Titã

Titãs

A Queda dos Titãs, por Cornelis van Haarlem, 1588
Pais Urano e Gaia

Os titãs (masculino) e as titânides (feminino) (em grego antigo, singular: Τιτάν e Τιτανίς, plural: Τιτάνες e Τιτανίδες), na mitologia grega, estão entre as entidades que enfrentaram Zeus e os demais deuses olímpicos na sua ascensão ao poder. Outros oponentes foram os gigantes, Tifão e Órion.

Dos vários poemas gregos da Idade Clássica sobre a guerra entre os deuses e os titãs, apenas um sobreviveu. Trata-se da Teogonia atribuída a Hesíodo. Também o ensaio Sobre a música atribuído a Plutarco, menciona de passagem um poema épico perdido intitulado Titanomaquia ("Guerra dos Titãs") e atribuído ao bardo trácio cego Tâmiris, por sua vez um personagem lendário. Além disso, os titãs desempenharam um papel importante nos poemas atribuídos a Orfeu. Ainda que apenas se conservem fragmentos dos relatos órficos, estes revelam diferenças interessantes em relação à tradição hesiódica.

Os titãs foram criados por uma deusa chamada Gaia, eles são gigantes que foram enviados à terra para protegê-la trazendo paz e união para todo mundo, esses gigantes eram geralmente na cor roxa, azul ou verde, cores usuais de deuses. O principal objetivo da deusa em criar os titãs era que eles acabassem com as guerras e que deixassem a paz reinar, juntando todos os povos e os protegendo.

Os titãs não formam um conjunto homogêneo. Trata-se, em geral, de deidades muito antigas ou "proto-deuses" (primeiros deuses) que, por uma razão ou outra, continuaram a ter uma certa vigência dentro dos mitos gregos clássicos e, ao constituir-se o esquema genealógico dos deuses, foram incluídas entre os descendentes de Urano.

Os mitos gregos da Titanomaquia caem na classe dos mitos semelhantes na Europa e Médio Oriente, em que uma geração ou grupo de deuses confronta os dominantes. Por vezes os deuses maiores são derrotados. Outras os rebeldes perdem, e são afastados totalmente do poder ou ainda incorporados no panteão. Outros exemplos seriam as guerras dos Aesir com os Vanir e os Jotunos na mitologia nórdica, o épico Enuma Elish babilónico, a narração hitita do "Reino do Céu" e o obscuro conflito geracional dos fragmentos ugaritas.

Etimologia

A palavra titã vêm do latim titan, que por sua vez tem origem do grego Τιτάν, Ti-tan. Para James Hastings, esta palavra é aproximada, em etimologia popular, de títaks, "rei" e titéne, "rainha", segundo notas de Hesíquio de Alexandria, termos possivelmente de procedência oriental: Nesse caso, titã significaria "rei" ou "soberano". Carnoy prefere admitir que os titãs tenham sido primitivamente deuses solares e seu nome se explicaria pelo "pelásgico", tito, que significa "brilho" ou "luz". A primeira hipótese parece mais clara e adequada às funções dos violentos titãs no mito grego, que passou a ter o sentido de "pessoa ou coisa de grande tamanho" registrado pela primeira vez em 1828.

A primeira geração de titãs

Originalmente, os titãs eram filhos de Urano e Gaia:

Titãs Titânides

Filhos de titãs

Cabeça de Titã
Museu Arqueológico Nacional de Atenas Oceano
Estátua do século II encontrada em Éfeso, hoje conservada no Museus Arqueológicos de Istambul

O matrimónio entre irmãos era corrente na mitologia grega, e vários titãs e titânides se uniram, dando origem a uma segunda geração de titãs:

Referências

  1. «Titãs». Sua Pesquisa. Consultado em 7 de janeiro de 2017 
  2. «Quem são os titãs da mitologia grega?». Mundo Estranho. 18 de abril de 2011. Consultado em 6 de janeiro de 2017 
  3. Hastings, James (1922). Encyclopaedia of Religion and Ethics. 12. Edinburgh: T&T Clark 
  4. Carnoy, Albert (1976). Dictionnaire Étymologique de la Mythologie Grêco-romaine. Louvain: Universitas 
  5. «Titãs»