – distinguiam-se dos lavradores pelos ofícios exercidos, ligados ao artesanato e comércio.

O século XVI e o início do século XVII constituíram um período de prosperidade para Vimioso e outras terras do Nordeste transmontano (Miranda do Douro, Outeiro, etc.). Em 1516, Vimioso foi elevada a vila por foral do rei D. Manuel.

Com as reformas administrativas do século XIX, o concelho de Vimioso cresceu incorporando o extinto concelho de Pinelo e parte dos de Algoso (freguesias de Algoso e Matela), Miranda do Douro (freguesia de Caçarelhos) e Outeiro (freguesias de Argozelo e Santulhão).

Durante todo o século XX, vários surtos migratórios levaram grande parte da população para o Brasil – até à década de 1960 – e para a Europa (principalmente para França), provocando a desertificação do município.

Demografia

★ Os Recenseamentos Gerais da população portuguesa, regendo-se pelas orientações do Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853, tiveram lugar a partir de 1864, encontrando-se disponíveis para consulta no site do Instituto Nacional de Estatística (INE).

A população registada nos censos foi:

(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.)

Número de habitantes por grupo etário
1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011 2021
0-14 Anos 3 730 4 354 3 609 4 008 4 536 4 595 4 450 3 070 2 274 1 177 591 405 296
15-24 Anos 1 932 1 920 1 827 2 046 2 178 2 397 2 224 1 520 1 431 813 628 362 287
25-64 Anos 4 777 5 056 4 349 4 600 5 008 5 475 5 312 4 185 3 564 2 997 2 449 2 091 1 747
= ou > 65 Anos 508 547 583 649 735 693 796 1 100 1 231 1 336 1 647 1 811 1 819

(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)

Excepto as freguesias de Vimioso e Argozelo, que concentram os serviços (administração, bancos, comércios etc.), Vimioso é um município rural cuja população exerce atividades essencialmente agrícolas. A emigração e o êxodo rural para Bragança e para as metrópoles do litoral (Porto, Lisboa), explicam a desertificação dramática da região. A população do município é hoje principalmente constituída de idosos.

Em duas aldeias deste município, Angueira e Vilar Seco, fala-se o mirandês. Há ainda registo de falantes em Caçarelhos, mas pensa-se que ali terá deixado de se usar generalizadamente nas últimas décadas.

A taxa de natalidade é bastante baixa no município. Em 2013 nasceram 40 crianças, em 2014 19 e em 2015 houve 26 nascimentos.

A partir da segunda metade da década de 2010, o município apresentou ténues sinais de rejuvenescimento, tendo aumentado o número de jovens entre os 0 e 14 anos de 405 em 2011 para 417 em 2018, mas o número desceu para 296 em 2021.

Ensino

Ensino Pré-Escolar

Ensino Primário

Ensino de 2º e 3º Ciclo

Política

Eleições autárquicas

Data % V % V % V % V % V % V Participação
PPD/PSD PS FEPU/APU/CDU CDS-PP PPM MPT
1976 47,92 3 38,44 2 3,98 - 0000000000053.8053,80 / 100,00
1979 65,74 4 9,34 - 17,66 1 0000000000067.2367,23 / 100,00
1982 19,24 1 37,09 2 1,26 - 36,05 2 0000000000067.9667,96 / 100,00
1985 22,33 1 45,28 3 1,29 - 25,86 1 0000000000067.7867,78 / 100,00
1989 37,61 2 55,96 3 0,74 - 0000000000067.6567,65 / 100,00
1993 43,28 2 51,05 3 1,12 - 0000000000067.3567,35 / 100,00
1997 39,85 2 55,39 3 0,66 - 0,35 - 0000000000068.9568,95 / 100,00
2001 49,08 3 45,42 2 0,47 - 1,10 - 0000000000070.3970,39 / 100,00
2005 59,11 3 36,32 2 0,71 - 0,44 - 0000000000068.7968,79 / 100,00
2009 57,75 3 38,06 2 0,65 - 0000000000063.3663,36 / 100,00
2013 58,52 3 35,89 2 0,94 - 0000000000060.2760,27 / 100,00
2017 57,27 3 35,33 2 1,48 - 1,51 - CDS-PP 0000000000057.6357,63 / 100,00
2021 63,38 4 28,27 1 1,38 - 0000000000058.0058,00 / 100,00

Eleições legislativas

Data %
PSD PS CDS PCP UDP AD APU/

CDU

FRS PRD PSN BE PSD
CDS
PAN L CH IL
1976 43,15 20,69 16,61 1,42 0,50
1979 AD 16,31 AD APU 1,96 63,69 4,82
1980 FRS 0,99 71,87 2,79 15,03
1983 51,29 29,61 5,49 0,37 2,14
1985 50,87 23,18 5,20 0,88 3,03 3,99
1987 66,81 16,58 2,73 CDU 1,13 1,60 0,52
1991 63,28 22,56 3,60 1,17 0,54 2,29
1995 52,41 36,47 3,86 0,76 1,44
1999 50,27 39,68 3,23 1,70 0,32 0,86
2002 61,26 28,27 3,96 1,49 0,74
2005 47,85 40,14 4,33 1,10 1,66
2009 52,44 33,31 4,67 1,13 3,14
2011 61,28 25,39 5,02 1,24 1,06
2015 CDS 30,05 PSD 2,05 5,20 55,89 0,35 0,28
2019 53,16 32,15 2,03 1,14 3,94 0,93 0,17 0,55 0,25
2022 52,29 35,12 0,73 0,91 1,55 0,60 0,13 4,62 1,12
2024 AD 31,10 AD 45,43 0,44 1,46 0,79 0,35 12,88 0,84

Património

Apesar das guerras e vicissitudes da História, o município apresenta um património arquitectónico de que fazem parte:

Artesanato

Cestaria, tecelagem, cobres, colchas, curtumes, cantarias (granito) e mármores.

Feiras

Festas principais

Acessos

Referências

  1. Instituto Geográfico Português, Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013 Arquivado em 9 de dezembro de 2013, no Wayback Machine. (ficheiro Excel zipado)
  2. «Conheça o seu Município». www.pordata.pt. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  3. Diário da República, Reorganização administrativa do território das freguesias, Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, Anexo I.
  4. a b Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
  5. Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  6. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  7. INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
  8. «Mais bebés em Vimioso devido ao programa de incentivo à natalidade» 
  9. «Concelho de Vimioso : Autárquicas Resultados 2021 : Dossier : Grupo Marktest - Grupo Marktest - Estudos de Mercado, Audiências, Marketing Research, Media». www.marktest.com. Consultado em 18 de dezembro de 2021 
  10. «Eleições Legislativas 2022 - Vimioso». legislativas2022.mai.gov.pt. Consultado em 30 de novembro de 2023 
  11. «Eleições Legislativas 2024 - Vimioso». legislativas2024.mai.gov.pt. Consultado em 25 de março de 2024