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Planococcus citri | |||||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||
Planococcus citri Risso, 1813 |
Planococcus citri Risso, 1813 é uma cochonilha da família Pseudococcidae que quando afecta a videira dá origem à doença conhecida por algodão ou cochonilha-algodão.[1] A espécie é nativa da Ásia, mas foi introduzida na generalidade das regiões temperadas e subtropicais da Europa, das Américas e da Oceânia, onde é uma praga agrícola, particularmente em pomares de citrinos, embora ataque numerosas plantas ornamentais e plantas silvestres.[2]
A cochonilhas da família Pseudococcidae apresentam marcado dimorfismo sexual, com fêmeas e machos apresentando marcadas diferenças morfológicas e funcionais.
A fêmea adulta não tem asas e assemelha-se a uma ninfa. Mede cerca de 3 mm de comprimento, tem coloração corporal esbranquiçada, acastanhada,[2] ou rosada,[3] com uma estreita faixa longitudinal acinzentada no dorso. O corpo é recoberto por uma camada cerosa esbranquiçada que se prolonga em filamentos esbranquiçados que se projectam para os lados do corpo, dando à espécie o característico aspecto de "algodão". As pernas e antenas são castanhas.
O macho adulto é ligeiramente maior, com longos filamentos ceroso na parte posterior do corpo e asas funcionais.[2] Em voo o macho assemelha-se a um minúsculo díptero.[3][4]
As fêmeas depositam massas de ovos sobre os caules juvenis das plantas que lhes servem de alimento, em ovissacos cobertos por camadas de finos filamentos cerosos que lhes dão o aspecto de pequenos tufos de algodão.[2][4] Cada ovissaco pode conter até 20 ovos de coloração amarela brilhante[2] rosada,[3] ou âmbar,[5] cada um deles com cerca de 0,3 mm de diâmetro.
O primeiro ínstar é uma ninfa rastejante, móvel, activa e gregária,[3] de coloração amarelada, olhos avermelhados e revestimento ceroso.[2] A ninfa feminina assemelha-se à fêmea adulta, mas a ninfa masculina é mais longa e estreita.[2] À medida que se desenvolvem, a ninfa feminina atravessa mais ínstares que a masculina, mas a masculina atravessa um estádio pré-pupal.[2][6] Antes de atingir o estádio de pupa, o macho segrega um casulo com aspecto de algodão, o que a fêmea não faz.[2]
As espécies P. citri e P. ficus são morfologicamente muito similares, ocorrem nas mesmas regiões e nas mesmas culturas, sendo apenas distinguíveis pela configuração dos poros e ductos tubulares da fêmea. Esta semelhança pode causar problemas em agricultura, especialmente quando se pretenda utilizar métodos de luta biológica para controlar as populações de cochonilhas, razão pela qual é recomendado o uso de análise molecular para confirmar a identificação da espécie antes de seleccionar o parasitoide a utilizar.[7]
Planococcus citri foi inicialmente descrita em 1813 pelo naturalista Antoine Risso a partir de espécimes da região do Mediterrâneo. A espécie pertence ao género Planococcus de cochonilhas da família Pseudococcidae. O grupo está actualmente integrado na superfamília Coccoidea (insectos-escama ou cochonilhas) da ordem Hemiptera.[2]
A longevidade do adulto depende da temperatura, mas enquanto as fêmeas podem viver no estado adulto durante várias semanas, os machos vivem menos de três dias nesse estado.[6] Durante esse período, o macho não se alimenta,[2] voando com seu único par de asas na procura de fêmeas.[4] A fêmea passa sua mais longa vida vida adulta alimentando-se e produzindo ovos. A maioria dos outros aspectos do ciclo de vida dependem também da temperatura, incluindo a mortalidade de ovos, a mortalidade das ninfas, o ritmo de crescimento e maturação, o rácio sexual, a fecundidade e a duração do período de postura de ovos.[6]
Durante o acasalamento, P. citri é conhecido por se envolver em coito triplo, durante o qual uma fêmea pode copular com dois machos ao mesmo tempo, e um terceiro macho pode, pelo menos, fazer tentativas para se juntar ao processo. Os machos passar um ou dois dias da sua vida adulta no processo de acasalamento, e foram observados a alcançar a cópula com até 23 fêmeas, com uma média de cerca de nove fêmeas.[8]
Geralmente ocorrem várias gerações por ano. A cochonilha no seu estádio adulto é mais comum na primavera e no verão, com a densidade das suas populações a flutuar de acordo com a temperatura do ar e a disponibilidade de plantas hospedeiras. O pico da abundância é observado no início do verão nos pomares de citrinos da Flórida. As populações de P. citri que infestam plantas mantidas em condições constantes de temperatura e humidade em estufas reproduzem-se de forma constante durante todo o ano.[2]
Todas as espécies cochonilha investigada até agora apresentam endossimbiontes:[9] bactérias simbióticas que vivem dentro dos seus corpos e sintetizam compostos úteis, entre os quais aminoácidos, que o insecto pode utilizar.
A maioria das cochonilhas examinados continham o betaproteobacterium Tremblaya princeps (Candidatus Tremblaya princeps). Outros taxa bacterianas foram também recentemente encontrados em cochonilhas.
Neste aspecto, a cochonilha P. citri não é excepção e apresenta endossimbiose dupla, já que a variedade residente de T. princeps contém os seus próprios endossimbiontes, o gammaproteobacterium Moranella endobia (Candidatus Moranella endobia).[9][10] Este arranjo em forma de "matryoshka", com uma bactéria anichada no interior de uma bactéria que vive dentro de um insecto, tem sido comparado com a estrutura de uma célula.[9] A espécie T. princeps quase não tem funções metabólicas, excepto para a produção de aminoácidos, tendo perdido os genes para a maioria das outras funções vitais. A espécie depende de M. endobia para a produção de energia, e é mesmo incapaz de se reproduzir sem a presença daquele simbionte.[9] T. princeps atraiu a atenção da comunidade científica quando a análise genética revelou que a espécie tem o menor genoma de qualquer bactéria estudada até agora. Em 139 kbp tem apenas cerca de 120 genes, o que ajuda a explicar por que não pode funcionar sem o endossimbionte.[10]
P. citri pode infestar e sobreviver em praticamente todas as espécies de plantas com flor (angiospérmicas).[5] Apesar disso, para efeitos agronómicos é considerada essencialmente uma praga dos citrinos, com preferência pela toranjeira,[2] embora tenha já sido assinalada em plantas de cerca de 70 famílias distintas.[11]
Entre as plantas com interesse agronómico, afecta fruteiras, vegetais e outras culturas utilizadas para fins alimentares, incluindo o ananás, anona, coco, melão, inhame, figo, morango, batata-doce, manga, banana, abacate, tâmara, goiaba, romã, pera, maçã, beringela, cacau e soja.
Também infesta espécies cultivadas para fins ornamentais, incluindo plantas utilizadas para decoração interior, e tem ocorrência comum em estufas. Foi encontrado em espécimes de Amaryllis, Begonia, Bougainvillea, Canna, Cyclamen, Impatiens, Narcissus, Nicotiana, cactos, coleus, crótons, juncos, dálias, eufórbias, gardénias, rosas e tulipas.[2]
As ninfas e as fêmeas adultas alimentam-se sugando seiva com as suas mandíbulas perfurantes.[6] A perfuração e remoção de seiva causa danos na planta, levando a murchidão e clorose das folhas, queda das folhas e atrofia do crescimento. Nas infestações mais graves, por vezes causa a morte da planta.
A fruta proveniente de plantas afectadas, como acontece com frequência com laranjas, apresenta a superfície com protuberâncias e a casca descolorida nas porções em que o insecto se alimentou, podendo em muitos casos cair da árvore precocemente. Os insectos que sejam embalados com frutos colhidos continuam a alimentar-se, causando mais perdas durante o transporte.
Esta cochonilha segrega melada, que recobre as folhas e frutos e provoca o crescimento de fumaginas. A fumagina é uma camada de fungos que, para além de poder reduzir severamente a capacidade das folhas para executar a fotossíntese, torno os frutos afectados não comercializáveis.[2]
A espécie P. citri também é um importante vector na disseminação de vírus das plantas (fitovírus).[6]
Em agricultura e horticultura, as populações de P. citri podem ser controladas com recurso a técnicas culturais, controlo biológico e utilização de pesticidas químicos. No que respeita ao controlo em citrinos e outras fruteiras, manter as árvores do pomar podadas de modo que as ramagens de diferentes árvores não se toquem pode ajudar a retardar a propagação. Também a limpeza de equipamento de maneio da exploração e de outros objectos utilizados no campo pode ajudar a prevenir o transporte entre árvores.[3] Conhecem-se poucos insecticidas eficazes no controlo de cochonilhas, porque estes insectos se escondem em fissuras do ritidoma e evitam a pulverização e porque as camadas de cerosas que os revestem resistem a alguns dos produtos químicos utilizados. Também a presença de gerações sobrepostas contribui para dificultar o controle completo.[12]
A espécie tem uma grande variedade de inimigos naturais: uma investigação conduzida no Egipto identificou 12 espécies de vespas parasitoides que predam P. citri. Esse mesmo trabalho também regista 9 espécies insectos predadores de P. citri, incluindo joaninhas e outros escaravelhos, espécies de Cecidomyiidae e uma espécie de Chrysopidae.[13]
Entre os agentes de controlo biológico conhecidos inclui-se um conjunto de vespas parasitoides que atacam as ninfas, entre as quais Leptomastidea abnormis, Leptomastix dactylopii, Chrysoplatycerus splendens e Anagyrus pseudococci. Entre os predadores que podem ser utilizados contam-se as espécies Sympherobius barberi, Chrysopa lateralis e as larvas de várias espécies de Syrphidae e da espécie Laetilia coccidivora.[2] Várias espécies de Coccinellidae e a espécie Cryptolaemus montrouzieri atacam rapidamente populações de P. citri.[3]
Outro opção de controlo é a utilização de armadilhas adesivas contendo feromona sexual da espécie para capturar os mechos e evitar a fecundação. Aquela feromona foi isolada e sintetizada, estando disponível para fins comerciais.[3][14]