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Acústico MTV | |||||||
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Álbum ao vivo de Titãs | |||||||
Lançamento | 23 de maio de 1997 | ||||||
Gravação | 6 e 7 de março de 1997 no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro | ||||||
Gênero(s) | Rock acústico | ||||||
Duração | 01:11:40 | ||||||
Idioma(s) | Português | ||||||
Formato(s) | CD, VHS, DVD | ||||||
Gravadora(s) | WEA | ||||||
Produção | Liminha | ||||||
Cronologia de Titãs | |||||||
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Singles de Acústico MTV | |||||||
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Acústico MTV é o segundo álbum ao vivo dos Titãs, lançado em 1997. Foi gravado nos dias 6 e 7 de março de 1997 no Teatro João Caetano, Rio de Janeiro, e transmitido pela MTV Brasil no dia 22 de maio daquele ano, rendendo um CD e um VHS, sendo posteriormente lançado em DVD em 2002.[1][2][3] Atingiu a certificação de diamante, com mais de 1,7 milhão de vendas.[4]
O álbum conta com as participações do argentino Fito Páez, Marisa Monte, o jamaicano Jimmy Cliff, e o ex-membro Arnaldo Antunes. Páez também participa da versão em vídeo de "Televisão", enquanto a versão em CD, gravada em estúdio, conta com a participação de Rita Lee e Roberto de Carvalho. O CD também conta com uma vinheta de "Cabeça Dinossauro" gravada por Marina Lima. Uma participação de Maria Bethânia em uma versão de "Miséria" também estava prevista antes da realização do show.
A banda inicialmente relutou em participar do projeto, oferecendo resistência a ele por entre três e quatro anos. Convencido pela gravadora e pela MTV, que enalteciam o sucesso do formato fora do Brasil, o grupo acabou aceitando, com a condição de que a apresentação fosse montada à maneira deles. A ideia era "radicalizar. Vamos fazer com orquestra, vamos sair do rock'n roll e fazer uma coisa totalmente diferente."[5]
O então vocalista e baixista Nando Reis acredita que o Acústico dos Titãs inaugurou a tendência de se ter convidados especiais em shows da série Acústico MTV.[6] Para criar os arranjos de metais e sopros que integram o repertório, Jaques Morelenbaum foi chamado pelo grupo.[6] O então septeto alugou uma casa na Granja Viana, onde o guitarrista Marcelo Fromer morava, para ensaiar.[6]
O álbum marcou a volta da parceria da banda com o produtor Liminha, com quem haviam gravado até o Õ Blésq Blom. Eles já haviam se reaproximado na gravação do single "Pela Paz", que integrou uma campanha pelo desarmamento.[6]
Apesar do sucesso de vendas e nas rádios que o disco acabou sendo, a banda descartou na época a ideia de que fosse um álbum produzido com interesses comerciais. Para eles, criar essas versões foi um desafio. Nas palavras do vocalista e baixista Nando Reis, "tivemos que provar que os Titãs podem ser diferentes dos Titãs e ainda ser tão bom quanto".[7] Eles tinham medo de soarem "patéticos", mas ficaram felizes em ampliar o público e voltar a tocar nas rádios. Nando disse que o trabalho "foi um desafogo. É muito importante para uma banda desse porte ser popular. Nossa vocação não é ser underground. Não tenho vocação para tocar para meia dúzia de pessoas. Isso não significa mediocrizar o trabalho".[8] O álbum também foi pensado como uma celebração dos 15 anos da banda,[9] mais precisamente de seu primeiro show.[6] Um ano depois, quando lançaram o sucessor Volume Dois, os membros admitiram que correram riscos ao transformar sucessos consagrados, chegando ao ponto de não se saber mais o que era composição e o que era arranjo.[10]
Para carregar todos os músicos do projeto de um show a outro, a banda viajava em dois ônibus.[11] As últimas apresentações da turnê ocorreram no dia 4 e 5 de abril de 1998, no Olympia, São Paulo, por insistência dos fãs, pois a turnê deveria ter sido encerrada em 14 de março no Parque Ibirapuera, após 140 shows. Nessas últimas apresentações, a banda já começava a tocar sua versão de "É Preciso Saber Viver", sucesso do Volume Dois, que a banda já começava a conceber na época.[12]
Em 2019, em meio à turnê Titãs Trio Acústico, que celebrava os 20 anos do disco, Sérgio Britto disse que a banda ficou surpresa na época com o sucesso do projeto: "Muita gente apostava nessa ideia de que as nossas canções iam render, enquanto outras achavam que não ia combinar. A gente mesmo tinha uma certa dúvida. (...) Mesmo assim, sinto que quando o disco saiu a gente se surpreendeu com a rapidez e com o alcance que ele teve em termos de popularidade. Nosso público deu uma renovada radical. A gente começou a tocar para gente muito nova e para um número maior de mulheres. Talvez fôssemos o grupo mais popular daquele ano, levando em conta todos os gêneros."[11]
O álbum contém faixas retiradas de todos os discos da banda até então, com exceção de Tudo ao Mesmo Tempo Agora, de 1991 (representado apenas por uma menção à letra de "Eu Não Sei Fazer Música" durante "32 Dentes"), e Domingo, de 1995. Outras quatro canções inéditas também foram incluídas: "Os Cegos do Castelo", "Nem 5 Minutos Guardados", "A Melhor Forma" e "Não Vou Lutar", sendo cada uma cantada por um dos quatro vocalistas que constavam na formação da época (respectivamente, Nando Reis, Sérgio Britto, Branco Mello e Paulo Miklos). "A Melhor Forma", "Nem 5 Minutos Guardados" e "Não Vou Lutar" já haviam sido compostas no passado (as duas primeiras para o Õ Blésq Blom) e foram resgatadas para o lançamento.[13]
Originalmente, apenas uma inédita apareceria e a banda elegeu "Os Cegos do Castelo"; mais tarde, Nando disse que isso gerou certo desconforto no resto da banda (especialmente com Branco Mello e Sérgio Britto[6]) e eles decidiram incluir uma canção para cada cantor da banda.[14] Originalmente, a convidada Marisa Monte havia sido escalada para cantar em "Os Cegos do Castelo" e isto chegou a ser gravado, mas ela acabou saindo como participante de "Flores".[6] "Os Cegos do Castelo" estava escalada para ser o terceiro single do disco, depois de "Pra Dizer Adeus" e "Flores", mas a rádio 89 FM colocou "Nem 5 Minutos Guardados" para tocar, e aí a gravadora decidiu deixar "Cegos" como a quarta música de trabalho.[6] A cantora Maria Bethânia foi convidada para cantar "Miséria", mas acabou cancelando sua participação.[6]
"Go Back" aparece no álbum em uma versão em espanhol feita por Martin Cardoso para Os Paralamas do Sucesso e à qual Sérgio Britto adicionou versos de Pablo Neruda. Britto fez algo parecido em "Homem Primata", desta vez com versos de Bob Marley. A versão de "Pra Dizer Adeus" foi a faixa escolhida para tocar nas rádios.[15] Nos primeiros shows (incluindo os que foram gravados para o lançamento), "Bichos Escrotos" e "Polícia" consistiam apenas em rápidas vinhetas cantadas praticamente a cappella pela banda com a plateia, mas eventualmente elas acabaram ganhando versões completas.[16]
Críticas profissionais | |
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Avaliações da crítica | |
Fonte | Avaliação |
All Music Guide | ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() |
Folha de S.Paulo | Favorável[18] |
Folha de S.Paulo | Favorável[19] |
Folha de S.Paulo | Desfavorável[20] |
O álbum polarizou críticos dentro da Folha de S.Paulo. Luiz Antônio Ryff considerou o trabalho "ótimo" e que a versão em CD conseguiu "preservar a energia do show e ressaltar as qualidades da apresentação da banda. Talvez a mais importante delas seja provar que não é preciso acoplar guitarras elétricas em paredões de amplificadores para fazer um show vigoroso." Ele também considerou que algumas faixas ganharam versões melhores que as originais e que "mesmo quando há improvisos o resultado é bom".[18] Contudo, alguns meses mais tarde, ele consideraria os shows acústicos d'Os Paralamas do Sucesso melhores[21] - a banda só lançaria seu Acústico MTV em 1999.
Marcos Augusto Gonçalves disse que o trabalho "ressuscitou" a banda que "mergulhava numa crise que poderia tê-la liquidado". "Mais maduros, mais relaxados com a liberdade individual adquirida nos últimos anos e dispostos a escapar do beco em que se metiam, os sete componentes do grupo -que já haviam tentado com "Domingo" um trabalho mais eclético- encontraram na fórmula 'unplugged' a saída para a encruzilhada.[19]
Por outro lado, Pedro Alexandre Sanches considerou Acústico MTV uma pura jogada comercial. Chamou de "ilógico" despir "Polícia", "Cabeça Dinossauro" e "Homem Primata" de sua agressividade em favor "da cafonice de cordas que assola a MPB" e aceitar bem as regravações de "Go Back" e "Comida" cantadas de forma ruim por "cantores (...) tão pouco dispostos a se aprimorarem". Também criticou a versão de "Go Back" por ter transformado o poema de Torquato Neto "em espanhol mal pronunciado e mal cantado, utilizando, uma vez mais, o bobo alegre Fito Paez como pretexto de congraçamento transnacional".[20]
Álvaro Pereira Júnior rechaçou o disco e o considerou "o pior de 1997". Ele disse: "Dilemas pseudo-existenciais, cabecismo, arranjos 'profundos'. Os piores defeitos que podem acometer uma banda de rock aparecem em doses cavalares. (...) Os Titãs são uma banda de mentira, os herdeiros diretos da afetação e do conformismo, combustível desse monstro que domina a música brasileira, o establishment caetânico. Já mudaram de estilo zilhões de vezes (curiosamente, sempre embarcando no que está na moda) e fazem pose séria, na melhor escola Herbert Vianna de pretensão".[22]
Ele já havia demonstrado insatisfação com o trabalho num texto de junho de 1997, no qual o acusava de ser "artificial" e comparava os Titãs aos pagodeiros do Negritude Júnior, afirmando que estes tinham mais atitude rock and roll que aqueles. Ele disse ainda: "Já analisando a trajetória dos Titãs (chato falar deles de novo, mas esse disco "unplugged" é de uma ruindade abismal, fica difícil fugir), vemos uma banda sempre tentando ser o que não é. Criados à base de musiquinha contemplativa caetânica, já se meteram a new wave, grunge, cabeça, punk e só agora, finalmente, abraçam claramente a MPB pretensiosa que os moldou".[23]
Em uma votação envolvendo 870 leitores da Folha, contudo, a maioria elegeu o álbum, o show e a banda como os melhores do ano. "Prá Dizer Adeus" também foi eleita a melhor canção.[24]
Em agosto de 2018, Lucas Brêda, da revista Vice, elegeu o Acústico dos Titãs como o pior Acústico MTV numa lista com 31 dos 33 discos do projeto lançados no Brasil.[25]
O álbum vendeu 180 mil cópias em menos de um mês,[26] 500 mil até 18 de agosto de 1997[27] e três dias depois já era o álbum mais vendido da carreira deles, com 700 mil cópias.[7] Em outubro de 1997, a marca de um milhão havia sido batida.[28] Eventualmente, culminou na certificação de diamante, com mais de 1,7 milhão de vendas[4] - número que bateu a meta da gravadora WEA (um milhão de cópias), mas não a previsão do empresário Manoel Poladian, que apostava em 3 milhões.[29]
Ano | Vendagem | Certificação[4] |
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1997 | ca. 1.700.000 | ABPD: ![]() |
N.º | Título | Compositor(es) | Vocais principais[1] | Duração | |
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1. | "Comida (Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas, 1987)" | Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer, Sérgio Britto | Paulo Miklos | 5:22 | |
2. | "Go Back (Titãs, 1984; versão em espanhol inédita)" (Contém trecho do poema "Farewell y Solosos", de Pablo Neruda) | Sérgio, Torquato Neto (versão: Martin Cardoso) | Sérgio, Fito Páez (part.) | 3:50 | |
3. | "Pra Dizer Adeus (Televisão, 1985)" | Tony Bellotto, Nando Reis | Paulo | 3:42 | |
4. | "Família (Cabeça Dinossauro, 1986)" | Arnaldo, Tony | Nando Reis | 3:38 | |
5. | "Os Cegos do Castelo (inédita)" | Nando | Nando | 4:50 | |
6. | "O Pulso (Õ Blésq Blom, 1989)" | Arnaldo, Marcelo, Tony | Arnaldo (part.) | 3:19 | |
7. | "Marvin (Titãs, 1984)" | R. Dunbar, G N. Johnson (versão: Sérgio, Nando) | Nando | 4:24 | |
8. | "Nem 5 Minutos Guardados (inédita)" | Sérgio, Marcelo | Sérgio | 4:05 | |
9. | "Flores (Õ Blésq Blom, 1989)" | Charles Gavin, Tony, Paulo Miklos, Sérgio | Branco Mello, Marisa Monte (part.) | 3:35 | |
10. | "Palavras (Õ Blésq Blom, 1989)" | Sérgio, Marcelo | Sérgio | 2:38 | |
11. | "Hereditário (Titanomaquia, 1993)" | Titãs & Arnaldo | Nando | 2:31 | |
12. | "A Melhor Forma (inédita)" | Sérgio, Paulo, Branco Mello | Branco | 3:11 | |
13. | "Cabeça Dinossauro (vinheta) (Cabeça Dinossauro, 1986)" | Arnaldo, Paulo, Branco | Marina Lima (part.) | 0:37 | |
14. | "32 Dentes (Õ Blésq Blom, 1989)" (Contém trecho de "Eu Não Sei Fazer Música" ('Tudo Ao Mesmo Tempo Agora, 1991)) | Branco, Marcelo, Sérgio | Branco | 3:04 | |
15. | "Bichos Escrotos (Cabeça Dinossauro, 1986)" | Arnaldo, Sérgio, Nando | Paulo | 1:44 | |
16. | "Não Vou Lutar (inédita)" | Paulo, Sérgio | Paulo | 3:09 | |
17. | "Homem Primata (vinheta)" | Sérgio, Marcelo, Nando, Ciro Pessoa | Sérgio | 0:34 | |
18. | "Homem Primata (Cabeça Dinossauro, 1986)" | Sérgio, Marcelo, Nando, Ciro | Sérgio | 3:18 | |
19. | "Polícia (vinheta) (Cabeça Dinossauro, 1986)" | Tony | Sérgio | 3:32 | |
20. | "Querem Meu Sangue / The Harder They Come (Titãs, 1984)" | Jimmy Cliff (versão: Nando) | Nando, Jimmy (part.) | 3:32 | |
21. | "Diversão (Jesus não Tem Dentes no País dos Banguelas, 1987)" | Sérgio, Nando | Paulo | 4:41 | |
22. | "Televisão (Televisão, 1985)" | Arnaldo, Marcelo, Tony | Branco, Rita Lee (part.) | 4:53 | |
Duração total: |
01:11:40 |
Créditos adaptados do encarte:[1]