Neste artigo, exploraremos em profundidade o impacto e a relevância de Castlevania na sociedade moderna. Castlevania tem sido um tema de interesse e debate há décadas, e a sua influência estende-se a múltiplas áreas, desde política e economia até cultura e tecnologia. Através de uma análise aprofundada, examinaremos como Castlevania moldou nossas percepções, comportamentos e relacionamentos no mundo de hoje. Além disso, abordaremos as implicações e desafios que Castlevania representa para o futuro e como a sua evolução continuará a moldar o curso da humanidade.
O primeiro jogo de console em 16-bits da franquia foi Super Castlevania IV, lançado para o SNES em 1992.[9] Ainda neste ano, Rondo of Blood foi lançado exclusivamente no Japão para PC Engine, sendo internacionalizado em inglês apenas em 2007, quando foi incluído no The Dracula X Chronicles para PSP.[1]Rondo of Blood foi o primeiro Castlevania produzido para CD-ROM e a ter diálogos completamente dublados.[10]Bloodlines, lançado em 1994, foi o primeiro título produzido para o Genesis, sendo relançado em 2019 em múltiplas plataformas.[11][12]
Castlevania possui diversos spin-offs, o primeiro sendo um título de plataforma lançado em 1990 para Famicom, Kid Dracula, uma paródia que estrela o personagem de mesmo nome.[16] Foi lançado pela primeira vez em inglês junto da Castlevania Anniversary Collection em 2019.[12] O jogo teve uma sequência no Game Boy, também intitulado Kid Dracula.[9] O primeiro jogo multijogador online de luta da série foi Castlevania Judgment, que foi lançado para Wii em 2008.[1] Em 2010, foi lançado outro título multijogador multiplataforma, Harmony of Despair, onde seus jogadores podiam controlar personagens dos títulos anteriores.[17] A série também conta com jogos para arcade e slot machines, como o Castlevania: The Arcade, que foi lançado em 2009 no Japão e Europa.[18]
O spin-offGrimoire of Souls foi anunciado pela Konami em 17 de abril de 2018.[19] Em fevereiro de 2019, foi anunciado que Grimoire of Souls seria lançado globalmente para iOS e Android,[20] o que aconteceu em setembro de 2019.[21][22]
Elementos comuns
A maioria das armas que os jogadores usam são semelhantes às da Idade Média, e armas mágicas geralmente possuem propriedades elementais, sendo as principais fogo, relâmpago e gelo.[23] Os protagonistas de alguns dos jogos mais recentes possuem no arsenal armas de fogo.[24] Também nos jogos mais recentes (principalmente a partir do Symphony of the Night, de 1997) surgem várias vestimentas, sapatos e acessórios, que podem ser coletados e equipados para aumentar as estatísticas ou atribuir certas habilidades ao jogador.[25] Moedas e corações (e algumas vezes cristais), que possuem papéis variantes dependendo do jogo, são encontrados ao quebrar luzes, candelabros e alguns outros elementos dos cenários e ocasionalmente ao derrotar inimigos.[26][27] Salas de save e teletransportes são estrategicamente colocadas pelo mapa para permitir aos jogadores recarregar a barra de vida e mover-se instantaneamente para outra área do mapa, respectivamente.[28][29]
Uma das armas mais icônicas da série é o chicote "Vampire Killer" ("Matador de Vampiros"), descrito como uma arma lendária usada pelos Belmonts na batalha contra o Conde Dracula e seus ascetas, apesar de às vezes também ser passado e usado por outras famílias.[30] Outros nomes e termos usados para ele são "Mystic Whip" ("Chicote Místico"), "Holy Whip" ("Chicote Sagrado") e "Whip of Alchemy" ("Chicote de Alquimia").[30] A história por trás do chicote é mostrada em Lament of Innocence, onde o alquimista Rinaldo Gandolfi, através da alquimia, a cria como uma poderosa arma contra as criaturas das trevas e o dá para Leon Belmont, um ex-cruzado.[30] O chicote é mais tarde fundido com a alma pura e boa de Sara Trantoul (noiva de Leon que fora mordida por um vampiro) para criar o Vampire Killer, que se faria presente, de uma forma ou de outra, em quase todos os jogos da série.[30]
Dracula Vlad Țepeș, mais conhecido como Conde Dracula, é o principal antagonista e último chefe da maioria dos jogos,[43] que se passam em grande parte em Castlevania, seu castelo.[44] Dracula é apresentado como um vampiro com poderes mágicos que ressuscita a cada 100 anos para dominar o mundo, e a série se passa em grande parte no seu castelo com os protagonistas lutando para impedi-lo.[45] Seus criadores se inspiraram no personagem de mesmo nome do romanceDrácula (1897) de Bram Stoker, com o Castlevania: Bloodlines chegando a incorporar explicitamente à série os eventos do romance.[46] Outra influência na sua criação foi a figura histórica de Vlad, o Empalador.[47]
Com a exceção de alguns títulos, os jogadores assumem o papel dos Belmonts,[38] um clã de caçadores de vampiros que derrotam Dracula há séculos usando o lendário chicote Vampire Killer, que é passado através das gerações para os sucessores da família e só pode ser usado por eles.[48] Outro personagem importante é o dampiroAlucard, introduzido inicialmente em Castlevania III: Dracula's Curse, onde fez aliança com Trevor Belmont para derrotar seu próprio pai, Dracula.[49] Alucard é uma referência ao personagem de mesmo nome do filme de 1943 Son of Dracula.[50] Dentre os personagens recorrentes estão Sypha Belnades, uma maga caçadora de vampiros que se casa com Trevor,[51] descendentes do clã Belnades, como Carrie Fernandez[52] e Yoko Belnades, que fazem aparições como personagens jogáveis em alguns títulos,[53] e Carmilla, personagem baseada no romance de mesmo nome de Sheridan Le Fanu.[54]
Lords of Shadow é um reboot da franquia, e o primeiro jogo ambientado na Europa meridional durante a Idade Média.[55] O personagem principal, Gabriel Belmont, é um membro da Brotherhood of Light, um grupo de elite de cavaleiros que defendem a população contra criaturas supernaturais.[56] Com um chicote retrátil chamado Combat Cross, Gabriel luta contra uma força maléfica, conhecida como Lords of Shadow, com intuito de obter a God Mask que ele acredita ter o poder de ressuscitar sua esposa.[15] Em Mirror of Fate, Gabriel aparece como Dracula, o principal antagonista de Simon e Trevor Belmont.[57]Lords of Shadow 2 se passa nos tempos modernos, onde Dracula está em busca de uma maneira de acabar com sua imortalidade.[58]
Em 2002, Legends, Circle of the Moon, Castlevania (1999) e Legacy of Darkness foram removidos da cronologia oficial por Koji Igarashi, uma decisão que gerou críticas dos fãs.[59] Igarashi afirmou que Legends estava em conflito com o enredo da série, e que a razão para Circle of the Moon ter sido removido não foi por ele não estar envolvido no desenvolvimento, mas porque era a intenção do time que o desenvolveu que este fosse um título standalone.[34] Em 2006, o 20th Anniversary Pre-order Bundle de Portrait of Ruin apresentou um pôster que adicionou esses jogos (com exceção de Legends) de volta à cronologia.[32] Em 2007, a Konami continuou a excluí-los do cânone em sua página oficial.[31]
Desenvolvimento
O primeiro Castlevania foi dirigido e programado por Hitoshi Akamatsu para o Famicom Disk System, em 1986.[60] A lista de colaboradores do jogo possui nomes tirados de ícones de famosos filmes de terror, com Akamatsu sendo creditado como "Trans Fishers", uma referência ao diretor Terence Fisher.[61] Isso é possivelmente relacionado ao fato de a Konami não permitir o uso dos seus verdadeiros nomes, de maneira a prevenir que outras empresas contratassem as pessoas que trabalhavam para ela.[61][62] Um admirador do cinema, Akamatsu abordava projetos com a "visão de um diretor de filmes", e afirmou que os visuais e a música em Castlevania foram feitos "por pessoas que conscientemente queriam trabalhar em algo cinemático".[60] O protagonista Simon Belmont usa um chicote porque Akamatsu gostava de Raiders of the Lost Ark, e porque combinava com o mundo que ele queria criar.[60] Depois do sucesso do primeiro Castlevania, ele foi relançado para o NES como um de seus primeiros grandes títulos de plataforma, e também como parte de uma segunda onda de títulos para o console.[9] O nome internacional de Castlevania foi o resultado do desconforto do vice-presidente da Konami of America, Emil Heidkamp, com as conotações religiosas do título japonês, "Akumajō Dracula", que ele acreditava ser traduzido como "O Castelo Satânico de Dracula".[63] Por causa das políticas de censura da Nintendo of America na época, mais casos de sangue, nudez, e imagens religiosas foram removidas ou editadas nos primeiros jogos da série.[64][65]
Akamatsu também dirigiu Castlevania II: Simon's Quest em 1987, que adotou uma jogabilidade similar ao Metroid da Nintendo.[4] Quando questionado se Metroid foi uma inspiração, Akamatsu citou The Maze of Galious, outro título da Konami que apresentou exploração e quebra-cabeças.[60] Seu último jogo na série, Castlevania III: Dracula's Curse (1989), retornou ao gênero de plataforma.[9]Simon's Quest e Dracula's Curse não foram sucessos comerciais, e Akamatsu foi rebaixado de sua posição como diretor, eventualmente pedindo demissão.[60]
Em 1993, três títulos estavam sendo desenvolvidos em paralelo, incluindo Castlevania Chronicles, Rondo of Blood, e Bloodlines.[66] Dirigido e produzido por Toru Hagihara,[66]Rondo of Blood foi o primeiro jogo da série a ser feito para CD-ROM e a ter dublagem completa dos diálogos.[48] Hagihara viria a dirigir uma sequência para o PlayStation, Symphony of the Night (1997), com Koji Igarashi acompanhando-o como assistente de direção e roteirista.[67] A artista Ayami Kojima também participou do time, sendo contratada para introduzir um novo estilo visual para Castlevania, tornando-se a designer de personagens para vários títulos futuros da série.[68] Desde o início, o jogo deveria levar a franquia em uma nova direção.[69] A jogabilidade se distanciou do gênero plataforma, adotando elementos de exploração não-linear e RPG, ideia que conseguiram lançar para a Konami devido à reação crítica da jogabilidade de Simon's Quest.[70] Igarashi acabou por terminar de dirigir o jogo, após Hagihara ser promovido para chefe da divisão.[71] No lançamento, Symphony of the Night foi bem recebido e futuramente foi considerado um clássico, mas seu desempenho comercial foi ruim, particularmente nos Estados Unidos, onde quase não teve divulgação.[72]
Koji Igarashi, conhecido por seus trabalhos como programador e diretor na série Castlevania
O primeiro Castlevania a ter gráficos 3D começou a ser desenvolvido pela Konami Computer Entertainment Kobe (KCEK) em 1997 para o Nintendo 64, chamado inicialmente de Dracula 3D[73] mas lançado em 1999 como Castlevania e recebendo ainda no mesmo ano a expansão Legacy of Darkness.[10] O último Castlevania da KCEK foi o aclamado Circle of the Moon,[74] lançado em 2001 para Game Boy Advance.[75]Circle of the Moon foi o primeiro título a apresentar jogabilidade metroidvania desde Symphony of the Night.[10] Igarashi, que não esteve envolvido no desenvolvimento, criticou o jogo.[76] Em 2002, citando conflitos na história, Igarashi removeuCastlevania Legends (1997) e os jogos desenvolvidos pela KCEK da cronologia da série, o que não foi bem visto pelos fãs.[77] Depois da KCEK ser dissolvida em 2002, o Game Boy Advance recebeu o Harmony of Dissonance, produzido por Igarashi e desenvolvido pela Konami Computer Entertainment Tokyo (KCET).[78] Iniciando com Harmony of Dissonance, os jogos japoneses adotaram Castlevania como título por um período, visto que Dracula nem sempre era o principal antagonista.[79] Isso continuou até Lament of Innocence (2003), um jogo 3D definido como um novo começo para a série.[80] A Konami eventualmente voltou a usar o título Akumajō Dracula com o Dawn of Sorrow, lançado em 2005 para Nintendo DS.[81]
Devido a preocupações sobre baixas vendas dos últimos jogos,[82] vários protótipos em desenvolvimento competiram para se tornar o próximo título da série, incluindo um jogo de Igarashi e o Lords of Shadow, da MercurySteam.[83] A Konami disse à MercurySteam que o jogo seria uma propriedade intelectual original quando aprovou o início do desenvolvimento.[84] Posteriormente, a Konami solicitou que o desenvolvimento de Lords of Shadow fosse descontinuado enquanto ainda estava nos estágios iniciais, até que o produtor David Cox mostrou o jogo à gerência sênior da empresa japonesa e recebeu proposta de ajuda de Hideo Kojima.[85] De acordo com Igarashi, o desenvolvimento do seu projeto não estava indo bem, razão pela qual a Konami cancelou seu jogo e escolheu Lords of Shadow como o próximo título a ser lançado.[83] Produzido por David Cox e Hideo Kojima, Lords of Shadow foi um reboot de ação-aventuramultiplataforma.[86] Kojima ofereceu seus comentários sobre o projeto e também supervisionou a internacionalização no Japão.[87] Foi o primeiro Castlevania a ter celebridades dubladoras, com Robert Carlyle no papel principal e participação de Patrick Stewart.[88] O estilo artístico também se separou dos jogos anteriores em favor de uma visão inspirada no trabalho de Guillermo del Toro.[89][90] O jogo recebeu duas sequências, Mirror of Fate (2013) e Lords of Shadow 2 (2014). Após o lançamento de Lords of Shadow 2, uma fonte anônima alegando trabalhar para a MercurySteam afirmou que o desenvolvimento do jogo foi problemático.[91]
Depois de ser movido para a divisão social da Konami em 2011, Igarashi achou que não conseguiria mais lançar novos jogos quando a empresa moveu o foco para as plataformas móveis.[92] Ele deixou a empresa em março de 2014 para criar, independentemente, Bloodstained: Ritual of the Night, um sucessor espiritual de Castlevania.[93] Dave Cox também deixou a empresa pouco depois.[94] Títulos recentes da série, lançados sob o novo modelo de negócio da Konami, incluem jogos de pachinko e caça níqueis.[95][96]
Castlevania é uma das franquias de jogos mais famosas da Konami.[146] Até 2006, havia alcançado vendas de mais de 20 milhões de cópias ao redor do mundo,[147] figurando entre as mais vendidas de todos os tempos.[147] Seu sucesso a tornou um ponto de referência na criação de jogos de plataforma e ação,[9] sendo uma das influências para a definição do subgênero metroidvania.[148][149]
Muitos dos títulos apareceram em listas de "melhores jogos". Symphony of the Night apareceu em 16º lugar na lista de "100 melhores jogos" da IGN, e foi um dos primeiros a ser introduzido na lista dos "Melhores jogos de todos os tempos" da GameSpot, com ambos elogiando-o por ter sido um jogo 2D bem sucedido enquanto a indústria estava focando em 3D.[77][151]Castlevania III: Dracula's Curse foi nomeado o 9º melhor jogo 8-bit do GameTrailers.[152]Super Castlevania IV foi nomeado o 11º melhor jogo do SNES pela ScrewAttack na sua lista de "20 melhores jogos do SNES".[153] A série como um todo foi nomeada a 4ª melhor franquia de todos os tempos pela IGN, atrás de Final Fantasy, The Legend of Zelda, e Mario, e citando Super Castlevania IV e Symphony of the Night como os destaques.[154] A IGN também nomeou Aria of Sorrow como o 2º melhor jogo do Game Boy Advance.[155][156]
Lords of Shadow foi lançado em 2010 para sucesso comercial e críticas positivas, tornando-se o Castlevania mais vendido até então.[157] O diretor Dave Cox afirmou que este se tornou o título mais bem-sucedido da série.[158][159] Já Lords of Shadow 2 não foi tão bem recebido quanto seu antecessor.[160]
Simon Belmont foi um dos protagonistas da série animada Captain N: The Game Master.[161] Ele era membro do "N-Team", um grupo contendo vários personagens de jogos eletrônicos que defendem Videoland contra a antagonista Mother Brain de Metroid.[162] Dracula, mencionado apenas como "O Conde", também aparece como vilão.[163] Alucard aparece em um episódio, apesar de ser retratado como um adolescente rebelde.[164]
Planos para criar um filme baseado em Castlevania estiveram em andamento por vários anos, até que a Rogue Pictures parou o seu desenvolvimento em dezembro de 2007 devido à greve dos roteiristas e, posteriormente, à venda do estúdio para Relativity Media e a possibilidade de uma nova greve.[165] Em 27 de maio de 2009, o filme foi oficialmente cancelado.[166]
Adaptada e ilustrada por Kou Sasakura, uma adaptação em mangá chamada Castlevania: Curse of Darkness foi publicada no Japão entre 2005 e 2006.[169]
Em 2017, a Netflix lançou uma série animada americana como parte de sua programação original.[170] A série está sendo co-produzida por Fred Seibert e Kevin Kolde,[171] escrita por Warren Ellis,[172] e dirigida por Adi Shankar,[171] que em 2015 havia revelado planos sobre uma minissérie baseada em Castlevania III: Dracula's Curse.[173][174] A animação é feita por Frederator Studios e Powerhouse Animation Studios.[171] A primeira temporada foi lançada em 7 de julho de 2017 com quatro episódios, a segunda estreou em 26 de outubro de 2018 com oito episódios,[175][176][177] enquanto a terceira foi lançada em 5 de março de 2020 com dez episódios.[178]
Notas
↑No japão, o jogo original da série é conhecido como Akumajō Dracula (悪魔城ドラキュラ, Akumajō Dorakyura, lit. "Castelo Demoníaco do Drácula")
↑Parish, Jeremy (26 de outubro de 2005). «Hidden Gems». 1UP.com (em inglês). p. 2. Consultado em 14 de abril de 2011. Arquivado do original em 18 de outubro de 2012
↑«Castlevania: Symphony of the Night» (em inglês). Konami. Consultado em 8 de agosto de 2020. Castlevania, o castelo de Dracula, que rumores dizem aparecer a cada século, de repente se materializou na névoa...
↑Castlevania Chronicles instruction manual (em inglês). : Konami. 2001. pp. 4–5. SLUS-01384
↑«The Making Of: Super Castlevania IV» 119 ed. , Retro Gamer (em inglês): 30–35, 15 de agosto de 2013.
↑Harris, Blake (2014). Console Wars: Sega, Nintendo, and the Battle that Defined a Generation (em inglês) First ed. New York, NY: HarperCollins. pp. 200–201. ISBN9780062276698